Mandarino fala sobre a crise do Vasco, possível troca de treinador e apoio a Roberto Monteiro

Sexta-feira, 18/10/2013 - 15:48
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Ex-vice presidente de futebol e pessoa bastante influente na política do Vasco, José Hamilton Mandarino, em conversa com a Super Rádio Brasil, analisou o atual momento do clube e diz que a situação vivida hoje é semelhante a de 2008, ano do rebaixamento:

“Nós estamos vivendo um drama de uma situação muito parecida em 2008. Quando se está nessa situação, curiosamente, tudo dá certo dá certo para o adversário e muito pouca coisa dá certo para quem está buscando o resultado, no caso do Vasco. Os gols do adversário são sempre feitos, as oportunidades aproveitadas e as situações mais fáceis são desperdiçadas. Por que? A equipe se abate com a pressão demasiada, com a tensão na busca de um resultado, e isso eu vi muito de perto em 2008, infelizmente isso está acontecendo hoje. Ontem mesmo, na derrota para o Goiás, as chances que tivemos não foram aproveitadas, já o adversário, com uma precisão quase absoluta, aproveitou as oportunidades que teve, as coisas vão acontecendo muito dentro dessa linha de conduta.”

Mandarino aproveitou e disse qual a solução para o clube sair da crise:

“O que se tem que fazer? Num momento como esse, buscar todas as forças possíveis. Vejo o Dorival Júnior muito isolado, muito sozinho nessa empreitada. A equipe naturalmente se ressentindo de resultados adversos e da necessidade urgentíssima de buscar um resultado positivo. Nesse momento, todos aqueles ali que estão mais próximos devem tentar dar incentivos maiores possíveis, apoio psicológico, forças para os jogadores e o próprio Dorival possam reagir a todas essas adversidades. Não tem outra receita, o conjunto de jogadores que o Vasco conta é aquele, o técnico é o Dorival Júnior, as cartas estão na mesa, não há o que se inventar absolutamente nada a essa altura. É fazer um esforço para se tentar obter os resultados que ainda são possíveis nesse restante de campeonato.”

Além do apoio psicológico, Mandarino afirma que sistema defensivo precisa ser corrigido:

“No esporte coletivo há uma máxima que diz primeiro se defende e depois se ataca. Nós temos tido uma demonstração muito clara disso nesse Campeonato Brasileiro, as equipes estão mais do que niveladas. É verdade que o Cruzeiro é o primeiro colocado, mas a partir daí, todas as equipes muito próximas e em cada jogo há dificuldade, as partidas são decididas por um lapso, por um momento. Nesse instante, é reforçar nosso sistema defensivo, que está levando gols por desatenção, falta de proteção. Tentar montar um sistema defensivo o melhor possível, as próximas partidas são decisivas, jogaremos contra o Botafogo, a Ponte Preta e o Coritiba. Chegou ao ponto absolutamente decisivo da permanência ou não do nosso clube na 1ª divisão. Deve-se reagir, e sem abatimento maior, há chance de nos recuperarmos.”

Mandarino opina sobre troca de treinador e Copa do Brasil

Com mais uma derrota do Vasco, agora para o Goiás, a pressão pela demissão do técnico Dorival Júnior cresceu ainda mais, tendo conselheiros que apoiam o presidente Roberto Dinamite terem feito essa exigência, mas sua permanência foi bancada por Ricardo Gomes, diretor executivo. O ex-vice presidente de futebol do clube, José Hamilton Mandarino, diz se é recomendável trocar o comando técnico a essa altura do Campeonato Brasileiro:

“Eu acho que já se transcorreu muito tempo, já estamos praticamente no período final da competição, lógico que qualquer novo treinador que vier a se apresentar, vai precisar de algum tempo. Eu tenho uma dificuldade muito grande para fazer uma avaliação melhor nesse sentido porque estou afastado desse ambiente, tenho as informações pelo meu convívio com as pessoas e com a situação do clube. Estamos numa etapa final, mas se houver convencimento nesse sentido, era para ter sido feito ontem, não há mais tempo a perder, temos pela frente um número muito pequeno de rodadas, e ainda a Copa do Brasil. Teremos o jogo contra o Botafogo, a disputa contra o Goiás pela Copa do Brasil no meio de semana, no final de semana seguinte a Ponte Preta fora e depois o Coritiba. Seria um pouco leviano de minha parte fazer uma avaliação e expressar minha opinião sobre isso.”

Além do Campeonato Brasileiro, o Vasco ainda tem a Copa do Brasil pela frente e enfrenta o Goiás na próxima quinta-feira pela partida de volta das quartas de final. Apesar da situação difícil do Vasco e na zona de rebaixamento, Mandarino acha que a Copa do Brasil não deveria ser desprezada:

“O calendário brasileiro é indecente, como também são as estruturas do futebol brasileiro. Essa indecência do calendário do futebol brasileiro é que leva a essas situações, os atletas e equipes não conseguem sobreviver ao grau de exigência das disputas. Chega-se no momento em que se chegou na Copa do Brasil e vai-se a campo sem buscar resultado? Não sou favorável. Para renunciar a Copa do Brasil, que se renunciasse lá atrás, como você tem clubes que, uma vez ou outra fazem isso. Eu não recomendaria isso", destacou Mandarino à Super Rádio Brasil.

Mandarino reitera apoio a Roberto Monteiro e frisa importância de mudanças

Antigo membro da situação e hoje apoiador do grupo Identidade Vasco, de Roberto Monteiro, o ex-vice presidente de futebol José Hamilton Mandarino justifica seu apoio ao ex-vereador e pré-candidato a presidente do Vasco em 2014:

“Eu participei de uma reunião recente do grupo que apoia o Roberto Monteiro, eu expressaria de uma maneira objetiva o seguinte, não tenho razões para não apoiar o Roberto Monteiro. Por que não tenho razões para não apoiar? O Roberto Monteiro é um vascaíno como tantos com bom histórico como vascaíno, um vereador presente às situações de importância, de relevância do clube, um vascaíno presente nas arquibancadas. Costuma-se dizer uma coisa muito curiosa, que o Roberto Monteiro foi líder de torcida organizada. Ora, qual vascaíno legítimo que não foi um espectador de arquibancada? Que não pertenceu a uma torcida organizada? Torcida organizada não significa banditismo, irresponsabilidade, não é isso. Naturalmente que o Roberto vem das arquibancadas, vem galgando seus espaços na sociedade brasileira, vem participando da vida do clube, tanto que hoje é vice-presidente do Conselho Deliberativo, não tenho razões para não apoiá-lo. Tenho motivos de sobra para apoiá-lo, qualquer vascaíno realmente preocupado com a vida do clube e com o futuro do clube, não pode absolutamente recolocar numa posição de permitir esse retorno ao passado. "

Mandarino destaca a importância da realização de mudanças na política do Vasco e de não se retornar a modelos antigos de gestão:

"O retorno ao passado significa nós estarmos novamente apostando em algo que já deu errado. A situação periclitante, de amesquinhamento e de apequenamento do clube se deve a esse passado recente que foi um passado muito ruim pro clube. Não se pode admitir isso, e não se pode permitir também a manutenção de como estão as coisas, tem que se buscar rigorosamente algo que devolva a identidade do clube, essa identidade tem que ser novamente reconstituída, identidade de um clube vencedor, de um clube de massas, identidade de um clube que arrebata o sentimento de um contingente extraordinário de brasileiros. É isso que busco no apoio ao Roberto Monteiro", explicou Mandarino à Super Rádio Brasil.

Fonte: Supervasco