Terceiro técnico do ano, Dorival avalia jogadores que já foram titulares

Sábado, 27/07/2013 - 11:41

Três técnicos, três filosofias e dezenas de formações em campo. Ao longo da temporada, a irregularidade do Vasco confundiu a cabeça do torcedor quanto ao time-base e transformou o dia a dia do elenco numa verdadeira gangorra. A maioria já teve sequência como titular e também seu período no banco de reservas. A chegada de Dorival Júnior, após Gaúcho e Paulo Autuori, reforça o sobe e desce mais uma vez. Em 15 dias de trabalho, o comandante já começa a indicar suas preferências, seu apreço pela garotada e pelo futebol ofensivo.

Ainda em período de observação a alguns jogadores, a nova comissão pediu tempo para definir a barca que sairá de São Januário e enxugar o abarrotado vestiário, com a chegada de reforços como Fagner, Guiñazu e Juninho. Mas nomes como o goleiro Alessandro, o lateral Elsinho e o atacante Thiaguinho estão fora dos planos. O último, aliás, já treina até em separado do grupo. Os meias Dakson e Alisson, antes peças de destaque, foram sacados das relações contra o Flu e Criciúma e nem figuram mais entre os reservas nos coletivos.

O gol, a lateral e o ataque também sofreram alterações imediatas. Diogo Silva barrou Michel Alves e, até aqui, convence. O jovem Henrique agarrou a chance diante do Tricolor e tomou a frente momentânea do peruano Yotún, assim como Eder Luis recuperou seu posto e tem fôlego renovado para voltar a render, em detrimento de Tenorio e Edmílson, em seguida na concorrida luta na linha de frente - dois contratados (Reginaldo e Willie) nem estrearam.

Fica mesmo clara a característica de Dorival de pinçar opções da base, repetindo 2009, quando revelou Allan e Philippe Coutinho e deu moral a novatos como Ramon, Souza e Pimpão. De lado em São Januário desde janeiro, Jomar entrou na fogueira no domingo, causou a expulsão de Fred, foi seguro e vai deixar Renato Silva no banco no duelo frente ao Tigre. O meia Fábio Lima é outro que saltou na frente e participou do clássico no Maracanã.

Alguns que trabalharam com o treinador também sobem o elevador. Caso de Fillipe Soutto, revelado por ele no Atlético-MG, que se tornou o primeiro reserva. Prova disso foi sua promoção à equipe quando Wendel ficou fora da atividade de quarta-feira. E Pedro Ken, da época de Coritiba, que ganha função ofensiva e só está ameaçado pelo colombiano Montoya, ainda à espera da regularização. O brilho de André no Santos de 2010 também é sinal de confiança.

Preocupado com rótulos, a confirmação dos velhos conhecidos Fagner e Guiñazu, que certamente movimentarão esta gangorra cruz-maltina, fez Dorival avisar de antemão que não haverá vaga cativa.

- Valorizo muito o momento, procuro sempre deixar as coisas bem claras, que eles estarão brigando por posições. É importante já conhecer, temos o detalhamento maior do que o atleta pode fazer. Mas não quer dizer vantagem o fato de termos trabalhado lá atrás. Tenho aqui alguns que estariam chocando posições com quem chega, mas não tem prioridade - disse.

A referência serve para Nei e Sandro Silva, que estiveram lado a lado com o chefe no Inter, em 2011, e que terão de disputar lugar com os dois últimos reforços do Vasco. Há, por fim, a situação de Robinho, trazido como pedido de Dedé e que tinha poucas esperanças de entrar em campo. A passagem pelo clube em 2009 com o técnico, porém, deu novo ânimo, e o camisa 41 passou a integrar os coletivos entre os reservas e as listas para os jogos.

- Aos poucos vou conhecer a todos. Mas ainda não é possível falar em time ideal. Ainda estamos distantes disso. É muito cedo ainda. A titularidade dos jogadores é momentânea, sempre lembro isso. Quem está dentro tem que aproveitar da melhor maneira e quem está fora precisa brigar e pedir sua oportunidade - sentenciou o treinador, sexta-feira, questionado sobre se já visualiza um time titular com as mudanças que vêm fazendo.

A psicóloga do clube, Maria Helena Rodriguez, relatou o ambiente após as trocas de comando e admitiu que costuma conversar mais com os atletas para conter a ansiedade.

- É um momento em que eles ficam um pouco mais preocupados, agitados e pensam: "tenho que trabalhar mais, fazer mais". Tenho mais trabalho, sim, para controlar essa ansiedade, mas é normal. É algo que está dentro da competitividade e do futebol. Acontece com quem está jogando e com quem não está. Eles entendem o motivo das mudanças e assimilam bem - explicou a profissional, que repete a dobradinha com Dorival Júnior após o difícil ano da Série B e já foi procurada para bater um papo com o treinador na semana de sua chegada.

- É no dia a dia que você percebe a reação dos jogadores. Eles estão trabalhando com muita intensidade, e tenho certeza de que alguma coisa boa vai acontecer no momento certo - acrescentou Dorival, muito elogioso ao comprometimento que tem visto nas atividades.

Principal reforço recente, Juninho atrai a torcida de volta e mostra otimismo com a reconstrução do grupo mesmo em pleno mês de julho. A diretoria ainda sonha com um goleiro, um zagueiro e um lateral-esquerdo para fechar o ciclo e ir até o fim do ano.

- Eu percebo que o Vasco tem condição de jogar de igual para igual com qualquer um. Quando todos os reforços estiverem em ação e o grupo completo, com alguns jogadores revelados nas divisões de base, vamos estar bem fortes - apostou o Reizinho.



Rodízio do Vasco em 2013:

22 reforços foram contratados. Cinco sequer estrearam ainda

38 jogadores já foram utilizados ao longo da temporada

27 jogadores já entraram em campo em 8 jogos no Brasileirão

19 jogadores fizeram 10 ou mais partidas pelo Vasco no ano

Fonte: GloboEsporte.com