Carlos Germano fala sobre nova comissão técnica do Vasco e elogia Fernando Miguel
Sexta-feira, 24/04/2020 - 12:29
No início de abril, o ídolo do Vasco Carlos Germano voltou para a função de preparador de goleiros do clube, cargo em que exerceu entre 2008 e 2014. Em entrevista exclusiva à ESPN Brasil, o ex-goleiro falou dos desafios na função, da parceria com Ramon Menezes e sobre a confiança que tem em Fernando Miguel.

Carlos Germano exaltou a postura do titular absoluto na meta cruz-maltina nos treinos e jogos e confia que Fernando Miguel, no clube desde 2018, é um jogador para ser ídolo do Vasco. "O Fernando Miguel sempre foi um super profissional. Ele sempre que se apresentou no Vasco da Gama, se apresentou muito bem. Em 2019 foi assim, o período que estou trabalhando com ele e em 2020 da mesma forma. A postura do Fernando Miguel, ele já praticamente para gente que veio de fora e até para o torcedor vascaíno, a postura é de um jogador para ser ídolo do Vasco", disse.

"É um líder, totalmente positivo. O Vasco está precisando neste momento de profissionais com esse tipo de força, de liderança e positivamente isso é muito bom para o clube e o Fernando sempre transmitiu muita segurança para gente. O Fernando Miguel, ele por estar em uma posição de titular da equipe, ele treina demais. Se a gente não parar, ele vai até o final e tudo tem o meio termo. O que você for pedindo ele vai fazendo. Isso para os mais novos é muito bom, para quem está do lado observando".

"O meu crescimento dentro do Vasco como jogador foi dessa forma vendo o Acácio treinar. Eu não aguentava acompanhar o Acácio nos treinamentos. Eu sofria muito, mesmo sendo jovem, o Acácio quase dez anos mais velho, eu não aguentava acompanhar e o Fernando Miguel é desta forma", comparou.

Veja abaixo a entrevista completa:

Como foi retornar o cargo de preparador de goleiros?


Para mim foi um prazer enorme, eu voltei no início de 2019. O presidente Alexandre Campelo me fez o convite e eu voltei na condição de coordenador técnico de todos os treinadores de goleiro da base e do profissional. E desde então, comecei acompanhar os times amadores do clube, mas ficava sempre no time de cima ajudando nos profissionais junto com o professor Acácio e o Danilo. Na vinda do Vanderlei Luxemburgo para o Vasco eu fiquei no profissional direto. Houve uma troca, o Acácio foi para base na função que fazia antes e eu fiquei como auxiliar no profissional no ano de 2019 e 2020 da mesma forma. Como houve essa mudança no Vasco, antes da paralisação, efetivando o Ramon Menezes como treinador da equipe, houve toda uma mudança de preparação física, na preparação de goleiro e o Ramon me fez esse convite junto com o Zé Luís Moreira que é o nosso vice-presidente e o professor Antônio Lopes e eu fiquei muito feliz. Feliz porque eu estou em casa há bastante tempo já e na função que praticamente tive a vida inteira como jogador e em alguns anos no Vasco também como treinador de goleiros.

O Vasco está resgatando peças importantes do passado do clube, Antônio Lopes será o coordenador técnico, o Ramon Menezes o treinador, você assumiu novamente a função de preparador. O quanto esse passado pode ajudar no momento presente do Vasco?


O que estou vendo no lado muito positivo foi a vinda do professor Lopes como coordenador técnico pela experiência. O professor Lopes é um super campeão dentro do Vasco da Gama como treinador já trabalhou nesta função de coordenador técnico em outras equipes do Brasil e está voltando ao Vasco da Gama para ajudar o clube depois dessa parada, tomara que seja rápida. Uma reestruturação em relação ao próprio futebol. A vinda do Zé Luís foi muito importante também. É um profissional dentro do clube há bastante tempo, o torcedor já conhece muito, veio para ajudar a gente e o Ramon com a oportunidade de ser treinador em uma equipe tão grande como o Vasco da Gama. Como auxiliar técnico o Ramon já tem alguma experiência e cursos. O Ramon praticamente fez todos os cursos da CBF sempre estando com pessoas do meio do futebol, altamente gabaritada e o Ramon está em casa. É a casa do Ramon também. Os jogadores adoram o Ramon, o elenco do Vasco da Gama tem um respeito muito grande pelo Ramon pelo o que ele foi e pelo o que ele vai poder trazer para esses rapazes em relação ao que vem pela frente Carioca, Copa do Brasil, Brasileiro, Sul American. A gente está em um aguardo muito grande nas competições que o Vasco vai poder estar firme e forte.

Como será reeditar a parceria com Ramon?


A gente é amigo há bastante tempo, desde 96 quando o Ramon veio jogar no Vasco. A gente fez uma amizade muito boa, não só ajudando Vasco dentro do gramado, mas fora de campo a gente tem uma amizade forte e estou com uma sensação muito boa que o trabalho vai ser o melhor possível por parte do Ramon. É um cara que gosta de trabalhar bastante. É um profissional totalmente decidido em suas posições e isso é importante hoje no futebol brasileiro. É um cara que quando tem que prevalecer a decisão dele vai prevalecer. É um amigo que eu fiz e é um cara que me escuta bastante. É legal isso, a gente esta sempre em contato conversando. É um profissional aberto para novas informações. Acho que vai começar com o pé direito no Vasco. Acho que vai dar certo.

Vocês tem conversado, principalmente sobre o calendário apertado que vão enfrentar este ano?


A gente conversa bastante e a gente conversou antes quando ele foi efetivado como treinador do Vasco ele me ligou. A gente bateu um papo longo e depois a gente fez uma reunião com toda a comissão técnica nova e foi semana passada essa reunião e foi muito boa. A gente ainda está esperando algumas definições em relação a tudo que envolve o futebol até mesmo vindo do governador do estado, precisa de um acordo, sentar, conversar. Acredito que CBF e Federação Carioca estejam totalmente dedicadas para que isso se resolva da melhor maneira possível. A gente não tem ainda uma previsão de como vai funcionar daqui para frente. A gente tinha uma data prevista para retornar que era 21 desse mês foi adiada por mais dez dias. Acredito que deva voltar de uma forma bem lenta. Acho que em todos os clubes deve ser desta forma. Até porque vamos voltar em um momento que existe uma orientação muito forte em relação a contaminação pelo coronavírus e os preparadores físicos do Vasco, os fisiologistas estão trabalhando bastante para ver de que forma esses atletas voltem ao clube, comecem uma atividade física e quanto tempo os clubes terão para se iniciar uma nova competição.

Existe uma preocupação em como os atletas vão se apresentar?


A gente antes quando começou tudo isso quando houve a paralisação, por parte dos goleiros a gente conversou com eles via WhatsApp, pedindo para que dentro do possível se mantivessem com alguma estabilidade física, porque a técnica é muito mais difícil. Talvez quem more em apartamento talvez tenha mais dificuldade. Quem mora em casa, é um pouco mais fácil, mas é difícil. A nossa preocupação maior é que esses jogadores não voltem tão zerados nesse período de recesso, que eles tenham o mínimo de condição física para não perder totalmente. Todos os testes físicos vão ser feitos novamente, mas que voltem em uma forma uma pouco melhor.

Em quanto tempo os jogadores estarão 100% até as competições retornarem?


Vai ter uma cartilha para os clubes seguirem em relação distanciamento, tudo isso está sendo passado para gente. Em relação a parte técnica com os goleiros eu não fico muito preocupado. A preocupação maior é a parte física. Eles estando bem fisicamente, a parte técnica uma semana eles adquirem normalmente com todo o trabalho. Vendo pelo lado profissional da coisa, o que dita o futebol. O ideal quando fosse liberado para que todos estivessem juntos, fazendo trabalho técnico, tático, todos juntos, deveria ter mínimo quinze a 20 dias para que esses jogadores possam estar juntos, seria o ideal.



Fonte: ESPN.com.br (texto), Reprodução Internet (foto)