Romulo: 'Estou trabalhando com esse intuito de ganhar a Libertadores'

Terça-feira, 13/03/2012 - 11:12

Romulo surpreendeu e será a grande novidade da lista de jogadores do Vasco que vão encarar o Libertad-PAR, nesta quarta-feira. Depois de três meses parado por conta de um edema ósseo no pé direito, o jogador voltou a fazer exercícios no campo na semana passada, mas teve uma recuperação muito mais rápida do que o previsto. Com isso, pode dizer que finalmente começou sua temporada. Um ano, que espera, seja de muitas vitórias. O jogador sonha, principalmente, com duas conquistas: as Olimpíadas de Londres, pela Seleção Brasileira, e a Libertadores, pelo Vasco.

Em sua primeira entrevista após a lesão, Romulo fala sobre vários assuntos referentes aos últimos meses de sua carreira. Inclusive, revela que até da concentração sente falta. Principalmente, porque se diverte bastante com o companheiro de quarto, Eder Luis. Garante que não recebeu propostas para jogar em clubes do exterior, mas não descarta sua saída. O jogador também rebateu as críticas que tem ouvido sobre possíveis peladas que teria disputado em Picos (PI) durante suas férias e que teriam prejudicado sua lesão.

- Eu só joguei um jogo, que já estava marcado antes de eu me machucar. Já tinha agendado esse jogo beneficente e tinha que marcar presença. Fiquei pouco tempo. Foi só para dizer que fui mesmo. Não prejudicou a lesão, não.

Confira abaixo a entrevista com Romulo:

Como foram esses três meses longe dos campos? O que fez para sentir menos falta?

Fiquei preparando o psicológico (risos). Tive que esperar e ter paciência. Graças a Deus, voltei a treinar no campo, porque não estava aguentando mais fazer musculação. Todo dia ficava buscando força na família para poder me distrair e esquecer um pouco. Nunca tinha me machucado. Foi esquisito.

Aproveitou para fazer alguma coisa que não fazia antes?

Ficava mais na internet e brincando com minha filha. Ela fica pedindo para eu desenhar. Nem sei desenhar nada. Ficava só fazendo uns rabiscos. Também ficava indo ao parquinho com ela. Aproveitei também para assistir a filmes, novelas. Ir ao shopping. “Fina estampa” está bombando (risos).

O pessoal do Vasco não pega no seu pé por ser noveleiro?

Os caras nem sabem muito. Mas a maioria gosta também. Tem eu, Allan, Fellipe Bastos... O Bastos até diz que vai “assistir a Grizeldinha" (personagem da novela). Bate até saudade da concentração.

Saudade da concentração? Pouco comum isso, não é?

É. Mas é por causa da resenha (conversa com outros jogadores). Quando a gente concentra todo dia, enjoa. Quando deixa de concentrar, enjoa também.

Quem é seu parceiro de quarto nas concentrações?

O Eder (Luis). Mas o Eder também estava lesionado. A galera fica zoando muito. Diz que a parceria é forte até na hora de machucar. A lesão foi quase a mesma. Só que a dele foi muscular e a minha, óssea (Eder voltou a jogar na semana passada, depois de se recuperar de uma lesão no pé esquerdo). E agora estamos voltando quase ao mesmo tempo. Eu gosto de concentrar com ele. A gente gosta de muita coisa em comum.

A última vez que você jogou foi na rodada final do Brasileiro, contra o Flamengo. Mas a lesão já vinha bem antes disso, não?

Estava com essa dor já tinha um tempo. Desde novembro. Mas nos últimos cinco jogos estava quase insuportável. Não impedia tanto de jogar porque quando, começava a adrenalina, passava. Fizeram um exame e disseram que tinha um edema. As férias, em dezembro, ajudaram um pouco a recuperar.

Mas você se tratou? Viajou só para a sua cidade ou foi para outro lugar também?

Fui só para Picos (PI), a minha cidade. O problema é que de férias você vai para um lado e para o outro porque vai na casa de um parente, de outro. Mas é bom demais ver os parentes. A gente fica muito tempo longe.

Parece que você também deu um show de forró por lá...

(Risos) Um amigo meu tem uma casa de shows, e eu fui. Foi no show do Aviões do Forró. Dançar, eu não sei muito. Sei enganar. Danço só com minha mulher. Mas nem dancei nesse dia, não. Fiquei só olhando.

Voltando a falar de suas férias em Picos, comentou-se que você teria jogado futebol lá e que isso piorou sua lesão. Afinal, você participou ou não de jogos?

Eu só joguei um jogo, que já estava marcado antes de eu me machucar. Já tinha agendado esse jogo beneficente e tinha que marcar presença. Fiquei pouco tempo. Foi só para dizer que fui mesmo. Não prejudicou a lesão, não.

E como tem sido ficar vendo os jogos pela TV?

Muito ruim. Dá mais nervoso do que quando vai jogar. A gente sofre mais, fica mais tenso.

Mas costuma falar com o time antes dos jogos?

Eu ia lá dar apoio para a galera. Dar força, desejar boa sorte. Era a única coisa que podia fazer.

O que acha da campanha do Vasco na Libertadores?

Libertadores é difícil. Não tem time bobo. O Nacional-URU veio aqui e complicou a gente. O Alianza-PER é um time mediano, que dificultou bastante. O Libertad-PAR é o melhor da chave, e temos dois jogos contra eles. Não pode deixar de somar ponto. Tem que trabalhar e buscar sempre as vitórias. Se não der para ganhar, não pode perder.

Nestes primeiros jogos, o Cristóvão mexeu bastante no meio e disse que o time estava tentando acertar a marcação. Como vê essa questão de fora?

Isso depende muito de posicionamento. Tem jogo que o posicionamento vai bem. A marcação é mais de posicionamento do que dos jogadores. O posicionamento conta mais do que a pegada de cada um. Só o Nilton tem essa característica de marcação. Ele e o Fellipe Bastos, quando joga. Quando não acerta, complica um pouco.

Está ansioso para voltar e jogar a Libertadores? É seu grande sonho? E a Seleção?

Fé em Deus para isso tudo dar certo. Vamos trabalhar e pensar primeiro na volta. Fico um pouco ansioso para ver como vou estar. Eu penso que este ano vai ser o meu ano. Vou fazer um grande ano para chegar na Seleção. Vai ter Olimpíadas. Estou trabalhando com esse intuito de ganhar a Libertadores, ser convocado e levar a medalha de ouro nas Olimpíadas.

A Seleção sempre dá mais visibilidade e, no ano passado, muito se especulou sobre uma possível transferência para a Europa. Chagaram propostas?

Para mim, não chegou nada, Isso está enchendo a minha cabeça, todo mundo fica perguntando. É só conversa da galera. Tem nada. Mas vou torcer para chegar.

Então você pretende jogar fora?

Todo mundo pretende. Mas depende muito do negócio. Todo mundo sonha jogar em clube top de linha. Isso é bom profissionalmente e porque vou poder ajudar a família.



Fonte: GloboEsporte.com