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Ídolo de Vasco, Urubu, Palmeiras e Corinthians, Luizão fala sobre a 'final'


Sábado, 03/12/2011 - 18:20

Poucos jogadores tiveram o privilégio de jogar e de ter sido ídolo em cinco dos principais clubes do eixo Rio-São Paulo. Hoje, muito provavelmente, torcedores de Corinthians, Palmeiras, Vasco e Flamengo gostariam de vê-lo vestindo a camisa 9 de seu time para decidir o título brasileiro a seu favor ou para atrapalhar o rival.

Luiz Carlos Bombonato Goulart, o Luizão, seria o “cara” para qualquer um dos times.

– Às vezes, ainda sinto falta do campo. Quando chega a Libertadores, por exemplo, porque sempre fui bem nesse torneio, quando vejo um cara batendo na bola para o gol... Nessa reta final de Brasileiro também dá vontade de jogar – afirmou, ao receber a equipe de reportagem do LANCENET!, em seu apartamento, na Zona Oeste de São Paulo.

Para o ex-atacante, sua carreira acabou em meados de 2006, com o título da Copa do Brasil, pelo Flamengo. Nos anos seguintes, tentou adiar o fim, atuando por São Caetano e Guaratinguetá, mas uma grave lesão nos pés naquele ano o impedia de continuar fazendo gols, de ser útil. E nem tinha motivo para dramatizar. A partir de 1994, quando foi uma das revelações do Brasileirão, jogando pelo Guarani, onde começou, teve 12 anos de carreira vitoriosa.

Fez parte da máquina palmeirense de 1996, foi campeão da Libertadores por Vasco e São Paulo, mundial pelo Corinthians e pela Seleção, disputou uma Olimpíada... Lembra-se de detalhes de cada passagem.

Hoje, é agente de jogadores, representa o português Jorge Mendes (um dos maiores do mundo) no Brasil, e tem uma rede de estacionamento em prédios comerciais, em São Paulo. Em vez de zagueiros botinudos, enfrenta a concorrência de empresários ávidos por comissões em transferências milionárias – como as que levaram Miranda e Elias para o Atlético de Madrid – e a antipatia de um ou outro dirigente de clube.

– Conheço muita gente pelo tempo que joguei, então, normalmente, sou bem recebido nos clubes. E admito que dá muita saudade da atmosfera desses grandes jogos.

Imagine, então, neste domingo, quando Corinthians e Vasco começarem a decidir o título brasileiro de 2011, nos clássicos contra Palmeiras e Flamengo, respectivamente...

O "palpitômetro" de Luizão:

Corinthians x Palmeiras
“É muito complicado um clássico desse! Mesmo mal, o Palmeiras ganhou do São Paulo, cresceu, quer atrapalhar o Corinthians... Não arrisco”

Vasco x Flamengo
“O Vasco está muito embalado. Acho que, mesmo o Flamengo precisando de um empate para garantir a vaga na Libertadores, dá Vasco”

São Paulo x Santos
“O São Paulo pode até ganhar porque o Santos vai jogar com os reservas, mas não deve pegar a vaga para Libertadores do ano que vem, não”

E as vagas na Libertadores...
“São duas vagas para seis? Ah, joga as duas vagas para cima e quem pegar é porque merece (risos). São muitos clássicos e combinações na última rodada”

AS LEMBRANÇAS DO ARTILHEIRO

Palmeiras 1996
"Fui privilegiado de jogar, com 20 anos, na equipe que Vanderlei montou. Aprendi muito. Eu me firmei como grande atleta. Foi o melhor time em que joguei na minha carreira."

O time: Velloso, Cafu, Sandro, Cléber e Júnior; Flávio Conceição, Amaral, Rivaldo e Djalminha; Muller e Luizão. Foram 27 vitórias, dois empates e uma derrota, com 102 gols feitos e 19 sofridos no Paulistão. Perdeu a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro. O time foi desmontado depois.

Vasco 1998
"A gente jogava por amor mesmo. O ambiente era maravilhoso! Sinto falta da convivência. Disseram que eu tinha sido contratado para fazer gols na Libertadores."

Carioca e Libertadores: O time era Carlos Germano, Vágner (Vitor), Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Nasa, Luisinho, Juninho Pernambucano e Pedrinho (Ramon); Donizete e Luizão. Técnico: Antônio Lopes. Eliminou Chivas (MEX), Cruzeiro, Grêmio, River Plate (ARG) e Barcelona de Guayaquil (EQU).

Corinthians 1999/00
"Foi a paixão da minha carreira, a consagração de ser respeitado como homem e atleta, onde me tornei mais ídolo, com uma das maiores médias de gols, campeão do mundo..."

Paulista, Brasileiro e Mundial: O time-base entre Paulista e Brasileiro era Dida, Índio, João Carlos, Márcio Costa e Kléber; Rincón, Vampeta, Marcelinho e Ricardinho; Edilson e Luizão. No ano seguinte, no Mundial, a zaga foi Fábio Luciano e Adilson. Luizão ganharia ainda o Paulistão de 2001.

São Paulo 2005
"Joguei seis meses e deixei uma história bonita. Aquele jogo de despedida, com gols na final da Libertadores, o estádio pedindo para eu ficar. Até hoje, vejo vídeo e me emociono."

Paulista e Libertadores: Na Libertadores, o time-base era Rogério Ceni, Fabão, Lugano e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso e Luizão. T.: Paulo Autuori. Eliminou Quilmes (MEX), The Strongest (BOL), Palmeiras, Tigres (MEX), River Plate (ARG) e, na final, Atlético-PR.

Flamengo 2006
"Era sonho jogar pelo Flamengo porque era meu time de infância. Eu tinha lesão grave e joguei com infiltração nos pés. Parei com gol na final e o único título que me faltava."

Copa do Brasil: O time era Diego, Renato Silva, Fernando e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Jônatas, Toró (Obina), Renato, Renato Augusto e Juan; Luizão. Técnico: Ney Franco. Eliminou ASA, ABC, Guarani, Atlético-MG, Ipatinga e, na final, Vasco, com duas vitórias.




Fonte: Lancenet