Perfil de Rafael Galhardo no Instagram cresce 17,6% durante pandemia, destaque entre jogadores
Segunda-feira, 15/06/2020 - 02:47
Com a paralisação do futebol durante a pandemia de coronavírus, os principais craques brasileiros tiveram um aumento de audiência em suas redes sociais. Mas, de maneira geral, o engajamento do público caiu. Uma das exceções foi o atacante Fred, quem mais cresceu em interações no período da quarentena.

A escalada na qualidade do engajamento no perfil do centroavante no Instagram foi de 106,5%, segundo levantamento exclusivo feito pela empresa Airfluencers. O valor se refere a uma métrica que compara os diferentes tipos de interações - curtidas, comentários e visualizações - com o número de seguidores e a quantidade de publicações.

O retorno ao Fluminense e o Tour do Fred, ação solidária para arrecadar cestas básicas a famílias atingidas pela pandemia, explicam o sucesso do camisa 9 nas redes. Ele se comprometeu a doar uma cesta a cada quilômetro percorrido de bicicleta no percurso de 600 quilômetros entre Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Paraty, no Rio de Janeiro. Depois, completou o trajeto no Rio até a sede do Tricolor nas Laranjeiras.

A expectativa pela volta do ídolo levou muitos tricolores a comentarem em suas publicações e acompanhá-lo diariamente enquanto ele passava a quarentena em seu sítio no interior de Minas Gerais, onde mantinha a forma. A confirmação do acerto e a saga até o Rio impulsionaram ainda mais as reações.

"É um cara que está bombando e seu engajamento está subindo. Isso mostra que, nos útimos 90 dias, ele está muito acima do padrão dele. Não só pela volta ao Fluminense, mas por vários posts focados em coronavírus, um volume muito grande", disse Rodrigo Soriano, fundador e CEO da Airfluencers.

Na sequência do ranking no Instagram aparecem o atacante Zé Love, ex-Santos e atualmente no Brasiliense, e o lateral Rafael Galhardo, que pertence ao Vasco. Eles tiveram crescimentos de 60,8% e 17,6%, graças a ações solidárias e sorteios de camisas para ajudar famílias necessitadas.

Segundo Soriano, a ausência do futebol abriu espaço para jogadores menos badalados terem boas performances nas redes sociais. Craques como Neymar, Daniel Alves e Marcelo ganharam ainda mais seguidores por serem admirados, mas perderam em engajamento no Instagram. Isso porque a grande base de fãs que possuem requer uma interação maior.

"Quanto maior a base, mais interação você tem que gerar. Se você já está no topo, dificilmente vai crescer. Por isso, acaba pegando aquela galera que está em transição, com um ou outro mais famoso", explica o fundador da Airfluencers.

Um dos que também aumentou em termos de engajamento foi o zagueiro Thiago Silva. A especulação de seu nome no Fluminense e as negociações para renovação de contrato com seu clube atual, o PSG (França), atraíram a interação do público. O atacante Richarlison, do Everton (Inglaterra), conseguiu manter seu nível ao responder seus fãs e participar como embaixador de uma campanha de combate ao coronavírus promovida pela USP.

As postagens bem humoradas relacionadas às aulas de inglês que está fazendo durante a pandemia conectaram muitos seguidores. Em uma delas, um de seus fãs pergunta como se fala "dança do pombo", em alusão à comemoração tradicional do jogador, que entrou na brincadeira: "Pigeon's dance", respondeu.

"O que se notou durante a pandemia foi que, como não tem conteúdo para mostrar de futebol, o número de seguidores, isto é, a audiência cresceu, mas o engajamento caiu. Os que conseguiram gerar conteúdos sobre questões do momento, como movimento racial e a Covid-19, são aqueles que conseguiram manter engajamento alto e crescer usando um tema paralelo que de certa maneira cobre o buraco deixado pela falta de futebol", analisou Soriano.

O levantameto feito pela Airfluencers mapeou 200 jogadores brasileiros que somam 740 milhões de seguidores no Instagram e no Twitter. Juntos, eles fizeram cerca de 6 mil postagens entre 10 de março e 10 junho, metade em cada plataforma.

Entre os assuntos mais comentados, futebol liderou com 45%, seguido por coronavírus com 18%, além de TV aberta e movimento negro com 6%. No caso da TV, a maioria das publicações esteve associada ao reality show Big Brother Brasil. A morte do americano e negro George Floyd por um policial branco, que desencadeou uma série de manifestações contra o racismo, motivou também alguns posts de jogadores.

O levantamento traz ainda o ranking dos jogadores em termos de seguidores. Em ambas as redes sociais, Neymar lidera com folga. No Instagram, são mais de 139 milhões de fãs, base que aumentou 2,86% durante a pandemia. Já no Twitter, 47 milhões de usuários o acompanham, número alcançado após crescimento de 3,61% ao longo da quarentena.

Os laterais Marcelo, do Real Madrid, e Daniel Alves, do São Paulo, completam o top 3 tanto no Twitter como no Instagram, se levar em consideração apenas os jogadores brasileiros em atividade.



Fonte: Época