Desde a segunda partida contra o Lanús (ARG), pela Copa Libertadores, Nilton parece ter tomado conta da posição de titular do Vasco. Lá se vão nove jogos. Em todos, o camisa 19 compôs a dupla de volantes. Porém, o estilo viril, de jogador duro, sai de cena para dar lugar a técnica.
Em entrevista exclusiva ao LANCENET!, na tarde desta sexta-feira em São Januário, o camisa 19 confessou que, nessa nova fase como titular do Cruz-Maltino, o foco principal está na mudança de seu estilo de jogo para se firmar ainda mais no time do técnico Cristovão Borges.
– Falei que queria tirar aquela imagem de desleal. Na verdade, nunca me considerei um jogador violento. Hoje, mudei minhas características, meu comportamento dentro de campo. Aperfeiçoei o trabalho de passe e antecipação. Venho jogando sempre. Desde a partida contra o Lanús. Essa regularidade é muito importante. Essa é a minha principal meta – avaliou o volante.
E a inspiração para a mudança de estilo está no próprio Vasco. Para Nilton, jogar ao lado de Juninho e Felipe se torna um grande incentivo para melhorar seus atributos técnicos.
– Facilita muito jogar ao lado deles. Fico inspirado pela qualidade técnica. A forma, por exemplo, como o Juninho bate na bola, como ele organiza o jogo. Venho aprendendo com isso. Você sempre quer fazer da mesma forma – exaltou.
Sem deixar de lado a garra e a vontade, o volante, com um ‘estilo’ diferente, quer conquistar de vez a confiança da torcida cruz-maltina.
VOLANTE SONHA EM REPETIR 2009
Contratado para a disputa da Série B em 2009, Nilton chamou a atenção da torcida logo de cara. Foram três gols em suas primeiras quatro partidas. Ao todo, na temporada, ele fez 50 jogos. Desses, 46 como titular do time que levou o Vasco de volta à elite do futebol brasileiro.
Ainda consolidando seu nome entre os titulares na atual temporada, Nilton tem como meta repetir sua melhor fase pelo clube:
– Meu primeiro ano aqui foi uma das melhores fases da minha carreira. Cheguei fazendo gols e fui premiado no Carioca. Estou tentando voltar àquela fase de fazer gols e ter atuações boas.
‘Saudades de fazer um gol de falta’
Conhecido pelo potente chute, uma de suas principais características, Nilton não esconde a saudade de fazer um gol de falta, em chute de longa distância.
Durante os treinos, o camisa 19 não deixa de testar a pontaria. Com a barreira móvel, diversos chutes foram disparados para testar os goleiros do elenco. Todos de longa distância e com muita potência.
Contra o Figueirense, o volante já adiantou que, se a oportunidade pintar, vai pedir para Juninho uma chance de arriscar um petardo de fora da área.
– Com certeza estou com saudades. Mas temos ótimos cobradores. São poucas as oportunidades. Juninho e Fellipe Bastos estão em grande fase. Quem sabe nesse jogo eu não tenho uma chance de cobrar uma faltinha? Se não me engano, o último gol de falta que marquei, foi contra o Vitória, aqui em São Januário, em 2009 – recordou.
Na oportunidade, o Vasco venceu o time baiano por 4 a 0, em jogo válido pela Copa do Brasil. Aos 19 do segundo tempo, em falta de longe, Nilton pegou em cheio na bola, fazendo o último gol do triunfo.
Nilton - Em entrevista exclusiva ao LANCENET! em São Januário
A sequência de partidas, chegando agora à 11 como titular, é importante nesta caminhada para alterar seu estilo de jogo?
Estar sempre jogando, sempre atuando, é fundamental para essa mudança de comportamento. Em campo, consigo efetuar o que venho aperfeiçoando nos treinos. Estou puxando os contra-ataques, ajudando na saída de bola, tentando dar uma maior qualidade ao passe ali atrás. Não estou tendo muitas oportunidades para chegar à frente para finalizar, mas na marcação, quando consigo roubar a bola, sempre procuro fazer a ligação rápida. Isso é fundamental.
Contra o Figueirense, você terá o Eduardo Costa compondo a dupla de volantes. É a sua chance de ser mais efetivo no setor ofensivo ?
Com a entrada do Eduardo Costa agora contra o Figueirense, vou atuar como segundo volante. Meu trabalho na saída de bola será importante. Chegarei mais à frente. Espero manter essa boa fase que estou tendo, com bons passes e lançamentos. Estou mudando meu estilo.
Você já marcou um gol no Figueirense. É um incentivo a mais para enfrentar um adversário que o Vasco não vence, fora de casa, desde 1993?
Esse gol contra o Figueirense, em 2009, é uma boa recordação. Mas lá é sempre um jogo difícil, um confronto complicado. Desde a década de 90 não vencemos em Florianópolis. Deu para perceber que será um jogo complicado, pois eles não estão em uma boa posição no Brasileiro. Mas isso não quer dizer que vai nos ajudar. O time deles tem jogadores que podem decidir. Temos obrigação de estar sempre pontuando.
Fonte: Lancenet
