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NETVASCO - 10/04/2010 - SÁB - 19:09 - Abel Braga diz que tendência é de que ele siga nos Emirados Árabes

A temperatura é de 40 graus, mas a sensação térmica faz Abel Braga achar que seus miolos estão torrando sob o sol dos Emirados Árabes. Esse já seria um argumento suficiente para o técnico do Al-Jazira sonhar com a volta pra casa, mas nem a estremecedora sondagem do empresário Carlos Leite, representante do Vasco, tira do chão os experientes pés que certa vez pularam de alegria com um título mundial interclubes.

Mesmo louco para tomar o rumo de volta, Abelão é o primeiro a descartar o pagamento da multa de 2 milhões de dólares por quebra de um contrato que só termina em maio do ano que vem. “Com uma multa dessas, tomara que me mandem embora”, zomba, numa entrevista por telefone que, de tão longa, denuncia a satisfação por falar e ouvir o idioma de sua gente.

A situação é mais ou menos assim: hoje, Abel está mais para cumprir o contrato, mas amanhã tudo pode acontecer. Por que a dúvida? “Não dá pra confiar na cabeça de árabe”, entrega, estranhando a cultura que obriga seus jogadores a botarem o dedo num sensor digital antes do treino, como trabalhadores que batem ponto diariamente.

AL-JAZIRA

Tenho contrato até maio do ano que vem. O xeque (Mansour B. Zayed) tem adoração por mim. Ele é o dono do Manchester City e o terceiro homem dos Emirados Árabes. A questão é que botei quatro moleques no time e, hoje, eles jogam na seleção nacional.

BRASIL

Não ando satisfeito com o Brasil. No Maracanã, querem te bater depois do jogo... Xingam o técnico de burro... É tudo muito oito ou oitenta. Acompanhei, por exemplo, essa polêmica envolvendo o Adriano. Ele fez mais mal a ele do que à sociedade. Nasci na Penha, perto dele. Não havia tráfico e jogava bola por ali. Sei o que é isso. Não compactuo com o fato, mas não recrimino o que o Adriano faz.

FAMÍLIA

Minha mulher vai e volta. É uma heroina. É complicado ficar sozinho nesse país... Meu filho (Fábio) de 17 anos estava comigo aqui, jogando no time Sub-18, mas proibiram estrangeiros e ele voltou para o Brasil. Está no Fluminense, mas vai me matar quando ler isso. Quando jogava no Internacional, ele nem ia comigo de carro. Preferia ir de táxi, para não misturar as coisas.

CHUVA NO RIO

Minha mulher está comigo aqui e ficamos preocupados. O caçula (João Pedro, 11 anos) estuda na Gávea e não fez prova. Mandei ficar em casa.

NEGOCIAÇÃO

Quem me ligou foi o Carlos Leite. Ele disse que o Roberto me ligaria em uma hora, e eu disse que não poderia atender, pois daria um treino. O Roberto acabou não ligando, mas nem precisa. Confio no Carlos Leite, que tem acesso muito bom no clube. Ajuda mesmo o Vasco, como fez com o Corinthians.

DINAMITE

Quando o Roberto foi eleito, mandei um e-mail parabenizando-o. Quando o Vasco caiu, mandei outro, dizendo que ele teria de agir com sabedoria. Minha relação com ele é muito boa. Confio plenamente. Fecho os olhos.

FUTURO NO VASCO?

Se for campeão, não saio daqui de jeito nenhum. Vou querer disputar o título mundial em Abu Dabi. Se não for campeão, pode até ser que negocie minha saída, mas isso vai depender da palavra dos meus filhos e da minha mulher. E, olha, a multa é muito alta: dois milhões de dólares. Eu não vou pagar. O Vasco também não vai. Ninguém tem que gastar dinheiro com treinador. Jogador é patrimônio e treinador é despesa. Com essa multa, tomara que me mandem embora! (Risos).

TENDÊNCIA

Hoje, digo que está mais pra eu ficar aqui do que ir para o Vasco. Estou tratando da pré-temporada, pensando em contratações e dispensas. O que não quer dizer nada. Isso tudo muda em um dia. Não dá pra confiar em cabeça de árabe. Acredita que eles mudaram o hotel da concentração no meu último jogo e nem me avisaram?

ROTINA

O calor é absurdo. A temperatura agora é de 40 graus e, em agosto, vai chegar a 50. Árabe não gosta de sol. Então, o treino começa às 18h. Em alguns meses, às 19h. O jogador é obrigado a chegar meia hora antes e tem de botar o dedo num sensor digital. Se chega atrasado, é multado. E cada jogador tem um valor de multa estabelecido no contrato.

DINHEIRO

Estou com minha situação mais ou menos legal, mas não sou rico. Rico é o Ronaldinho Gaúcho. O Kaká e o Cristiano Ronaldo também são.

SELEÇÃO

Tenho vontade de treinar a seleção brasileira, mas isso não passa pela minha cabeça. Atingi um estágio muito bom no Brasil. Minha saída foi estratégica, pois a responsabilidade aumentou depois do título mundial em cima do Barcelona. Começaram a pensar: “O Abel taí. Vamos ganhar”. Ora bolas, o Abel não joga! Tive uma parcela pequena naquilo. Só mostrei dois caminhos: o mais fácil de ganhar e o mais difícil de perder.

APOSENTADORIA

Não tenho muito tempo, não. Minha ideia é dar um tempinho. Estou dizendo isso e a minha mulher está aqui do meu lado resmungando que eu não consigo parar. Mas está chegando a hora. Acho que minha última temporada será em 2013. Você vai ficando mais velhinho e vai ficando sem fio.

ESTADUAL

Não estou torcendo por ninguém, pois devo muito a cada clube. No Fluminense, me tornei homem. Cheguei muito novo, de família humilde. No Vasco, cheguei à Seleção e fui a uma Copa (78). O Flamengo me recebeu quando ninguém mais queria o Abel e, ali, fui campeão carioca. No Botafogo, parei como jogador e tive a chance de começar na carreira de técnico.

GAÚCHO

Ele está ganhando. Treinador que ganha tem que continuar. E é muito mais identificado com o clube do que eu.

Fonte: O Dia

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