Desde a saída de Fernando Prass, a diretoria do Vasco segue sem encontrar um dono para a camisa 1. Com as opções do elenco em baixa, o uruguaio Martín Silva, vice-campeão da Libertadores pelo Olimpia-PAR, e que está sem clube,é um dos nomes fortes para a próxima temporada em São Januário, caso o cruz-maltino permaneça na primeira divisão. Se vier, o goleiro entra para a lista de goleiros estrangeiros que chegam como solução ao país do futebol.
A opção por goleiros gringos não é novidade entre os clubes brasileiros. Na história do nosso futebol, temos nomes consagrados em grandes agremiações e que marcaram época, conquistando títulos e torcidas, além é claro das grandes defesas.
E falando em grandes defesas, o Santos da década de 1980 se destacou com o uruguaio Rodolfo Rodrigues sob as traves. O goleiro esteve no clube paulista de 1984 a 1988 e conquistou três títulos: Campeonato Paulista (1984), Copa Kirin do Japão (1985) e Torneio Cidade de Marseille (1987).
Apesar das conquistas, o goleiro uruguaio ficou marcado pela incrível sequência de defesas contra o América de Rio Preto. Foram cinco finalizações que pararam na mão do arqueiro santista. Na ocasião, o atacante Tarcísio, do América declarou que Rodolfo era 'maior que o gol'. A defesa histórica é lembrada até hoje como exemplo de grandes lances de goleiros.
Outro exemplo marcante foi o argentino José Poy no São Paulo. O goleiro foi titular por treze anos no Tricolor paulista e caiu nas graças do torcedor. Ele é considerado um dos maiores goleiros que passaram pelo nosso futebol. No Morumbi, Poy conquistou quatro títulos (48, 49, 53, 57). Após encer rar a carreira, em 1963, o argentivo virou treinador e chegou a comandar o Tricolor na década de 1970.
Mais recente, em 2010, o argentino Pato Abbondanzieri chegava ao Internacional, no qual foi determinante na conquista da Copa Libertadores da América no mesmo ano. O goleiro protagonizou momentos cruciais da campanha, como por exemplo contra o Deportivo Quito: além de grandes defesas, o argentino conseguiu a façanha de convencer o árbitro da partida a desmarcar um pênalti contra o Colorado.
Lista de fracassos é extensa
Por outro lado, muitos estrangeiros não tiveram a mesma sorte dos citados acima. Entre nomes que passaram despercebidos e outros que marcaram negativamente em suas passagens, o próprio Vasco teve a sua experiência com um goleiro de outra terra.
Apadrinhado por Petkovic, em 2004, quando o meia atuava na Colina, o sérvio Tadic foi contratado para o gol Cruz-maltino. O goleiro foi titular em sete partidas pelo Vasco, mas as atuações pífias e os 14 gols sofridos foram suficientes para que o gringo fosse dispensado sem deixar saudades.
O último clube de Martín Silva, o Olimpia-PAR, já cedeu o seu goleiro para o futebol brasileiro. Também em 2004, o paraguaio Tavarelli foi negociado com o Grêmio e chegou ao clube com prestígio de goleiro de Copa do Mundo e multicampeão pelo Olimpia (Foram 9 títulos pelo clube paraguaio). O seu desempenho, no entanto, não correspondeu às expectativas e o arqueiro acabou rebaixado para a Série B junto com o tricolor gaúcho.
Além do Grêmio, outros clubes brasileiros apostaram suas fichas recentemente em goleiros de fora, mas sem muito sucesso. O Santos, por exemplo, tentou por duas vezes emplacar um nome estrangeiro em sua meta, sem sucesso. O colombiano Henao chegou em 2005, um ano depois de ser o algoz do Peixe na Libertadores, mas fez apenas 13 partidas pelo clube e saiu pela porta dos fundos. O outro foi o chileno Tapia, que fez parte do grupo campeão brasileiro em 2004, mas não se firmou como titular.
Casos parecidos de insucessos aconteceram com Castillo (Botafogo), Carini (Atlético MG), Jonhny Herrera e Bobadilla (Corinthians), Tavarelli (Grêmio), todos - curiosamente - após o ano 2000. Se vier para o futebol brasileiro, Martín Silva terá que ser exceção a uma regra não escrita que tem marcado as passagens de estrangeiros pelos gols do Brasil.
Fonte: Yahoo Esporte Interativo
