Camisa feita para presentar Nelson Mandela vira amuleto para vascaíno

Sábado, 07/12/2013 - 09:38
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Para enfrentar o rigoroso inverno sul-africano durante a Copa do Mundo de 2010, Eduardo Nery levou uma mala abarrotada de roupas, quase todas do Vasco. Uma camisa, porém, não era para ele, e sim um presente para Nelson Mandela. Antes de deixar o país, Eduardo mandou fazer um uniforme do Gigante da Colina personalizada com o nome do líder da luta contra o apartheid, morto nesta quinta. A camisa, porém, nunca chegou às mãos de Mandela. Ela permaneceu guardada, sem nunca ter sido usada, até, enfim, ganhar um destino neste fim de semana.

“Tentei muito entregar a camisa ao próprio Mandela ou alguém da família, mas não consegui e guardei. Nunca vesti, mas no domingo vou usar em Joinville”, afirma Eduardo, referindo-se à partida da última rodada do Brasileirão contra o Atlético-PR, em que o Vasco jogará a permanência na Série A. “Quem sabe não dá sorte...”, completou, otimista.

A ideia de Eduardo era presentear o líder sul-africano fazendo uma relação das histórias de Vasco e Mandela, que compartilham em suas biografias a luta pela igualdade racial. A “missão Madiba” não teve sucesso, mas pelo menos as faixas, com a frase “O sentimento não pode parar”, que mandou fazer em Joanesburgo, foram expostas nos jogos do Brasil contra a Costa do Marfim e Portugal.

“Quando fui para a Copa, 80% da mala era de bandeira, calças e camisas do Vasco. Levei algumas personalizadas, como a da Mart’nália (cantora vascaína, que fez show na África do Sul durante o Mundial) e a do Mandela. O Marcos Blanco (então diretor de marketing do Vasco) me mandou camisas e bandeiras. Mas roubaram e tive que comprar aqui em Brasília e mandar gravar o nome de novo”, conta Eduardo, que acionou sua rede de contatos para tentar uma aproximação com a família de Mandela.

Pedido de ajuda a Sandro Gama

“Tentei de diversas formas. Falei com o pessoal do museu do Mandela, enviei uma carta com a história do Vasco em inglês. Entrei em contato com brasileiros na África do Sul, pessoas do governo brasileiro, Embratur e até o Sandro Gama (repórter da Band)”, narra.

Agora, a camisa deixou a arara em que ficava exposta na casa de Eduardo para “entrar em campo” no jogo mais importante do Vasco no ano. “Ela estava na minha coleção, esperando só o momento certo para ser usada”, diz.



Fonte: Band.com.br