Chance de Vasco e Botafogo se salvarem juntos do rebaixamento vai de 5% a 8%, apontam matemáticos
Terça-feira, 08/12/2020 - 09:51
Mais um ano complicado vem amargando a vida de botafoguenses e vascaínos. Com os dois clubes na zona de rebaixamento e o Campeonato Brasileiro avançando em sua metade final, já são reais as chances de que pelo uma das equipes dispute a Série B em 2021. As calculadoras já começam a fazer parte do dia a dia dos torcedores, e O GLOBO procurou matemáticos para explicar a situação dos clubes e tentar entender a pontuação necessária para escapar do fantasma da segunda divisão em um Brasileirão diferente em ano de pandemia.

Em meio a campanhas pífias, um fato parece cada vez mais estatisticamente provável: ao menos um carioca estará na Série B do ano que vem. De acordo com o matemático Tristão Garcia, do site Infobola, as chances de Botafogo e Vasco se salvarem juntos são de 8%. Para Gilcione Nonato Costa, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o número é ainda menor: 5%.

Ainda segundo os cálculos do professor mineiro, a chance de uma das duas equipes cair é de 74%, enquanto a de um duplo rebaixamento entre os cariocas chega a 21%. Já nas contas do especialista do Infobola, as chances de queda de uma única equipe são de 62%, contra 30% de chances da queda conjunta de Botafogo e Vasco.

Em inúmeras edições do Brasileirão, o número de 45 pontos foi quase um mantra dos torcedores acostumados com a briga contra o Z-4, já que esta costumava ser a pontuação de "segurança" para escapar do rebaixamento. Tristão Garcia acredita que o número se repetirá neste ano.

— Estamos com 62% do campeonato jogados e os cálculos já apontam para 45. Não deve haver uma pontuação alta, mas sim reduzir esse número — explica Tristão

O matemático observa que, embora as probabilidades já possam ser calculadas, é provável que o número de pontos necessários caia até o fim do Brasileirão. Mas, alerta ele, a dificuldade para as equipes na briga deve ser a mesma caso se mantenha a dificuldade em somar pontos:

— Não está alto, poderia estar mais para esse momento. Esses times que estão ameaçados não mostraram ser grandes pontuadores — explica Garcia, incluindo equipes de fora do Z-4 mas que lutam contra a queda, como o Sport.

Gilcione Nonato Costa, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita que é possível um time escapar do rebaixamento mesmo não chegando aos "mágicos" 45 pontos.

— O que projetam as estatísticas é que, com 43 pontos, o risco de queda é de 12%, muito pequeno. Acredito que, com 43, um time vai se salvar — aposta Gilcione.

Na parte de baixo da tabela, qualquer detalhe é importante. Um mísero pontinho pode fazer a diferença entre permanecer na elite ou jogar a Série B no ano que vem. Se acha que um time escapa com 43 pontos, o matemático mineiro calcula que terminar o Brasileirão com 42 pontos traz 27% de chances de queda. Com 41, a probabilidade já sobe para 50%:

— Terminar com 41 é um risco muito grande, é imprevisível. O o ideal é ficar entre 42 e 43 pontos.

As estatísticas não são animadoras especialmente para a torcida do Botafogo. A equipe de General Severiano é, entre os cariocas, a que tem mais riscos de ir à Segundona, com 83% segundo o Infobola e 81,6% segundo o matemático da UFMG.

O alvinegro fez apenas 20 pontos em 23 jogos, ou seja, menos de um terço de um universo de 69 pontos em disputa. Precisa agora conquistar 25 dos próximos 45 pontos, subindo seu aproveitamento de 29% para 55,5%, para chegar à segurança dos 45 pontos. Situação difícil para uma equipe que só conseguiu três vitórias no campeonato até o momento.

No Vasco, a situação também é complexa, mas uma luz no fim do túnel parece ser uma possibilidade mais concreta. Tal qual o rival, a equipe tem um jogo a menos, ou seja, 45 pontos para disputar. Destes, precisará arrancar 20 para garantir a "nota de corte". As possibilidades de queda do clube de São Januário são estimadas em 39%, pelo site Infobola, e 42,5%, pela UFMG.

Para Tristão, é possível um time se salvar mesmo com menos pontos do que o previsto estatisticamente, mas as equipes não devem contar com essa possibilidade:

— É comum, só que não é garantido. O número do rebaixamento não é prêmio, é um castigo muito severo.

Fonte: O Globo Online