Olaria conta com Pedrinho, dirigentes ex-Vasco e consultoria de Eurico

Domingo, 22/01/2012 - 14:40

Fica na Rua Bariri, sob os olhares da Igreja da Penha, a grande estrela do Olaria para a disputa do Campeonato Carioca, que começa neste fim de semana. O Estádio Mourão Vieira Filho, onde o ex-artilheiro e hoje deputado federal Romário (PSB-RJ) deu os primeiros passos no futebol, foi remodelado e é o trunfo do clube para repetir a boa campanha do ano passado. Em 2011, o Olaria foi uma das surpresas da competição. Chegou às semifinais da Taça Rio, quando foi eliminado pelo Vasco, e terminou o campeonato em quinto na classificação geral, à frente do clube de São Januário. Para 2012, o gramado foi totalmente trocado; os vestiários, modernizados e equipados; e as arquibancadas receberam mil cadeiras que pertenciam ao Maracanã. O custo aproximado da reforma ficou em R$ 200 mil, de acordo com o gerente de futebol do clube, Gilson Ferreira.

Mesmo com as melhorias, o estádio, com capacidade para 8.300 torcedores, não vai abrigar partidas do Olaria contra os quatro grandes — Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Segundo a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), o veto acontece por questões de segurança.

— Nosso gramado vai ficar no mesmo nível do de São Januário — garante Ferreira, que cita Madureira, Macaé e Bonsucesso como rivais fortes entre os clubes de menor investimento.

A gestão do futebol do clube é terceirizada e fica a cargo da Brasport, empresa formada por alguns ex-dirigentes vascaínos, ligados a Eurico Miranda, ex-presidente do clube de São Januário. No comando do projeto está José Luiz Moreira, ex-vice de futebol do Vasco. Além dele, o advogado Paulo Reis, vicepresidente jurídico do cruzmaltino entre 1989 e 2008, e o diretor de futebol do Bahia, Paulo Angioni, também com passagem pelo Vasco, são os colaboradores.

— O Eurico (Miranda) não participa diretamente. Mas é uma pessoa que entende muito de futebol. Então, às vezes, nós pedimos uma consultoria — diz Ferreira.



Esperança nos pés de Pedrinho

Modernidade e tradição caminham lado a lado no recém- climatizado vestiário do Olaria. Próxima à televisão de 42 polegadas, descansa a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Para acrescentar mais uma força à mistura de fé e tecnologia, o treinador Acácio levou a equipe para uma pré-temporada em Lambari, no interior de Minas Gerais.

— Fizemos um treinamento forte na parte física. Estou esperançoso com o grupo que tenho nas mãos — ressalta Acácio.

Boa parte das esperanças do técnico tem nome e uma longa trajetória de vitórias e superação no futebol: Pedrinho, meia revelado no Vasco, com passagens por Palmeiras e Santos.

Ele foi apresentado pelo clube em outubro do ano passado. Largou a aposentadoria, intercalada com jogos de showbol, para assumir a camisa 10 do Olaria e o posto de “presidente”, como é chamado pelos companheiros de equipe.

— A decisão de parar de jogar era definitiva. Já tinha conquistado títulos, me estabilizado financeiramente. Mas o José Luiz (Moreira) veio conversar comigo e eu aceitei o convite — conta Pedrinho, de 34 anos.

Para Acácio, o meia vai ser o ponto de equilíbrio do time em campo:

— Ele é um espelho para os outros jogadores. Tem uma liderança natural e está se sentindo como se estivesse começando a carreira.

Durante a carreira, Pedrinho sofreu com três graves lesões nos ligamentos do joelho, que o deixaram afastado dos gramados por um longo período. Além de atrapalhar a carreira, as contusões incomodavam por um outro motivo: a desconfiança gerada.

— Às vezes, outros jogadores se machucavam duas, três vezes seguidas, e ninguém falava nada. Mas era só eu me machucar uma vez e virava um grande problema — reclama.

A longa inatividade — parou em 2009, no Figueirense — também é um obstáculo em um esporte em que a preparação física é cada vez mais importante.

— Sofri bastante no início. Mas já me readaptei. A pré-temporada e os jogos-treino foram fundamentais — afirma Pedrinho.

Do banco de reservas, Acácio espera que em sua carreira de treinador, iniciada em 2011, alcance o mesmo sucesso de seus tempos de goleiro.

— O campeonato vai ser mais difícil que o do ano passado. Mas estou confiante — garante.



Fonte: Caderno Zona Norte - O Globo