Mãe de Juninho revela histórias da infância do hoje ídolo vascaíno

Quarta-feira, 08/08/2012 - 14:10

Gugu, Maninha, Lucinha, Betinha e Bité. Os torcedores de Vasco e Sport podem se questionar o que esses apelidos dos cinco filhos de Maria Helena têm a ver com o futebol brasileiro. Essa é a família de um dos craques mais aplaudidos em campo nesta edição do Campeonato Brasileiro. O “Bité” em questão é Juninho Pernambucano, que aos 37 anos, é a grande referência do Vasco no torneio.

Nesta quarta-feira, Juninho volta ao Recife para enfrentar o Sport, seu clube de coração e onde começou, depois de 13 anos longe dos gramados pernambucanos. O GLOBOESPORTE.COM foi até a residência da família do craque atrás de histórias do pequeno Bité, da época recifense. Dos cinco filhos de Maria Helena com o militar Antônio Augusto, o caçula Juninho, por incrível que pareça, era o mais compenetrado.

- Juninho nunca foi muito treloso (travesso). Era só dar uma bola a ele que ficava quieto e ia jogar – afirmou a mãe, negando que o filho tenha sido um menino levado.

Segundo Maria Helena, eram muitas as peripécias que o menino fazia para ficar perto da pelota.

- A gente mandava o Juninho estudar, tirava a bola dele e o colocava no quarto. Mas ele dava um jeito de pegar uma meia, enchia de papel embrulhado e ficava jogando bola. O guarda-roupa ficava aberto e servia de trave – lembrou, aos risos.

As aventuras do Bité, ou melhor, Juninho, não se restringiram ao universo de seu quarto. Segundo Maria Helena, a época das férias era o momento do garoto provocar situações curiosas. A maioria delas, claro, está ligada ao futebol.

- Juninho jogava muito bola com as irmãs quando estava de férias. Uma vez, em um chute forte, ele chegou a quebrar o braço da Lucinha (irmã mais velha) – contou a mãe.

A primeira lição

Ela lembra também que a primeira bronca que o garoto levou foi por conta da bola.

- Colocamos um professor de futebol para dar aulas aos meninos do prédio. Um dia, Juninho foi para o banco, reclamou e subiu (para o apartamento). Mandei voltar imediatamente para pedir desculpas ao professor.

A mãe de Juninho confirma ter feito “vista grossa” com aquela demonstração da personalidade forte do jovem, principalmente na época em que ele decidiu que queria ser jogador de futebol.

- Desde os 12 anos, ele dizia que ia ser jogador. Entretanto, focamos a cabeça dele nos estudos também, tanto que ele passou no vestibular para Administração na Universidade Católica de Pernambuco quando já jogava pelo Sport. Rasparam até a cabeça dele no treino.

De acordo com a mãe, mesmo sendo o caçula, Juninho nunca foi mimado pelos pais. Ao contrário, aprendeu as lições para se tornar um exemplo dentro e fora de campo como é atualmente. Como a que ele aprendeu ao ter que pedir desculpa ao técnico do time dos meninos do prédio.

- A educação dele foi igual à das irmãs. Ele tinha personalidade forte. Mas na situação dele com o treinador, por exemplo, fiz o certo. E isso serve até hoje, quando ele vai para o banco. Posso me orgulhar de dizer que ele é muito humilde, simples e bastante ligado à família.

Apelidos e o amor da família pelo Vasco

Duas histórias em particular chamam a atenção na juventude do Juninho Pernambucano. A história do apelido de “Reizinho” e o amor do pai do jogador, Augusto, pelo Vasco estão vivas na memória de Maria Helena.

- Esse apelido de Reizinho surgiu na época em que ele defendia o Sport. O saudoso radialista Adilson Couto (morto em 2009) começou a chamá-lo assim e daí pegou. Depois, já no Vasco, deram o apelido de “Reizinho da Colina”.

A matriarca revela o apreço da família de Juninho Pernambucano pelo Vasco.

- Quando conheci o Augusto, ele já era vascaíno. Depois, com o Juninho jogando pelo time, passei a gostar mais. Sou rubro-negra de coração, mas torço bastante pelo meu filho – disse, já afirmando que a torcida do confronto nesta quarta-feira será pelos cariocas.

Maria Helena ressaltou a importância de Juninho para o estado onde nasceu e foi criado.

- Juninho levou o nome de Pernambuco para o mundo quando saiu do Brasil para atuar no Lyon (França). Ele faz questão de ter o nome “Pernambucano” desde que o adotou, na época dos dois Juninhos do Vasco (Juninho Paulista foi contemporâneo).

Apesar de morar no Rio de Janeiro e ter passado muitos anos fora do Brasil, Juninho Pernambucano tem um amor incondicional pela terra natal.

- As férias são sagradas aqui, ele sempre vem. O Juninho é muito ligado à família, e quando vem, quer a casa cheia com os irmãos, primos e amigos.

Juninho e o Sport

A relação de Juninho Pernambucano com o clube que o criou para o futebol é conturbada pelas tentativas sem sucesso do Sport em trazê-lo novamente ao clube. Maria Helena afirmou que a família ainda tenta convencê-lo a vir.

- A família faz pressão para ele voltar, principalmente as irmãs, que são fanáticas. Mas ele desconversa – contou, afirmando para quem o coração de Juninho torce.

- Eu espero que a torcida entenda a situação dele, como profissional. Ele não tem nenhum tipo de mágoa com o Sport. Ao contrário, Juninho é rubro-negro. Todo mundo sabe disso.

Maria Helena é só orgulho e amor ao falar do filho


Fonte: GloboEsporte.com