Emerson Sheik admite carinho, mas diz que nunca torceu para o Vasco

Quarta-feira, 23/05/2012 - 15:34

Desde que voltou ao futebol brasileiro, em 2009, Emerson, hoje no Corinthians, sempre propagou amor e devoção ao Flamengo. Até quando saiu do Fluminense, o clube rubro-negro foi envolvido – ele cantarolou versos do bonde do Mengão sem freio no ônibus tricolor e acabou dispensado. Porém, há quem jure que, no passado, o menino Marcio Passos de Albuquerque era vascaíno de arquibancada do Maracanã. Peça-chave do Timão no confronto desta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Pacaembu, o atacante reconhece que o adversário das quartas de final da Libertadores chamava sua atenção. Mas por questões familiares: o pai e o irmão são torcedores do clube da Colina. Quem tem o carinho de Emerson até hoje é o técnico do rival.

- O Cristóvão Borges é como um pai. Trabalhamos juntos no Al Ain, dos Emirados Árabes. Ele foi meu treinador e mantemos uma relação de amigos. Ele é f..., um cara do bem – disse.

Na semana passada, o Edmundo afirmou que você era conhecido na juventude como Marcinho vascaíno. Procede? Você é vascaíno de coração?

Meu pai, que já faleceu, era, e meu irmão e meus sobrinhos são vascaínos. Já cansei de dizer que o meu maior ídolo no futebol se chama Edmundo, igual a ele não vai ter. E o Animal tem uma história linda com o Vasco. Tenho carinho, sim, pelo clube por ver o quanto meu pai se emocionava quando era vivo com as vitórias do Vasco.

Mas você era Vasco ou Flamengo na infância?

Todos sabem de que time eu gosto. (risos)

Pode-se dizer que é lenda então a história de que o Sheik é vascaíno?

Sempre tive muito carinho pelo clube por causa do meu pai e toda a família, mas a galera sabe de quem gosto.

Você esteve perto do acerto com o Vasco antes de fechar com o Corinthians. Por que o negócio não foi adiante?

Na época, o diretor de futebol do Vasco fez coisas que só acontecem no futebol. Eu quase fui para lá, já dava como certa a minha ida. Mas vida que segue. Vim para o Corinthians e fui novamente campeão brasileiro. Estou muito feliz aqui.

Quando você diz que o dirigente do Vasco fez coisas que só acontecem no futebol, se refere a quê?

Para o bem do Vasco, ele já não representa mais o clube. Prefiro não responder. Meu clube é o Corinthians e nada do que acontece nos outros me diz respeito. Só expliquei o porquê de a negociação não ter um fim diferente.

De que forma a pressão de o Corinthians nunca ter vencido uma Libertadores pode atrapalhar na partida desta quarta?

É lógico que a pressão existe, mas temos um grupo experiente e preparado para seguir em frente na competição.

E qual é a tática para driblar essa pressão?

A mesma que nos levou ao título brasileiro em 2011 e que nos trouxe até as quartas da Libertadores: postura, concentração e tática. Temos sempre que acreditar no companheiro e competir bastante para merecer a vitória.

No jogo de ida, em São Januário, seu uniforme branco ficou todo enlameado e chamou atenção. Geralmente, atacantes são conhecidos pela preguiça na hora de marcar. Mas com você é diferente. Por quê?

Essa entrega aconteceu durante toda a minha carreira, mas os brasileiros só conheceram quando retornei ao país, em 2009. Seja no Flamengo, no Fluminense ou no Corinthians, eu tive a mesma postura. E o Tite também me pede muito isso.

Mas para um cara vaidoso como você não é ruim sair de campo todo suado, exalando um cheiro desagradável?

Nada melhor do que um bom banho, né? Mas tem os cremes e os perfumes para ajudar. Se o jogo for em São Januário, o kit tem que estar por perto. Brincadeira, hein?

São Januário tem cheiro ruim?

O estádio é lindo e a torcida deve se orgulhar muito disso, mas naquela noite estava horrível. A chuva que castigou o Rio prejudicou a drenagem do campo e virou um lamaçal com um cheiro nada bom (risos).

O jogo desta quarta será no Pacaembu, e a torcida do Corinthians foi eleita por atletas das Séries A e B do Brasileiro como a que mais pressiona o adversário no país. É tudo isso mesmo?

Os números dizem exatamente isso. Essa torcida nos acompanha em todos os lugares. Seja no Brasil ou em jogos internacionais. No Pacaembu, já ficou conhecida como a torcida contra a qual os rivais mais tremem e fora do país vai ganhando força também. No jogo no Equador (0 a 0 com o Emelec), ela compareceu e nos ajudou no resultado.

Você tem jogado bem, recebe elogios, mas marcou poucos gols. Há alguma explicação para a “seca”?

Temos jogado só a Libertadores e são jogos decisivos, com poucos gols. Mas eu gosto assim. Nesse tipo de jogo, minha estrela sempre brilha.

Fonte: GloboEsporte.com