Basquete: Há 13 anos, Vasco derrotava o Urubu e se sagrava campeão brasileiro

Terça-feira, 02/07/2013 - 07:25

Junho de 2000, o Club de Regatas Vasco da Gama sofreu com o abalo da perda do segundo título estadual consecutivo para o seu maior rival, o Flamengo. Se no futebol o mar ainda não era de rosas, o Clássico dos Milhões se encontravam ainda em diversos outros esportes, destaque para o remo e o basquete.

Uma semana após a perda do Carioca de Futebol, Vasco e Flamengo tornavam a se encontrar nas quadras, no Ginásio do Maracanãzinho, para a disputa da final do Campeonato Nacional de Basquetebol.

De um lado, o Vasco da Gama, detentor da melhor campanha na 1ª fase, e que eliminou as equipes do Londrina e do Franca. Do outro, o Flamengo, 3º colocado na 1ª fase, e eliminou na fase mata-mata as equipes do AGF e do Uberlândia.

Além da rivalidade, a final colocaria de frente os dois maiores pontuadores da história até aquele momento da Liga Nacional de Basquete. Oscar Schmitd, do Flamengo, com 5.620 pontos, e Rogério, do Vasco, com 5.130 pontos marcados.

1º Jogo – C.R. Vasco da Gama 114 x 105 C.R. Flamengo – 23/06/2000

A primeira partida foi de arrepiar, e valeu o ingresso dos mais de 7 mil torcedores presentes no Ginásio do Maracanãzinho. Um jogo equilibrado do início ao fim, o tempo normal terminou empatado. Na prorrogação, o Vasco sobressaiu com sua técnica e melhor preparo físico e conseguiu o grande resultado de 114 a 105, abrindo a série melhor de 5 jogos, fazendo 1 a 0.

A primeira vitória de certa maneira provou a todos que o time do Vasco era superior ao rubro-negro, não só pela campanha realizada até aquele momento, mas tecnicamente e individualmente, comparando jogador a jogador.

2º Jogo – C.R. Flamengo 88 x 108 C.R. Vasco da Gama – 25/06/2000

Se no primeiro jogo o Flamengo conseguiu fazer um jogo parelho, no segundo o Vasco não perdoou o rival rubro-negro. Em noite inspirada, o ala Rogério foi o cestinha da partida com 33 pontos, sendo 8 cestas de 3 pontos convertidas. Helinho e Sandro Varejão também se destacaram com suas assistências e cestas, mas o que prevaleceu foi o conjunto Cruz-Maltino.

Dominando a partida desde o princípio, o Vasco não deixava o Urubu respirar. Na segunda etapa, mas relaxado, o Gigante da Colina cometeu mais erros, e o Flamengo ainda empurrado pela pressão de sua torcida quase encostou no placar, mas logo disparado de novo pela equipe de São Januário.

O Flamengo se mostrou um time destemperado, se não ia na técnica, e muito menos na raça, tentaram pressionar o juiz, em vão. E com gritos de ‘olé’ vindas da parte Vascaína das arquibancadas do Maracanãzinho, o Vasco atropelou o Flamengo por 108 a 88, e ficou dependendo de apenas uma vitória nos próximos três jogos possíveis.

3º Jogo – C.R. Vasco da Gama 103 x 115 C.R. Flamengo – 27/06/2000

Na terceira partida, o Vasco necessitava da vitória para conquistar o título Nacional. No Flamengo, o estudo era sobre como marcar o trio Vargas, Rogério e Sandro Varejão, responsáveis pela metade dos pontos que o Vasco marcou nas duas primeiras partidas.

Estavam presentes 7.780 torcedores no Ginásio do Maracanãzinho, grande parte de Vascaínos esperando o título, mas que foi adiado. O Flamengo jogou a partida da sua sobrevivência e conseguiu superar o Gigante da Colina por 115 a 103.

Dessa vez o destempero foi do time Cruz-Maltino, o técnico Hélio Rubens sacou Vargas após discussão do jogador com o companheiro de time Helinho. No terceiro quarto, em um tempo técnico, o treinador mostrou com força na prancheta a tática do time, e Charles Byrd não gostou nem um pouco da maneira agressiva e se desentendeu com o professor. Os dois chegaram a trocar empurrões, mas os outros jogadores do Vasco controlaram os ânimos do atleta e treinador.

Sendo assim, em uma noite nada agradável para o time de São Januário, a derrota era inevitável.

4º Jogo – C.R. Vasco da Gama 110 x 103 C.R Flamengo – 30/06/2000

Para o Flamengo era matar ou morrer, o time rubro-negro tinha que vencer de qualquer maneira para manter o sonho do título vivo. O Gigante da Colina precisava apenas de uma simples vitória, para primeira vez em sua história, conquistar o Nacional de Basquetebol.

A partida foi marcada por muita tensão e equilíbrio. Em um jogo em que nenhum das equipes conseguiu abrir uma grande vantagem no resultado do início ao fim, alternavam em momentos melhores e ruins durante o confronto. O tempo normal terminou em empate por 91 a 91.

Na prorrogação, o Vasco melhor tecnicamente, taticamente e principalmente fisicamente, dominou a partida rumo ao título. O Flamengo percebendo isso, assim como na segunda partida, deixou-se levar pelo nervosismo dentro de quadra, e o Vasco deitou e rolou para cima do rubro-negro. Faltando 12 segundos para o final, com o placar já assinalando 110 a 103 para o time de São Januário, os jogadores já começaram a comemorar em quadra, e a torcida invadiu após o término para festejar com seus jogadores. Uma linda festa, merecida para esses atletas e torcida que fizeram do Maracanãzinho um caldeirão Cruz-Maltino.

Com o título, o Vasco, representando o Rio de Janeiro, quebrou uma sequência de títulos de equipes paulistas que perdurava desde 1967, quando o Botafogo havia sido campeão. Desde então, apenas o Vila Nova, de Goiás, conseguiu conquistar sem ser uma equipe paulista.



Fonte: Blog CRVG Em Todos os Esportes - Supervasco