Juniores: Rocha, Bragança e Galdino explicam má campanha do Vasco na Taça Rio

Quinta-feira, 07/06/2012 - 18:29

Depois de quase uma década amargando resultados pouco expressivos, o Vasco retornou ao rumo das conquistas ao levantar a Copa do Brasil de 2011. A equipe que ficou conhecida como Trem-Bala da Colina manteve o nível e desde então, se não levantou outro troféu, esteve sempre entre os primeiros. Na contramão dessa ferrovia, os juniores vivem um momento de péssimos resultados. Na Taça Rio, ocupam a 11ª colocação, apenas três pontos acima do penúltimo colocado Friburguense. São quatro vitórias, dois empates e oito derrotas.

A fase ruim fica evidente nos clássicos. Ao perder por 2 a 1 para o Flamengo na quarta-feira, com pancadaria na Gávea, o Vasco chegou à 12ª partida sem vencer um de seus rivais em estaduais, em um jejum de dois anos - que se iniciou após o título de 2010.

A equipe comandada pelo técnico Galdino conta com Romarinho, filho de Romário, e Rodrigo, filho do presidente Roberto Dinamite. No entanto, o DNA dos craques não é suficiente, até porque a dupla não é titular. Segundo aqueles que comandam as divisões de base, os resultados não são a prioridade.

- A formação dos atletas é mais importante do que os resultados. Claro que o Vasco não pode abrir mão de vencer, mas também precisa revelar. O grupo dos juniores conta com 50 atletas, e isso acaba sacrificando o conjunto. Mas ao mesmo tempo precisamos de muitas opções no elenco. Além disso, os atletas mais experientes estão voltando a jogar no Brasil, e isso diminui o espaço dos jovens da base nos profissionais. Com o bom momento do time principal, também fica mais complicado subir alguém - explicou Humberto Rocha, diretor das divisões de base do clube.

O momento do Vasco também não é tão bom em formação de atletas. Levando-se em conta os jogadores que atuaram até agora no Brasileirão, o clube leva a pior para seus três rivais. Em São Januário, quatro são pratas da casa: Allan (já negociado com o Udinese-ITA), Dieyson, Romulo e Felipe. O Fluminense é quem mais usou: dez. O Flamengo já escalou oito. O Botafogo, seis (que deve se transformar em sete com a escalação de Milton Raphael contra o Cruzeiro).

Cristóvão Borges ainda tem no elenco o lateral Max, o atacante Jonathan e o zagueiro Douglas. As atuais promessas são o zagueiro Luan, com passagem pela seleção brasileira sub-20, e os meias Guilherme, Jhon Cley e Marlone. No Campeonato Carioca, o atacante Romário atuou entre os profissionais e o lateral Paulista foi relacionado.

Clube promete melhorar estrutura e acionar olheiros pelo Brasil

O número de promessas poderia ser maior, se o Vasco não tivesse perdido algumas delas. O lateral Yago se transferiu para o Flamengo. O atacante Maicon Assis se transferiu para o homônimo do Vasco em Sines (Portugal), e o também atacante Mosquito, de 16 anos, deixou o clube, mas ainda não acertou uma transferência.

No último dia 9 de fevereiro, as categorias de base do Vasco tornaram-se centro das atenções do clube depois da morte de Wendel Júnior Venâncio da Silva, de 14 anos, durante uma peneira em Itaguaí, em um centro de treinamento arrendado. O Ministério Público chegou a determinar o fechamento do local, alegando falta de condições, mas os responsáveis pela formação dos atletas cruz-maltinos garantem que há transformações positivas, embora admitam que as cobranças têm fundamento.

- O Vasco está melhorando, e muito. Até o fim do mês, passaremos toda a base para Itaguaí. Ampliamos a concentração, tudo moderno, cinco campos, condições de transportes estão melhorando. Ganhamos tudo há alguns anos e agora passamos por um momento ruim. O trabalho não está fluindo, realmente, mas a base é sempre rotativa, já que ninguém repete time. Temos bons jogadores, com futuro no Vasco e no futebol brasileiro. A base é algo profissional hoje em dia, não é só para formar. Tem que vencer mesmo, estamos cientes disso - reconheceu o supervisor Jair Bragança.

Galdino aponta a imaturidade do atual elenco dos juniores como um dos motivos para o mau rendimento. Mas, para o treinador, a principal causa da falta de bons resultados é a impossibilidade de o clube buscar talentos fora do Rio de Janeiro - procedimento que encontrou o volante Romulo no Piauí. Segundo ele, o panorama vai mudar.

- É uma questão de safra. Estamos jogando com muitos atletas que nasceram em 1994 e até de 1995. Nossos laterais são do juvenil, por exemplo, não têm corpo. Não é mentira para ninguém que o Vasco não está bem financeiramente. Custa dinheiro mandar os olheiros para todo o país, como fizemos durante muito tempo. Estamos tentando resgatar isso para estourar no ano que vem. O presidente reuniu todas as comissões da base há pouco tempo e disse que essa captação vai voltar a acontecer no segundo semestre - afirmou o técnico.

Jejum dos juniores do Vasco:

06/06/2012 - Flamengo 2 x 1 Vasco
26/05/2012 - Vasco 0 x 1 Botafogo
09/05/2012 - Fluminense 2 x 0 Vasco
07/04/2012 - Vasco 0 x 2 Flamengo
17/03/2012 - Botafogo 1 x 0 Vasco
11/02/2012 - Vasco 1 x 2 Fluminense
28/05/2011 - Vasco 1 x 1 Fluminense
25/05/2011 - Botafogo 3 x 1 Vasco
30/04/2011 - Flamengo 5 x 1 Vasco
26/03/2011 - Fluminense 3 x 1 Vasco
19/03/2011 - Vasco 2 x 2 Botafogo
29/01/2011 - Vasco 2 x 2 Flamengo

Fonte: GloboEsporte.com