Rubens Lopes, Presidente da FFERJ, insinua que clubes cariocas estão sendo prejudicados no Brasileiro

Quinta-feira, 28/11/2013 - 15:05
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Em entrevista por e-mail, o presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, insinua que os clubes cariocas podem estar sendo garfados no Brasileirão. Ele não descarta disputar, em abril, a eleição à presidência da CBF.

Como o senhor avalia a participação dos cariocas no Brasileirão?

Foi muito aquém do esperado. Levando-se em conta as colocações dos cinco últimos campeonatos, o que está ocorrendo este ano é uma surpresa. Entretanto, algumas hipóteses podem ter influenciado nisso, como o enfraquecimento dos elencos pela saída de jogadores de qualidade e, ainda, o fato de o Rio ter conquistado, de 2008 a 2012, três títulos e um vice, o que não descarta a possibilidade de ação de algumas forças ocultas sobre as equipes do nosso estado. Em 2011, tivemos três clubes entre os cinco primeiros colocados e em 2012 dois, sendo um deles o campeão. Não tenho dúvida de que os que assistiram aos jogos de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco presenciaram coisas muito estranhas.

Que coisas estranhas? Que forças ocultas? Está falando da CBF ou de outra entidade?

Não se pode descartar nenhuma hipótese. As sombras dos porões são uma realidade e, como já dizia Nelson Rodrigues, o "Sobrenatural de Almeida" existe.

A mídia esportiva aponta que a candidatura do Marco Polo Del Nero na CBF terá oposição. O senhor é candidato?

Como você muito bem disse, segundo a mídia essa possibilidade pode existir . Ninguém é candidato por si só, dependendo de decisão coletiva para isso. Não estou em campanha, mas se oito federações e cinco clubes assim entenderem, vamos às urnas.

Qual é a sua opinião sobre o Bom Senso FC e suas recentes manifestações?

Devem ter extremo cuidado para não serem utilizados com fins políticos ou levados por interesses outros que não o de contribuir para se ajustar melhor o futebol de forma a possibilitar melhores espetáculos, maior atividade, visibilidade e rentabilidade para clubes e jogadores, com os cuidados necessários para não serem violados direitos ou ultrapassados limites científicos permitidos à atividade do atleta. O momento é de reflexão e as soluções devem advir de estudos e análises criteriosas, para que seja reduzida a probabilidade de erros com decisões precipitadas ou levadas pelo emocional do momento. O futebol do Brasil não se resume a 20 clubes da série A do Campeonato Brasileiro: temos centenas de clubes profissionais e milhares de atletas em atividade. Inúmeras variáveis do problema devem ser abordadas, como questões trabalhistas, econômicas, sociais, médicas e outras tantas, sem esquecer a gestão das instituições. Como se vê, a equação não se resume a uma só incógnita e quando o negócio se utiliza do esporte para a obtenção de seus fins, contaminado pela insensatez ou ganância, o problema torna-se mais complicado. As discussões devem ser ampliadas. Convém ressaltar que a maior surpresa foi a proposta de apenas sete datas para a realização dos campeonatos estaduais. É importante que tenham direito a voz toda a classe de atletas e não somente alguns já em final de carreira ou de uma elite minoritária.

O senhor vê a curto prazo a liberação da venda de cerveja nos estádios?

Acredito nisso simplesmente porque não existe em lei dispositivo que impeça. Vide a Lei Geral da Copa. O que tem ocorrido são interpretações equivocadas de quem tem poder para decidir.

Fonte: Blog Extracampo - Extra Online