Vasco está há 100 dias sem lesões musculares no seu elenco profissional; dr. Marcos Teixeira comenta
Sexta-feira, 29/01/2021 - 16:02
Envolvido na luta contra o rebaixamento, o Vasco precisa ter força máxima para garantir a permanência na Série A. Baixas por suspensão acontecem corriqueiramente, mas o time não vem sofrendo com lesões musculares. A última aconteceu há exatos 100 dias, quando Germán Cano apresentou problema na coxa direita durante o aquecimento realizado antes da derrota por 2 a 1 para o Corinthians, em 21 de outubro.

No período, Ricardo Graça teve de ser uma operado por conta de uma apendicite aguda sofrida às vésperas da estreia de Vanderlei Luxemburgo, contra o Atlético-GO, no início do mês. Tal problema, porém, não poderia ser evitado de forma preventiva.

No mesmo intervalo de dias, Bruno Gomes foi baixa por três jogos por conta de um Impacto Fêmoro Acetabular (IFA), uma questão crônica que apresenta no quadril. Benítez perdeu o mesmo número de jogos por conta de um edema produzido por um trauma, ou seja uma pancada, o que configura contusão. São outros dois casos que o trabalho preventivo não surtiria efeito.

Prevenção, qualidade dos profissionais e trabalho integrado de departamentos, aliás, são palavras-chave para o chefe do departamento médico do Vasco, Marcos Teixeira, na condução do processo para evitar que atletas sofram lesões musculares.

- Este é um sucesso de três pilares: a excelente integração do departamento médico com a comissão técnica, o entendimento dos jogadores sobre os processos de trabalho e a qualidade ímpar dos integrantes do DM.

- Ao longo dos anos, reconstruímos e aprimoramos a filosofia do nosso departamento em que através da escolha dos melhores profissionais na sua área e de investimento em tecnologia, conseguimos minimizar as lesões que podemos evitar de forma preventiva de modo a disponibilizar o máximo possível de jogadores para o treinador com a melhor performance física possível - afirmou Teixeira.

O Vasco é o clube que menos sofreu baixas médicas nos últimos 100 dias. Veja abaixo levantamento feito pelo jornalista Roberto Maleson, do Espião Estatístico:



Confira todas as baixas médicas sofridas pelo Vasco de janeiro de 2020 ao mesmo mês de 2021. O clube é um dos três que menos apresentaram problemas desta ordem:



Confira outras duas perguntas, uma feita a Teixeira, e outra direcionada a Marcos Cezar, coordenador científico do Vasco:

Como está sendo feito o planejamento para que não haja lesões nesses seis jogos finais?

Marcos Cezar: - Além do rigoroso controle das cargas que é realizado diariamente, todo planejamento é baseado principalmente em dois pilares: prevenção e recuperação. No aspecto preventivo, os atletas possuem rotinas individualizadas que são realizadas antes e/ou após todas as sessões de treinamento visando prevenir lesões. Já o processo de recuperação se inicia logo após cada atividade (treino/jogos).

- São ofertados aos atletas inúmeros recursos para que eles consigam se recuperar de maneira satisfatória. Cabe enfatizar que todo sucesso que temos obtido na condução destes dois processos é fruto de uma relação transdisciplinar envolvendo todo departamento de saúde e performance do clube. Cada área do departamento (fisiologia/fisioterapia/preparação física/medicina/nutrição/psicologia) tem a sua parcela de contribuição. Dentro de suas especialidades, todas colaboram diariamente para que as rotinas de prevenção e recuperação sejam realizadas com excelência.

- Excelência esta que tem nos proporcionado há um bom tempo o privilégio de estarmos com todos os atletas sempre à disposição da comissão técnica. Isso certamente será um diferencial nestes jogos finais. Como estamos chegando ao final de uma temporada singular, onde convivemos com uma pandemia, a força do elenco sem dúvidas será um grande trunfo.

É possível que recomendem que atletas sejam poupados, como no caso do Benítez com o Bragantino, até a reta final?

Marcos Teixeira: - Esse tipo de recomendação leva em conta múltiplos fatores que são captados através de toda tecnologia e conhecimento envolvidos nas avaliações diárias que fizemos nos jogadores. Sabemos que "poupar" um jogador pode representar que ele não perca até meses de jogos por lesão. No entanto, essa decisão não pode nunca se desconectar do momento do time, dos jogos decisivos e das necessidades do treinador. Por isso essa gestão global é tão importante.

Fonte: ge