Marcos Palmeira, sobre o Vasco: 'Se colocar no papel, vamos ver que não é o time mais vezes vice'

Quarta-feira, 22/05/2013 - 10:37

Marcos Palmeira tira e põe os óculos escuros no rosto a cada cinco minutos. O sol de meio-dia do Recife (PE) o incomoda. O ator esteve na cidade durante o Festival Cine PE para divulgar o filme Vendo ou Alugo. Na ocasião, conversou com o editor-assistente Valmir Moratelli e respondeu as perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM. Na entrevista, ele diz que não se acha bonito, que não esperava se tornar galã e que estará no remake de Saramandaia, novela prevista para entrar no ar em julho, na TV Globo. Já Vendo ou Alugo estreia em agosto, mesmo mês em que Marcos completa 50 anos. Pai de Júlia, 6 anos, da relação com a diretora Amora Mautner, o ator hoje namora a jornalista Renata Mader, sobrinha de Malu Mader. “Tento me preservar para a vida pessoal não virar novela”, afirma.

1 - Até hoje recordo do João Coragem, de Irmãos Coragem (1995). Parece que a idade não chega para você. Fazer 50 anos assusta?
Antonio Tiesto, Vitoria (ES)

Agora é um momento diferente dos 30, dos 40, posso olhar para trás. Por ter a possibilidade de me apoderar das minhas experiências de vida, já à beira dos 50, é que realmente me vejo com maturidade. Sou um cara muito cheio de humor, graças a Deus. E, somado a isso, tem a alimentação orgânica, de que não abro mão.

2 - Como é esse novo filme? Você não tem vontade de fazer mais teatro?
Maria Eduarda Midellen, Rio de Janeiro (RJ)

Vendo ou Alugo é uma comédia que pontua questões relevantes para a sociedade. A comédia te dá mais liberdade para discussão. Meu papel é um bandido medroso bem divertido. Quanto ao teatro, não tenho conseguido tempo. E farei Saramandaia em breve.

3 - Tem vontade de ir morar de vez na fazenda? É meu sonho. Me leva junto!
Antonia Vitorino, Belo Horizonte (BH)

(Risos) Sempre penso em ter mais filhos, morar na fazenda, casar de novo. Para filho, a gente sempre arruma tempo. É o melhor projeto de vida. Mas a vida da gente é isso aí, se dividindo entre a fazenda e a cidade. Quando não estou gravando, não fico na cidade.

4 - De onde veio a preocupação com alimentos orgânicos? Que dica daria a quem quer seguir esse estilo, mas não tem espaço para plantar nada, nem uma samambaia?
Jair Silva, Goiânia (GO)

Sempre tive uma vida saudável, mas sem radicalismos. Nunca fui um cara careta. Apesar de não fumar, por exemplo, sempre gostei de beber. Quando comprei a fazenda, tive contato com o medo dos agrotóxicos. Passei a me interessar pelo assunto. O conselho que dou é olhar o rótulo do que está comprando, saber de onde vem, quem produz...

5 - Se não fosse ator, o que seria?
Adna Moraes, Brasília (DF)

Engenheiro agrônomo. Quase fiz faculdade agora. Vou fazer um curso de agroecologia, em São Paulo, para me inteirar de gestão rural, produção orgânica de alimentos e criação animal.

6 - Você sempre teve respeito pelas causas indígenas. Como viu a recente derrubada do Museu do Índio, ao lado do Maracanã, para as obras da Copa do Mundo?
Ajurinã Silverio, Rio de Janeiro (RJ)

Temos que esperar para ver que legado teremos com Copa e Olimpíada. Vivemos num país corrupto, tudo pode acontecer. É burrice não utilizar aquele espaço para fins culturais. Não há política cultural no país. A população tem que ficar atenta a todos os gastos com obras públicas.

7 - Sua vida não costuma ser exposta. Como mantém a privacidade?
Dani Antunes, Ouro Preto (MG)

É um milagre! Me dou bem com todo mundo. Procuro não bater de frente com os paparazzi. Estou com uma namorada agora e ninguém me vê agarrando ela pelos cantos. Tento me preservar para a vida pessoal não virar novela. Das namoradas que tive, famosas ou não, você não me viu fazendo galhofa com nenhuma.

8 - Já recebeu alguma cantada indiscreta?
Aparecida Reitchy, São Paulo (SP)

Na época de Renascer (1993), eu ouvia muito: “Vem pisar no cacau aqui em casa!”. Mas tudo ligado ao personagem do momento. Gosto de saber que as pessoas se identificam com meu trabalho, que se interessam em me fazer perguntas pela QUEM.

9 - Você se acha bonito?
Jaciara Alves Britto, Resende (RJ)

Não. Nunca imaginei virar galã. Minha mãe fica felicíssima quando me chamam de galã. Gosto do glamour do personagem herói, apaixonado pelas mulheres. Não sou escravo da minha imagem, mas não deixo de achar bom receber o carinho das pessoas.

10 - Você tem bom gosto quando escolhe namoradas. Mas discordamos em um aspecto: sou flamenguista e você vascaíno. Como é ser sempre vice?
Daniel Ricardo, Rio de Janeiro (RJ)

Primeiro, o Vasco não é sempre vice. Ser vice é sinal de que a gente está sempre decidindo títulos. Só que umas vezes o Vasco ganha, outras não. Criou-se o estigma do vice. Mas, se colocar no papel, vamos ver que não é o time mais vezes vice.




Fonte: Revista Quem Online