Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Marcelo Cabo após Vasco 3 x 0 CRB
Sábado, 19/06/2021 - 19:48
O Vasco conseguiu sua primeira vitória como mandante na Série B 2021. Neste sábado, o Cruz-Maltino bateu o CRB por 3 a 0, gols de Cano, Léo Jabá e Marquinhos Gabriel, e chegou aos sete pontos ganhos em cinco rodadas no Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico Marcelo Cabo relembrou as derrotas recentes para Operário e Avaí em São Januário e avisou que a mudança não foi apenas de peças, mas sim de atitude.

- Queria dedicar essa vitória aos torcedores. Eles estavam sedentos por essa vitória em casa. Demorou, mas veio do tamanho do Vasco da Gama. Tivemos um início com dois resultados adversos em casa, mas soubemos preparar uma equipe hoje que tivesse essa vitória elástica e consistente. Se o Vasco mantiver essa média de seis pontos a cada três jogos, vai ser bom. É a tônica da competição. Essa vitória traz confiança ao grupo. Precisamos ter tranquilidade. Quando a gente perde como quarta, não está tudo errado. Assim como não está tudo certo hoje. Recalculamos a rota. Eu como comandante preciso tomar decisões. A mudança hoje não foi só de peças, foi de atitude. Que agora a gente possa emplacar uma série de vitórias.

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Recalculando rota

Após a derrota de quarta-feira, sentamos e buscamos planejar o jogo de hoje. O Vasco trabalha dentro de um planejamento, temos um diretor de futebol muito atuante, temos uma diretoria que apoia a todo o momento. Relampejamos esse momento que estávamos vivendo. Não só eu, tecnicamente, como as diretrizes do futebol do Vasco na questão técnica. Sentamos com os jogadores, fizemos as reuniões necessárias, internas, com os segmentos do clube, para que pudéssemos nortear e se recuperar.

Pressão dos torcedores

O profissional que trabalha em um clube da grandeza do Vasco tem que estar preparado para as cobranças. O Vasco vai ser cobrado sempre pelo melhor resultado e pela melhor performance. Mas, circunstancialmente, a gente não consegue. Felizmente tivemos muita sabedoria e tomamos as decisões que precisávamos tomar. Essa vitória é de todos, porque todos trabalharam muito para que pudéssemos recolocar o Vasco no caminho da vitória. Uma vitória importante dentro de casa para que nos traga confiança. O Vasco precisa sempre estar forte dentro de casa.

Mudança no esquema tático

A mudança de plataforma de jogo, quando estamos vivendo alguma adversidade, alguma turbulência, eu, como comandante, preciso recalcular rota. Foi isso que fiz de quarta-feira para cá. Trocamos alguns jogadores, trocamos a plataforma de jogo, fizemos uma construção de trás para frente diante do estudo que fizemos do time do CRB, que é um time que atrai muito o adversário para sair jogando com seu goleiro apoiado, que crie 40, 50m para trás. Tivemos a leitura do adversário. A entrada do MT foi justamente para bloquear a descida do lateral-direito deles que é muito forte. Estudamos bem. Ofertamos a eles o primeiro terço do jogo. Busquei uma compactação maior do time. E nem por causa disso deixamos de criar muitas oportunidades.

Parabenizar os atletas, que entenderam a mudança que fizemos de ideia de jogo. Eu, como treinador, preciso criar algumas alternativas táticas. Entendemos e criamos esse mecanismo para esse jogo e graças a Deus deu certo e saímos com uma boa vitória. Uma vitória onde o Vasco não leva gol, onde conseguimos corrigir o que detectávamos que precisava corrigir. Tivemos uma equipe mais próxima, mais coesa. E construímos uma vitória de 3 a 0 em um adversário que fez 4 a 3 em cima do Cruzeiro no Mineirão. Temos que ter os pés no chão, continuar trabalhando e entender essa vitória como uma confiança que traz para esse grupo, para que possamos prosseguir no caminho das vitórias.

Volta de Leandro Castán

Ele já tem uma história muito bonita no Vasco, de entrega, de dedicação, é o capitão, é o líder. Ele fez valer a braçadeira de capitão de quarta-feira para cá. Ele tomou a responsabilidade de capitanear os companheiros. E isso foi uma das circunstâncias que fez chegarmos a essa vitória. Ele vinha de um tempo de inatividade e vínhamos trabalhando ele. Sabíamos que o planejamento era para ele voltar hoje. Não poderíamos antecipar essa volta. Tínhamos certeza que hoje ele seria importante, dentro do campo, no vestiário, liderando. Quando o Riquelme sentiu cãibra no fim ele o pegou pelo ombro e disse: "você consegue ir mais, você vai mais" e o Riquelme quase terminou o jogo. Isso é o papel de um líder. Ele performou muito, se doou, se entregou. E tecnicamente foi muito bem e mais uma vez o Vasco sai sem tomar gol.

Achou a dupla de zaga ideal?

O treinador precisa ter convicção. Precisamos diferenciar teimosia de convicção. O treinador tem que ter esse equilíbrio. Quando contratamos o Ernando, foi com muita convicção, que trazíamos um jogador experiente, de muita qualidade, com uma bagagem muito grande, que iria agregar ao Vasco muitos valores. Claro que ele ficou um tempo em inatividade. Na volta ele sentiu um pouquinho a sequência. Por isso que o tirei do jogo de quarta. Ele vinha em uma sequência muito árdua e precisávamos dar uma recuperada para que ele voltasse hoje. Hoje a zaga Ernando e Castán é a que temos ideia para o próximo jogo, mas o futebol é muito dinâmico. Então precisamos entender a sequência. Foi uma dupla que deu encaixe, que deu liga hoje, terminamos o jogo sem tomar gol. Tivemos um sistema defensivo muito consistente. Não foi só a dupla de zaga, mas fico feliz pela entrega desses jogadores. Ernando sentiu cãibra no fim, mas disse que dava para ir até o fim e conseguimos terminar sem tomar gol. Esse é o espírito do Vasco.

MT

Da ideia de jogo que construí, que criássemos o jogo na forma de um losango, que ele pudesse, com a bola, ser o meia esquerda da equipe e, sem a bola, encaixasse na subida no Reginaldo. Trabalhamos isso e ele cumpriu a função muito bem. Apesar do tempo de inatividade, ele suportou o máximo possível e nos entregou naqueles 60, 70 minutos, o que esperávamos.

Riquelme

Vou voltar um pouquinho no tempo e vou lembrar o jogo contra o Madureira, onde tomamos um gol e houve muito questionamento a ele. Naquele momento falei que o Riquelme tem que ter um processo de evolução e foi isso que fizemos naquele momento. Para ele ir amadurecendo, colocando aos poucos, ganhando confiança, trabalhando o sistema defensivo dele, porque ele é muito agudo, muito forte para frente e eu precisava trabalhar outras valências dele e hoje ele foi muito bem. Ganhamos um jovem talento.

Mais sobre aspectos táticos

Criamos uma ideia de jogo, começamos a construir o sistema defensivo de trás para frente. Coloquei três homens na frente da zaga, que pudessem fazer esse balanço e pudessem deixar o Marquinhos mais confortável quando pegasse a bola para fazer a ligação e a transição da equipe. Baixei um pouco a linha, comecei a marcar no segundo terço, para pressionarmos quando houvesse desequilíbrio do adversário, tanto que Cano roubou uma bola e quase fez um gol com a marcação que elaboramos.

A sustentabilidade que o Castán nos dá no sistema defensivo é muito grande em todos os aspectos pela sua experiência E criamos uma plataforma de jogo que pudéssemos ter o Morato e o Marquinhos Gabriel com um pouco mais liberdade na criação. Vale ressaltar o empenho do Cano com e sem a bola. Fez uma grande partida também. Uma entrega de todos. Do Cano ao Lucão. E quero parabenizar também os jogadores que entraram. Matias, Juninho, Léo Jabá, que fez uma grande partida, o Andrey, que entrou para fechar o setor, o Michel... Mostra que o Vasco tem um elenco comprometido e qualificado e vamos continuar trabalhando muito para buscar essa sequência de vitórias e entrar no G-4, que é nosso objetivo.



Fonte: ge