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Dedé fala sobre sua vida e conta as horas para retorno de Gomes


Quarta-feira, 28/12/2011 - 00:22

A simplicidade de Dedé impressiona. Após viver o melhor ano de sua carreira, o Mito da Colina mantém os pés no chão, não se ilude com o dinheiro e a fama. Ele não só se declara para a namorada, Patrícia, como abre mão de passar férias na Europa para ficar com os amigos de infância, em Volta Redonda. Ao MARCA BRASIL, o ‘Barraco com Piscina’, como é chamado pelos companheiros de Vasco, exalta Ricardo Gomes e dá show de simpatia e sinceridade.

MARCA BRASILH: O que você vai fazer no Ano Novo? Alguma superstição?

Dedé: Me reúno com a família na casa do meu avô Benedito e fazemos amigo oculto. Costumo usar uma camisa com dizeres. Na virada de 2009 para 2010, foi ‘sucesso’. Ano passado, ‘sorte’.

MBH: Em um ano tão positivo, você tem algum momento triste em 2011? E na vida?

D: Até hoje eu não tive um momento muito triste ao longo dos meus 23 anos. Nem na separação dos meus pais. Sou um cara que separa as coisas. Em 2011, o momento mais difícil foi a situação do Ricardo Gomes. Um cara que hoje eu considero diferente de ser apenas um treinador.

MBH: Você costuma dizer que o Ricardo te ensinou muito. Pode exemplificar?

D: Ele colocou na minha cabeça que eu sou um líder do grupo e o melhor jogador com quem ele já trabalhou. E isso me fez crescer. Tudo que está acontecendo de bom no meu futebol foi ele que colocou. O Ricardo também me ensinou a não levar cartão amarelo, a roubar bolas e não ser afoito.

MBH: E a volta dele?

D: Não vejo a hora. Independente de conquistar título, já vai ser muito bom vê-lo em campo novamente. Com a volta dele, será tudo mais intenso.

MBH: Toda criança sonha como torrar o primeiro salário. O que você quis?

D: Um amigo pôs na minha cabeça que, no primeiro salário, ele faria um quarto cheio de chocolate. E fez. Eu pensava na mesma coisa, mas não deu certo. Depois quis gastar tudo jogando videogame, só em jogos de luta, nos quais eu era viciado.

MBH: Você diz que tem tudo que quis. Qual foi o momento em que caiu essa ficha?

D: Foi quando consegui comprar a casa da minha mãe (Maria Helena). O maior presente que eu dei para alguém foi esse a ela. Todo mundo ficou emocionado. Com salário do Vasco, eu negociei e comprei. E olha que eu sou bom nisso, podia trabalhar no comércio. (risos)

MBH: Como está a cabeça da sua mãe nisso tudo?

D: Se alguém fala ‘A’ de mim, ela chora. Chega a ser engraçado. Você vê que ela está muito feliz por tudo. Ela é muito simples e até meio teimosa com essa simplicidade. Ela queria continuar trabalhando de faxineira na situação em que eu estou. Eu falei: “Mãe, você está de sacanagem!?” (risos). Não é porque eu sou o Dedé, mas hoje a situação financeira melhorou. E, mesmo assim, teve um dia em que ela foi escondida. Depois de três meses, ela veio me contar que foi porque ficou com saudade.

MBH: Então é você quem ‘ensina’ a sua mãe?

D: Ela não teve o aprendizado e a oportunidade de amadurecer do jeito que eu tive. Eu fui para uma cidade grande, o Rio, que é completamente diferente de Volta Redonda. Ela foi criada na roça. Então, eu tento ensinar as coisas boas para ela e manter a humildade. Eu falo que nada mudou, as coisas que mudaram são materiais, mas a nossa simplicidade não pode mudar.

MBH: Você não quis ir para a Europa nas férias?

D: Pensei. Mas, quando chegou o fim do ano, vi o tempo que fiquei fora e desisti. É o melhor lugar do mundo. Todas as minhas férias eu vou passar em Volta Redonda. É onde tenho meus amigos e minha família.

MBH: Você quer ser pai?

D: Lógico, mas agora não. Um dia, se Deus quiser, eu vou ser pai. A gente já imagina que vai ser muito bom. Quietinho o meu filho não vai ser, mas eu vou ser um bom pai.

MBH: Sonha com casamento (Dedé namora a estudante de jornalismo Patrícia, de 21 anos)?

D: Penso, sim. Mas agora é muito cedo. Não estou preparado para casar, mas estou num caminho muito bom com a minha namorada. Tenho tudo para crescer com ela. Assim que eu casar, vou estar preparado para ter um filho. Ela não me cobra isso porque tem a mesma cabeça que eu. Por isso, dá muito certo. Do jeito que eu sou, bobo, ela é três vezes mais.

MBH: Hoje, você pode ter a mulher que quiser. Como administrar isso?

D: Eu não vejo uma mulher melhor do que a minha namorada. Ela é linda, linda, linda, mas, se ela não tivesse a beleza que tem, pela pessoa que é, eu não a trocaria por ninguém.

MBH: Qual é a parte mais bonita do seu corpo?

D: Meus olhos. Daí os brincalhões lá no Vasco me zoam dizendo que eu sou ‘Barraco com Piscina’. Pô, eles estão de sacanagem! Vai dizer que eu não tenho uma qualidade legal (risos)? É difícil ver um negro com os olhos claros.

Fonte: Marca Brasil