Peralta cita Vasco Dívida Zero como exemplo e pede: 'O que eu posso dizer aos vascaínos, é que, pelo amor de Deus, ajudem o Vasco'

Sexta-feira, 20/12/2013 - 06:17
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Em meio à crise política que explodiu em São Januário depois do segundo rebaixamento do Vasco para a Série B, o presidente Roberto Dinamite e o diretor geral Cristiano Koehler, principais alvos da revolta dos conselheiros do clube, se calaram. Coube ao vice-presidente geral, Antônio Peralta, quebrar o silêncio da alta cúpula vascaína. Realista, o dirigente admitiu a gravidade do momento vivido pelo clube, defendeu Dinamite e ainda conseguiu encontrar espaço para otimismo:

- Vamos sair dessa situação, só precisamos nos unir.

O que acha da pressão feita por conselheiros e vice-presidentes para que Roberto Dinamite deixe a presidência?

Os conselheiros e alguns vice-presidentes, eles não conhecem a magnitude exata do Vasco. Eles não sabem do sofrimento que é estar do lado de cima, à frente do clube, para suprir suas necessidades. Então, tudo cai na conta do presidente, só que o presidente não é sozinho. O que eu sempre coloco na mesa que é todos deem as mãos e dividam as responsabilidades. Temos de nos unir, não dá para criticar como se o Roberto fosse um mero incompetente, uma pessoa inapta para a função.Não é por aí. A análise tem de ser em cima das circunstâncias que levaram o clube para a situação em que ele se encontra.

Está faltando união ao Vasco?

Temos de fomar uma força, uma corrente positiva, trabalhando pela superação de tudo que está acontecendo. No Vasco, quando se tapa um buraco, abrem dois, três, e isso ainda é o resultado desse bloqueio das contas que foi feito com o clube, desde o ano passado. Não adianta, não tem alguém que seja incompetente a ponto de ser o causador de tudo isso. E isso não é apenas com o Vasco. Que Deus salve os clubes cariocas, porque todos estão com problemas muito grandes. O que eu posso dizer aos vascaínos, é que, pelo amor de Deus, ajudem o Vasco. Todos têm de seguir o exemplo do grupo que criou o Dívida Zero do Vasco. São anônimos que têm feito mais do que muitos que ficam falando por aí.

Mas o senhor não acredita que a saída do Roberto seria benéfica neste momento?

Não acho que seria benéfico para o clube. O Vasco nunca teve um histórico de problemas com presidentes, de presidentes deixando seus mandatos antes do fim. O histórico do Vasco é de democracia, de respeito aos votos, aos candidatos que foram eleitos honestamente. A grande culpa é das pessoas que abandonaram o Roberto ano passado, antigos aliados que viraram as costas para ele.

E quanto à antecipação das eleições?

Eu sou favorável a que se cumpra o estatuto. O bom senso é que o presidente leve até o fim, que o Vasco faça um bom Carioca sob o comando do Dinamite. Vocês não sabem o que esse homem passou, as negociações com a Fazenda Nacional, discussões, inúmeras viagens, ele trabalhou muito. Ele é um homem calado e não fala, não divulga o que faz. O problema do Vasco é apenas um: a falta de recursos motivada pelos bloqueios. De saída, ficamos sem R$ 20 milhões. Com esse dinheiro, colocaríamos ordem na casa, pagaríamos salários, contrataríamos novos jogadores.

O Vasco está falido?

O clube não está falido. Temos de apenas contar com as pessoas de bom senso, pessoas que ajudem o Vasco a se superar, a sair desse momento ruim que atravessamos. Que o futuro presidente que vier, faça um grande trabalho.

E quanto à saída dos diretores, principalmente Cristiano Koehler?

Eu não posso dar uma nota para o trabalho deles, para aquilo que foi realizado. Eles fizeram o trabalho deles, dentro das limitações do clube. O próprio presidente colocou isso. Vamos tirar os rofissionais? Vamos, mas e aí, vamos colocar quem no lugar? Não temos uma diretoria totalmente preenchida. É preciso ouvir os conselheiros, mas cabe a nós, da diretoria, agirmos como mediadores disso. Roberto está muito triste, todos nós estamos, mas ele vai se recuperar.

Fonte: Extra