Veja possíveis consequências para Campello após reprovação das contas de 2018
Sábado, 08/02/2020 - 08:43
Por 99 votos a 88, o Conselho Deliberativo do Vasco reprovou, na última quarta-feira (5), as contas da gestão do presidente Alexandre Campello relativas ao ano de 2018, mesmo com o balanço tendo sido auditado pela renomada empresa BDO. A decisão imediatamente gerou dúvidas nos torcedores cruz-maltinos sobre as consequências deste ato. Abaixo, o UOL Esporte detalhou os principais tópicos que ainda levantam indagações aos torcedores:

O clube pode ser punido?

Não. De acordo com a lei, se o clube prestar contas, como foi o caso do Vasco, ele não sofre punição. A reprovação, no entanto, abre brechas para inquéritos internos no clube que podem apontar responsabilidades aos gestores.

Campello pode ser punido?

Muitos entendem que Alexandre Campello pode ser responsabilizado na pessoa física, e que a reprovação de contas se adequa ao artigo 53 do estatuto do Vasco, que diz:

"Os membros dos Poderes sociais são solidariamente responsáveis perante o Clube ou terceiros por omissão, excesso de mandato ou qualquer outra transgressão, no exercício dos cargos para que foram eleitos, inclusive pelas despesas realizadas além dos limites autorizados, ordens de pagamento em favor de quem não seja legítimo credor do Clube, ou despesas que se desviem das suas finalidades sociais e desportivas."

A situação, porém, é interpretativa e levantará debates internamente.

Destituição por gestão temerária?

Um dos pontos mais falados após a reprovação das contas se refere ao capítulo XX da proposta de reforma do estatuto do clube que será votado na próxima terça-feira (11) no Conselho Deliberativo. O item trata de "gestão temerária" e prevê, como punição máxima, a destituição do presidente e a inelegibilidade do mesmo por cinco anos (a proposta inicial era de dez anos).

A maioria dos agentes políticos do Vasco, porém, entende que mesmo que este capítulo seja aprovado, Campello não será enquadrado nele, uma vez que, na interpretação dos mesmos, as regras só passam a valer da data de aprovação do novo estatuto para frente, desconsiderando as gestões temerárias passadas.

E qual o efeito negativo da reprovação?

O principal efeito negativo da reprovação das contas de 2018 do Vasco é a mensagem que o clube passa ao mercado, o que pode afastar possíveis investidores. Vale lembrar que o Cruz-Maltino possui um projeto de reforma e ampliação de São Januário onde deseja captar fundos.

Por qual motivos conselheiros reprovaram?

O principal argumento dos conselheiros que votaram pela reprovação das contas de 2018 foi a suposta falta de suporte e esclarecimentos necessários ao Conselho Fiscal quando o órgão fez suas solicitações. Eles também fazem ressalvas técnicas em relação ao parecer da auditoria da BDO, cobram maiores detalhes da venda do atacante Paulinho ao Bayer Leverkusen (ALE) e questionam alguns temas que não foram colocados previamente em votação no Conselho Deliberativo, como as despesas na parte de consultoria.

Tais conselheiros ressaltam também que procuraram o ex-vice de Controladoria, Adriano Mendes, para que o mesmo fizesse as correções nos pontos em que entendiam ainda não estarem esclarecidos, mas as solicitações não teriam sido atendidas.

Oferecimento de benemerência

Numa tentativa de obter a aprovação das contas, a Diretoria Administrativa ofereceu a alguns grupos indicações para a benemerência dentro do conselho. Uns aceitaram e outros prontamente negaram. Uma nova leva de beneméritos será feita em breve.



Fonte: UOL