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NETVASCO - 17/09/2005 - 09:48 - HÁ 35 ANOS O VASCO ERA 'CAMPEÃO NO ANO DO TRI'




Este dia 17 de setembro marca o 35º aniversário de um dos títulos mais importantes da história vascaína. Foi nesta data, em 1970, que o Vasco derrotou o Botafogo por 2 a 1 no Maracanã e se sagrou campeão carioca, acabando com um jejum de 12 anos (na verdade, 11 anos e 8 meses) que permanece até hoje como o maior do clube na história da competição.

Antes de 1970, a última temporada verdadeiramente gloriosa do Vasco havia sido a de 1958. Foi o ano do Super-supercampeonato Carioca (que ganhou este nome porque necessitou de dois triangulares de desempate entre Vasco, Flamengo e Botafogo), do primeiro título do Torneio Rio-São Paulo (após uma goleada por 5 a 1 sobre a Portuguesa) e dos três vascaínos entre os titulares da Seleção Brasileira que ganhou a Copa do Mundo da Suécia (Bellini, Orlando e Vavá).

A partir daí, porém, o time entrou numa fase de vacas magras. Os únicos títulos vascaínos na década de 60 foram obtidos em torneios amistosos no Brasil (Cidade de Belém, Cinqüentenário da Federação Pernambucana, IV Centenário) e no exterior (Torneio de Santiago e Pentagonal do México). As exceções foram a I Taça Guanabara (1965) e o Torneio Rio-São Paulo (1966), sendo que neste último o Vasco dividiu o título com Corinthians, Santos e Botafogo devido à falta de datas para decidir o torneio.

Paralelamente à escassez de títulos, o Vasco vivia uma fase de instabilidade política que se refletia no comando técnico (foram 22 treinadores em dez anos) e, obviamente, dentro de campo. Como resultado, os vascaínos tiveram que agüentar quatro títulos cariocas do Botafogo (1961, 1962, 1967, 1968), três do Fluminense (1959, 1964, 1969), dois do Flamengo (1963, 1965), um do América (1960) e um do Bangu (1966). Apenas duas vezes em 11 anos (em 1961 e 1968) o Vasco conseguiu ser vice-campeão; nas outras nove, alcançou no máximo a quarta colocação.

Nada poderia fazer supor que a temporada de 1970 seria diferente. Afinal, quando o Campeonato Carioca começou, cada um dos três grandes rivais contava com um jogador titular da Seleção Brasileira que, uma semana antes, se sagrara tricampeã do mundo na Copa do México: o Flamengo tinha o zagueiro ex-vascaíno Brito; o Fluminense, o goleiro Félix; o Botafogo, o "Furacão da Copa", Jairzinho, além do técnico Zagallo. E o Vasco, tinha quem?

Bem, o Vasco tinha o treinador Elba de Pádua Lima, o Tim. Um grande estrategista que conseguiu levar um time sem grandes estrelas (os destaques eram o goleiro argentino Andrada e o atacante Silva, o "Batuta") à penúltima rodada do campeonato em condições de conquistar antecipadamente o título caso vencesse o Botafogo. Se perdesse, faria uma verdadeira decisão na última rodada contra o Fluminense - então o único com chances matemáticas de dar à taça um destino diferente de São Januário.

Mas o campeonato acabou sendo decidido mesmo na noite daquela quinta-feira, 17 de setembro. Quase 60 mil torcedores compareceram ao Maracanã, sendo a maioria formada por cruzmaltinos que não se deixaram intimidar nem pela chuva, que castigou a cidade nas 72 horas que antecederam o jogo, nem pela ausência do contundido Andrada, que cedeu lugar ao estreante Élcio.

Depois de um início nervoso, o Vasco foi aos poucos dominando o jogo e abriu o placar aos 32 minutos, com um gol de falta de Gilson Nunes. Alguns torcedores mais afoitos quiseram começar a gritar "campeão", mas Dona Dulce Rosalina não deixou: "Ainda é cedo. Agora não", pedia a torcedora-símbolo.

Veio o segundo tempo e o Vasco fez 2 a 0 aos 19 minutos, com Valfrido, num chute que resvalou no zagueiro Moisés e enganou completamente o goleiro Ubirajara. O Botafogo só descontou a seis minutos do fim (Ferretti, de cabeça), quando os gritos de "campeão" já tomavam conta do estádio. Ao fim do jogo, em meio à festa, um humilde Tim declarou: "Ninguém é dono do título. Ele pertence a todos", enquanto o massagista Santana acendia 22 velas no centro do campo para agradecer aos céus pelo título há tanto tempo esperado.

Por causa desta conquista histórica obtida justamente num ano tão especial para o futebol brasileiro, o Vasco ficou conhecido durante vários anos como o "Campeão no ano do Tri".


FOTOS, ÁUDIOS E TEXTOS SOBRE O TÍTULO (Clique no link)

Silva marca na vitória sobre o Flamengo no 1º turno (foto)
Time posa para foto antes de enfrentar o Madureira pelo 2º turno (foto)
Ingresso de Vasco 2 x 1 Botafogo (foto)
Narração do gol de Gilson Nunes por Wagner Luiz (áudio)
Valfrido chuta para fazer o gol do título (foto)
Narração do gol de Valfrido por Wagner Luiz (áudio)
Silva, o "Batuta", camisa 10 do Vasco, comemora o título (foto)
Crônica "O término do jejum", de autoria de Mauro Prais (texto)
Reportagem da Revista Placar da época sobre Vasco 2 x 1 Botafogo (texto)
Time posa com faixa de campeão antes de Flu x Vasco pela última rodada (foto)
Campanha do Vasco no Campeonato Carioca 1970 (tabela)
Valfrido no "Casaca no Rádio" em 3 de janeiro de 2005 (foto)


FICHA TÉCNICA DO JOGO DECISIVO

VASCO 2 X 1 BOTAFOGO

Competição: Campeonato Carioca (2º Turno - 6ª Rodada).

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (GB).
Data: 17/setembro/1970 (quinta-feira). Hora: 21h30min.

Árbitro: José Aldo Pereira.
Auxiliares: Eduardo Meneses e Eduardo Monteiro.

Público: 59.110 pagantes. Renda: CR$ 254.512,50.

Gols: Gílson Nunes (falta) 32'/1ºT (VAS), Valfrido* 13'/2ºT (VAS) e Ferretti (cabeça) 39'/2ºT (BOT).

VASCO: Élcio; Fidélis, Moacir, Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luís Carlos (Ademir), Valfrido, Silva e Gilson Nunes. Técnico: Elba de Pádua Lima (Tim).

BOTAFOGO: Ubirajara; Moreira, Moisés, Leônidas e Valtencir (Botinha); Nei e Careca; Zequinha, Nílson (Ferretti), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagallo.

Preliminar: Madureira 2 x 1 Campo Grande (Campeonato Carioca).

* Algumas fontes creditam o segundo gol do Vasco a Moisés, contra.


OS HERÓIS DO TÍTULO

JOGADOR        NOME COMPLETO                   POSIÇÃO     JOGOS    GOLS 


Alcir Alcir Pinto Portella meio-campo 18 2
Ademir Ademir da Silva meio-campo 12 1
Andrada Edgard Norberto Andrada goleiro 16 (11)
Batista João Batista de Souza Oliveira lateral 9 -
Benetti José Benetti meio-campo 1 -
Buglê José Alberto Bougleaux meio-campo 18 4
Clóvis Clóvis Guimarães Queirós zagueiro 2 -
Eberval Eberval Vitonno Silva lateral 9 -
Élcio Élcio Araújo goleiro 2 (3)
Ferreira Benedito Benjamim Ferreira lateral 1 -
Fidélis José Maria Fidélis dos Santos lateral 18 1
Gílson Nunes Gílson Siqueira Nunes atacante 18 3
Jaílson Jaílson Guimarães atacante 10 1
Joel Joel Natalino Santana zagueiro 2 -
Kosilek João Kosilek Júnior atacante 5 -
Luiz Carlos Luiz Carlos Silva Lemos atacante 14 2
Moacir Moacir Eustáquio Antunes zagueiro 18 -
Renê Renê Carlos da Silva zagueiro 15 -
Silva Válter Machado da Silva atacante 18 10*
Valfrido Valfrido Campos Filho atacante 17 6**
Willi Willi Schmidt meio-campo 2 - * Algumas fontes creditam a Chiquinho (contra), e não a Silva, o 1º gol do Vasco na vitória por 2 a 1 contra o Bonsucesso. Por isso, o total de gols marcados por Silva no campeonato varia entre 9 e 10 de acordo com a fonte. ** Algumas fontes creditam a Moisés (contra), e não a Valfrido, o 2º gol do Vasco na vitória por 2 a 1 contra o Botafogo. Por isso, o total de gols marcados por Valfrido no campeonato varia entre 5 e 6 de acordo com a fonte.
Fonte: NETVASCO, Site de Mauro Prais, Revista Placar, Jornal dos Sports, Livro "Campeonato Carioca: 96 Anos de História, 1902-1997"


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