Rodrigo Caetano: 'Muito pouco provável que haja uma continuidade nessa conversa, que não passou de uma sondagem'
Quarta-feira, 30/12/2020 - 21:52
Em entrevista ao canal Atenção Vascaínos, na noite desta quarta-feira (30/12), o executivo Rodrigo Caetano falou sobre seu trabalho no Internacional e a possibilidade de assumir um cargo no Vasco.

- Na verdade, ontem foi meu último dia de trabalho. Foram praticamente 3 anos aqui no Internacional, 2 anos e 8 meses. Foi um trabalho novamente num resgate, numa recuperação do clube que, em 2008, quando cheguei aqui era o 1º ano de retorno à 1ª divisão. De lá para cá, o Internacional recuperou o seu lugar. Faltou um título de expressão, bateu na trave na Copa do Brasil do ano passado. O Internacional voltou a ser respeitado tanto no cenário nacional como também no Sul-Americano. Ganhando do Boca, do Palmeiras, liderando o Campeonato Brasileiro, participando 3 anos em sequência da Copa Libertadores. Somando ao fato da promoção de vários garotos, acho que acabamos cumprindo a nossa missão. Meu contrato se encerra.

Sobre a possibilidade de ser contratado pelo Vasco:

- Vou me dar o direito de analisar as possibilidades que vão existir. Que fique muito claro para a torcida vascaína, que eu tenho o maior respeito, tive duas passagens, só carrego comigo boas lembranças, não houve nenhum tipo de proposta. Houve sim uma ligação do futuro presidente, que assume, o Salgado que tenho uma ótima relação, que conheço. Aliás, conheço todos esses personagens do Vasco, Alexandre Campello, meu amigo pessoal, José Luís Moreira, como outros que por aí passaram. Houve uma ligação na época que foi confirmada sua eleição, naquele momento eu tinha contrato com o Internacional. Lhe disse que mais à frente a gente pode falar se realmente for a sua intenção, nós podemos falar a respeito de algum tipo de projeto. Na semana passada, depois que fiz meu pronunciamento de saída e minha conversa com o futuro presidente do Internacional, que eram duas etapas que eu precisava cumprir. Ficou oficializado que eu não renovaria o contrato. Eu tentei retornar ao presidente Salgado duas vezes, mas ele acabou que não pode atender. No início dessa semana ele voltou a falar, mais a nível de uma consulta, de probabilidade, eu disse a ele que dia 31 encerra o meu contrato, a partir daí, certamente vou estar aberto a uma conversa. A ouvir muito mais do que uma proposta, muito mais em relação a projeto. Saber realmente qual é a intenção dele, de seus pares, para o futuro do Vasco. As notícias já aconteceram. Provavelmente o Vasco já contratou um profissional para essa área, para essa função. Muito pouco provável que haja uma continuidade nessa conversa, que não passou de uma sondagem. Não houve nenhum tipo de proposta de trabalho nem tampouco aprofundamos a respeito de projeto. Muito mais porque eu tinha meu compromisso com o Internacional e pela necessidade de urgência do Vasco em relação a resolver os seus problemas muito mais rapidamente. Creio que por isso mesmo eles acabaram, ou acabarão, anunciando os novos profissionais, tanto executivo como técnico.

Sobre possibilidade de assumir como CEO na nova estrutura:

- Eu não tive conhecimento. A conversa não foi aprofundada a esse ponto. Foi uma ligação apenas para saber como estava a minha situação com o Internacional. Aqui que eu disse, eu preciso cumprir algumas etapas. Preciso fazer o último jogo com o Internacional, preciso ter a conversa com o futuro presidente. Eu preciso também definir a situação com um clube que havia me sondado antes. E tudo isso aconteceu. Foi por conta disso que eu retornei. Eu desconheço a estrutura planejada. É óbvio que você ter bons profissionais na sua estrutura sempre é válido. Não sei até que ponto o Vasco está hoje capacitado em termos financeiros para suportar uma estrutura assim. Mas isso é apenas opinião porque eu desconheço. Não chegamos a esse nível de detalhamento. O que eu sei, porque acompanho, mesmo trabalhando em outros clubes, sempre acompanhei muito de perto o Vasco. Às vezes passo batido por essa questão política que é algo que não me atrai. Traz muito mais dano que benefício à imagem do clube. Mas o que diz respeito à restruturação, apesar de toda a dificuldade financeira, lamentavelmente corriqueira no clube, a questão da baixa arrecadação. O clube nos últimos anos melhorou muito a nível de infraestrutura da época que eu trabalhei para agora. Fiquei muito feliz com a inauguração do Centro de Treinamento, vai ter também a inauguração do Centro de Treinamento da base. Belíssimo trabalho realizado pelo Carlos Brazil, PC Gusmão e vários outros profissionais. Estão fazendo um trabalho elogiável com essa dificuldade toda, fomentando jovens valores. O Vasco não só chegando nas competições, chegou em Copa São Paulo, mas principalmente abastecendo a equipe profissional. Isso é um alento para o torcedor. Isso gera uma esperança para o torcedor. Para quem conhece a história do Vasco, vai sempre lembrar que as equipes vencedoras do Vasco tiveram jogadores formados no clube como sendo a sua base de sustentação. Por esse lado a gestão atual vai deixar um ótimo legado e tomara que a partir do Jorge Salgado possa também se reestruturar financeiramente, reduzir seu passivo.

Sobre a possibilidade de ainda receber um telefonema de Jorge Salgado:

- Muito difícil eu falar a respeito, por todas as notícias, já tem um profissional contratado. Eu desconheço uma estrutura que permita isso. Mas eu atender o Jorge Salgado, o Alexandre Campello, assim como atenderia com enorme prazer o saudoso presidente Eurico Miranda, o José Luís Moreira, Roberto Dinamite, todos aqueles que eu convivi. Com o maior prazer porque todos sabem o carinho que eu tenho pelo clube. Esse carinho do torcedor eu vivi isso não só quando eu estava no Vasco. Durante esse período, onde eu ando, seja no Rio, seja fora do Rio, que me reconhecem, sempre me dão uma palavra de carinho, de gratidão, muito bacana de toda torcida vascaína. Para mim tem muito valor. Mas eu não posso falar em hipótese, não posso falar em possibilidade. O que eu desejo é que o Vasco possa em 2021, se recuperar o mais rápido possível, como o Vanderlei gosta de dizer, da "zona da confusão" e mirar coisas maiores. O Vasco é gigante demais, tem torcida demais. Tem determinados clubes que passam por dificuldades. Quando você fala que vai trabalhar para resgatar, para recolocar nas disputas, pode parecer pouco, mas é muita coisa. Só um ganha. Mas quando você está lá em cima, disputando Copa Libertadores, Copa do Brasil, finais, semifinais, Campeonato Brasileiro em G4, G5, G3, uma hora você vai ganhar. É ali que têm que estar frequentando clubes do tamanho e do gigantismo do Vasco. É para isso que eu vou torcer muito que ocorra. Mas eu não posso falar de algo que eu não recebi proposta, de algo que nesse momento é mera hipótese. Com todo carinho, com todo respeito e com toda gratidão que eu tenho com a torcida do Vasco.



Fonte: NETVASCO