Cristóvão: 'Morro de medo de um dia perder Dedé e Romulo'

Sábado, 16/06/2012 - 18:20

As andanças atrás da bola levaram Cristóvão ao Sul, em 1987. Lá, o atual técnico do Vasco conheceu o adversário que neste domingo estará do outro lado do gramado da Arena Barueri: o técnico Luiz Felipe Scolari.

- Ele foi meu treinador no Grêmio. Àquela época, já era exigente e trabalhador - lembra Cristóvão, que, apesar do reconhecimento ao técnico do Palmeiras, elegeu outro como mentor, Otacílio Gonçalves, que treinou-o no Atlético-PR e, também, no Grêmio.

A preocupação com o Palmeiras, de Felipão, é circunstancial. Para Cristóvão, o Vasco é o alvo do momento neste Brasileirão, por ser o líder com 100% de aproveitamento. E, como uma presa, terá de fugir do exagerado apetite dos adversários enquanto a boa fase durar.

A cabeça está à frente disso tudo. Se o jogo contra o Palmeiras está quase ao alcance dos olhos, a mente já enxerga possíveis problemas futuros:

- Morro de medo de um dia perder Dedé e Romulo. Entro em pânico quando penso nisso. Eles são sensacionais. Ao mesmo tempo, torço pelo futuro deles.

O AVC de Ricardo Gomes conduziu Cristóvão a uma nova carreira e, também, a uma clínica, onde, assustado com o drama do amigo, decidiu passar por um check-up, no fim de 2011. Foi quando percebeu que a herança genética lhe reservara não somente o gosto pelo tempero baiano, mas também a hipertensão, mal de família que já havia sido diagnosticado nos seus três irmãos.

- Depois do que aconteceu com o Ricardo, decidi fazer todos os tipos de exame. Aí, me descobri hipertenso como toda minha família. Passei a tomar remédio diariamente, que é o que o Ricardo deveria ter feito antes do AVC - diz Cristóvão.

A pressão arterial está sob controle. A pressão da arquibancada, porém, nem sempre, mas Cristóvão não se surpreende:

- Antes mesmo do AVC, eu já comentava com o Ricardo que achava muito desumana a profissão de treinador. Tira a saúde das pessoas. Eu teria continuado como assistente, mas, numa pancada só, virei técnico. Quando acordei, vi que precisava ser rápido. Fui me adaptando e, agora, não tem mais volta - garante.

Fonte: Extra Online