Bruno César agradece nova chance no Vasco: 'Sei que estou devendo, tenho a minha autocritica'
Quinta-feira, 25/06/2020 - 21:04
Bruno César falou pela primeira vez desde que foi reintegrado ao Vasco. Em transmissão ao vivo pela Vasco TV, o meia comentou o período em que ficou afastado no começo do ano e como foi reintegrado pelo técnico Ramon Menezes. Ele agradeceu a nova chance e admitiu estar devendo por conta de um 2019 de poucas participações.

O Vasco contratou Bruno César em janeiro de 2019. Depois de um Carioca de oportunidades, perdeu espaço e terminou a temporada como reserva - marcou quatro gols em 30 partidas. Em janeiro de 2020, quando do começo da pré-temporada do então técnico Abel Braga, a direção anunciou que ele estava fora dos planos. O afastamento terminou com a efetivação de Ramon. Por ora, são seis meses sem jogar e a expectativa de do retorno com a volta das competições suspensas por conta da pandemia do novo coronavírus.

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- Eu creio que vou ter de resgatar a confiança nos jogos, no dia a dia. Vou ter de mostrar que o ano foi diferente. Eu não posso dizer aqui, tenho é de mostrar dentro de campo. Cheguei aqui, e a torcida do Vasco tinha uma confiança por mim e eu não pude oferecer isso a eles. É claro que sei que estou devendo, tenho a minha autocritica, sei que não fiz um bom ano - disse o jogador, para completar:

- Estou aqui porque eu quero. Eu quero vestir essa camisa. Eu fiquei três meses quase sem respaldo nenhum. Se fosse outro... Em nenhum momento, eu critiquei o clube ou a direção. O clube está acima de qualquer jogador, então, tem de ter respeito mesmo que eventualmente não pague salário. O clube tem torcida, devemos esse respeito a ela. Se fosse outro jogador poderia ter colocado na Justiça.



Nos treinos comandados por Ramon visando o confronto com o Macaé, domingo, pela quarta rodada da Taça Rio, Bruno César foi testado como titular. O atleta respondeu como deve ser o seu aproveitamento na equipe:

- Meu posicionamento tem sido um pouco mais atrás, da maneira que eu gosto mesmo. Quando despontei ao futebol, pelo Santo André, eu jogava assim. Fomos vice do Paulista. Assim, você pega a bola bem de frente. Mas é aquilo: claro que tenho preferência, mas eu estou aqui para ajudar.

Ainda na gestão de Abelão, Ramon era auxiliar técnico. Bruno César, aliás, revelou ter tido uma conversa decisiva com o agora técnico para permanecer em São Januário.

- O Ramon me ajudou bastante no ano passado. Eu sempre pude conversar com ele, trocar ideias. No começo do ano, quando eu estava afastado, alguns clubes me procuraram e inclusive pediram a opinião dele. Mas ele me falou para eu não ir. Me focar e esperar que o momento iria passar. Ele vai dar certo como já vem dando. Os treinos com ele são muito bons, é bom ter um cara vitorioso no futebol - disse o jogador.

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Gol contra o Fluminense no Brasileiro

Foi um dos gols mais bonitos que eu já fiz. E foi importante, contra um rival e dentro de São Januário, um local que nunca tinha jogado. E o momento foi bom, eu estava precisando daquele gol.

Nova chance

A gente sabe que o torcedor cobra bastante. Ele cobra de quem tem qualidade. Fico feliz. Sei que o ano passado foi atípico, diferente e complicado para mim. Voltei da Europa após muito tempo, foi um ano de adaptação. Tenho certeza de que será completamente diferente. Fiquei três meses afastado, teve a pandemia e eu estou voltando mais forte. Estou consciente de que preciso ajudar o Vasco. Fico feliz por ter a segunda chance, não é todo mundo que tem essa chance. Estou muito feliz e motivado.

Relação com a torcida

Bastante responsabilidade. A gente sabe que não defende apenas um escudo, tem uma torcida apaixonada, uma história, craques históricos... É um privilégio vestir essa camisa, ainda mais pela segunda vez. É uma sensação única. Cada clube tem a sua maneira de amor. Você leva tudo isso para campo. A gente sabe que o Vasco vem de alguns anos em momento complicado e todos nós queremos ajudar

Motivo para não ter conseguido jogar em 2019

Claro que foi um ano complicado. Foi um período de adaptação. No futebol, isso é importante. Tive uma conversa muito boa com o Ramon quando ele assumiu. Deixou bem claro que dependia de mim mudar. Ele confiou em mim tanto que pude treinar esses três meses da pandemia. Eu treinei bastante para me apresentar bem mesmo que os treinos sejam diferentes. Eu procurei estar mais perto possível disso. Eu tenho seis meses. Pude voltar melhor do que cheguei no ano passado. Estou adaptado. Então, tem de estar sempre à disposição e ter a cabeça boa para poder corresponder quando for chamado. Eu não fui egoísta. Tem jogador que não joga e fica de cara amarrada, que é ruim de grupo. Se eu fosse assim, ninguém teria optado pela minha volta.

Eu pude jogar um ano. São 12 meses só. Agora, estou seis meses sem jogar. Acho que na Europa se joga de forma diferente, lá eu até fui lateral-esquerdo. Eu creio que vou ter de resgatar a confiança nos jogos, no dia a dia. Vou ter de mostrar que o ano foi diferente. Eu não posso dizer aqui, tenho é de mostrar dentro de campo. Joguei sete anos na Europa, quatro Liga das Campeões, a Liga da Europa também. A minha carreira fala por sei. Não foi à toa que joguei no Benfica e no Sporting. Eu coloquei na minha cabeça que estou devendo. Cheguei aqui e a torcida do Vasco tinha uma confiança dentro de mim e eu não pude oferecer isso a eles. É claro que estou devendo, tenho a minha autocritica, sei que não fiz um bom ano. No Carioca, tive sequência. E, depois, não. Joguei contra o Fluminense e depois contra o Palmeiras, atuei aberto como na Europa. Acho que fiz um bom jogo, eles eram líderes. Depois, contra o CSA, como um falso 9, algo que nunca tinha ocorrido. Mas foi uma opção e a gente tem de respeitar.

Treinos em casa na quarentena

Tive um preparador físico particular nesses três meses. A esposa dele é nutricionista, então, isso me ajudou muito. As coisas casaram perfeitamente. Aliás, quero até mandar um abraço a eles. Ainda tinha a cartilha do Vasco, isso me ajudou bastante. Claro que é diferente treinar sozinho, né. Mas me adaptei. Quando eu coloco uma coisa na cabeça, eu faço. Agora na volta, tem de cuidar as lesões, mas eu estou me sentindo bem. E é isso que importa.

Fonte: GloboEsporte.com