Confira mais trechos da entrevista coletiva de Jorginho após Vasco 2 x 3 Sampaio Corrêa
Sexta-feira, 28/10/2022 - 00:58
O Vasco perdeu de virada para o Sampaio Corrêa por 3 a 2 em jogo válido pela 37ª rodada da Série B em São Januário, e o técnico Jorginho, na coletiva de imprensa logo após a partida, lamentou o resultado na partida que poderia garantir o acesso para a primeira divisão.

Com 59 pontos, o Vasco ocupa a terceira colocação na classificação da segunda divisão e ainda pode garantir o acesso nesta sexta-feira. Para isso, precisa que Londrina e Ituano empatem e que o Sport não vença o Operário. Caso não aconteça, a decisão vai ficar para a última rodada, no confronto direto com o Ituano.

- Sabemos que vamos aguardar até amanhã, mas já temos que estar começando a preparar a mente e o coração para uma decisão. Claro que vamos estar amanhã torcendo para que as coisas aconteçam bem lá em Londrina. Como profissional precisamos estar preparados para isso. É muito simples quando as coisas acontecem bem, que a torcida está apoiando, todo mundo aplaudindo e a gente está junto, unido. Esse é o momento mais importante, é o que eu falei para os jogadores. A gente precisa se unir. Uma derrota, dolorosa, todo mundo sente, a gente sente a dor do torcedor. Mas nós somos profissionais, temos personalidade forte, homens de caráter, e a gente vai em busca do nosso objetivo - disse o treinador vascaíno.

- Se por acaso acontecer uma vitória do Ituano amanhã a gente vai para trazer o acesso no campo deles. Sabemos que vai ser muto difícil, vai ser uma batalha literalmente. Mas acredito muito no elenco. Ao mesmo tempo que a gente perdeu o primeiro jogo em casa no ano, a gente não tinha uma virada há mais de 400 dias, viramos um fora de casa e um fora. Esse é o futebol, a gente tem que acreditar sempre, colocar a coisa para cima. A gente sente muito a derrota, mas ela nos ensina - acrescentou.

Jorginho abriu a coletiva explicando sua opção de começar com Palacios e Nenê como titulares nos lugares de Yuri Lara e Alex Teixeira.

- Há três semanas o Yuri vem sofrendo dores no púbis. Inclusive ele não treinou ontem, para que pudesse pelo menos ter condições de ter meio tempo do jogo. Ele tem jogado no sacrifício. Também foi opção nossa, já que tanto no jogo contra o Sport e o Criciúma o Palácios entrou e deu mobilidade maior para a equipe. Conseguimos empatar o jogo lá e uma virada. Então essa foi a opção. O Yuri conversou com médicos, comigo, e a gente tomou a decisão de segurá-lo. Esse foi o pensamento - disse ele.

- Ele sentiu algumas dores, mas nada que fosse preocupante. Bem diferente do Yuri, que já vem sentindo as dores há algum tempo. Os médicos podem falar um pouquinho mais detalhadamente a respeito disso. Mas é um jogador que falou: "Professor, se precisar..." A gente tem visto, e ele tem saído às vezes com muitas dores. Mas ele é guerreiro, é esse tipo de jogador mesmo. E normalmente temos entrado com ele e depois para ter uma construção normalmente com uma qualidade melhor, porque ele é um jogador de muita contenção. Já o Palácios é de muita criatividade, que mudou o jogo no segundo tempo. Fizemos um gol, as coisas estavam caminhando, tivemos grande oportunidade com o Figueiredo, poderia ter feito 2 a 0, mudaria completamente o jogo - explicou o comandante, que garantiu que o Vasco sobe:


- Mas futebol é isso, tem surpresas, e tem que estar preparado para essas situações pela dificuldade, pelos percalços que acontecem. Se ficar abatido não adianta. Nesse momento mais importante é acreditar, não desistir. E a responsabilidade pode vir para cima do treinador, sem problema nenhum. Já vivi muitas situações como essa e assumo a responsabilidade. Nós vamos subir - disse.

- Não é questão de abalar confiança, é a realidade. Se não sentir uma dor dessa, ainda mais da forma como aconteceu. Por exemplo, nós tomarmos o terceiro gol com uma superioridade numérica pelo lado, deveria ter diminuído o espaço, teriam que ter saído três jogadores e não dois, para dificultar justamente uma bola na área, é uma coisa que dói muito. Mas a gente entende que não adianta ficar cabisbaixo, o que nos resta, situações que já passei na minha vida, é acreditar. Esse grupo tem demonstrado isso, que consegue se superar, e nós vamos superar essa situação - completou.

A equipe vascaína tem pela frente o Ituano, fora de casa, na última rodada em duelo que pode ser confronto direto por uma vaga na primeira divisão.

Veja mais da coletiva de Jorginho:

Vaias a Thiago Rodrigues e Nenê

- A gente está junto em todos os momentos, então lamento muito uma situação como essa porque a vaia não ajuda, atrapalha. E dependendo do jogador sente ainda mais. E se tem algum culpado aqui sou eu. Eu sou o treinador da equipe, quem escala sou eu.

Substituições na partida

- Sempre quando você está perdendo um jogo, as substituições se tornam duvidosas. Funcionou porque a gente empatou, aí vai falar que porque a gente perdeu, tomou um gol no último lance do jogo, as coisas não aconteceram. O volume aumentou com as substituições, com a entrada do Pec, do Alex, do Tubarão, o próprio Fábio, um jogador de característica diferente do Eguinaldo, com mais presença de área. As mudanças que nós fizemos, colocar o Figueiredo na lateral direita deu força por aquele lado, já que a gente não estava conseguindo isso. O Léo é um jogador que cresceu muito na minha chegada aqui, fez gols importantes, mas a gente viu que não estava acontecendo e a gente estava sofrendo um pouco até na marcação. Com o Figueiredo a gente conseguiu sustentar um pouco mais na defesa e melhorar a criação. Eu gostei das substituições, aconteceram, mas a gente infelizmente tomou o gol. Eu não gosto, sinceramente. Se tem alguém responsável sempre é o treinador. Eu sei que o treinador pode xingar, eu estou acostumado com essa situação.

- Quando as coisas vão bem, as pessoas aplaudem, quando não vão bem a gente entende. O torcedor é passional, apaixonado. Ele que vai permanecer, todos nós aqui, treinador, atletas, somos passageiros. O torcedor está machucado com a Segunda Divisão, quer desesperadamente fazer com que a equipe suba logo. A gente entende a dor deles, o xingamento, sem problema nenhum, mas a responsabilidade é do treinador, não de um jogador. O Thiago tomou gol porque é goleiro, mas tivemos erros antes. A gente fez gol dessa forma, e a gente não pode. Tem que igualar quando têm três jogadores ali. A gente tinha que ter saído com mais um jogador, mas infelizmente não teve essa leitura.

Londrina x Ituano

- Claro que a gente deseja muito que as coisas aconteçam favoráveis para a gente. Já poderia ter saído daqui hoje com uma vitória fantástica, com clima totalmente diferente, e principalmente no último jogo nosso aqui, diante da nossa torcida. Não conquistamos isso, agora não adianta ficar secando, torcendo, porque futebol não é assim. O que a gente precisa agora é preparar a nossa mente, coração, para uma grande batalha contra o Ituano, independentemente do que acontecer (em Londrina).

Sobre o time sentir a pressão

- A pressão aqui é sempre grande. São Januário, como eu falei, a torcida está muito machucada com tudo que aconteceu. Eu que vivi lá 2015 para 2016, a gente conquistou o acesso no último jogo. É difícil para o torcedor, ele não quer viver mais isso, pela grandeza do Vasco da Gama e da torcida. A gente entende esse momento difícil, mas como profissionais, como alguém que já participou de tantas situações de sucesso, de insucesso, de virar a página de acreditar quando tudo parece perdido. A gente está cinco pontos na frente do Ituano e amanhã pode estar mais tranquilo, mas a gente vai estar muito preparado para essa decisão.



Fonte: ge