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NETVASCO - 05/12/2009 - SÁB - 21:35 - Empresa que gerencia venda de ingressos do Vasco envolvida em escândalo

Oito mil ingressos para o jogo entre Flamengo e Grêmio - que, segundo a Polícia Civil, poderiam estar nas mãos de rubro negros - foram apreendidos neste sábado em escritório da empresa BWA/Ingresso Fácil em operação para coibir a ação de cambistas. O esquema desarticulado envolvia a fabricante das entradas para 90% dos jogos de futebol no País. Segundo as investigações, a quadrilha faturaria R$ 4,5 milhões com a partida que decidirá o Campeonato Brasileiro hoje, no Maracanã.

A operação ‘Gol de Mão’ da Delegacia do Consumidor (Decon) cumpriu dez de onze mandados de prisão no Rio, Nova Iguaçu e São Gonçalo expedidos pela 32ª Vara Criminal. Cerca de 60 agentes de quatro delegacias especializadas participaram da ação. No Morro do Pinto, em Santo Cristo, a polícia prendeu um guarda municipal identificado apenas como Marcos. Além dos ingressos, foram apreendidos documentos, celulares, computadores e duas armas — uma pistola calibre 45 e revólver 38. As investigações começaram em setembro a partir de denúncias. Desde então, vários jogos passaram a ser monitorados pela polícia.

Estima-se que, para uma partida com carga de 76 mil ingressos como Flamengo e Grêmio, a quadrilha desviasse 20% dos tíquetes (15.200). As entradas iam direto para as mãos dos cambistas que cobravam ágio de até 500% dos torcedores. Os clubes também não tinham prejuízo já que a própria empresa pagava o valor do bilhete. Depois, segundo a polícia, o dinheiro era dividido entre os membros da quadrilha. Dos onze acusados, seis eram da empresa, sendo dois do alto escalão. Além de confeccionar ingressos para os jogos de Vasco, Flamengo e Fluminense (o Botafogo usava outra empresa), a fabricante distribuía entradas para shows.

“É uma importante operação já que em breve teremos a realização dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo no Brasil. Temos informações que este grupo atuava há mais de uma década”, afirmou o delegado Rodrigo Oliveira, diretor do Departamento de Polícia Especializada. Foi decretado segredo de justiça do processo e, portanto, nenhum nome de preso e conteúdo de interceptações telefônicas foram divulgados.

A quadrilha também usava outros dois esquemas para faturar às custas do torcedor. Os cambistas tinham acesso aos ingressos de meia-entrada e vendiam para aqueles que não tinham direito ao benefício. O preço cobrado era menor que o valor da entrada inteira, mas superior à metade do preço, trazendo vantagens para cambistas e torcedores. Os vendedores também conseguiam ‘furar filas’ e adquiriam mais entradas que os torcedores comuns — para o jogo de hoje, cada pessoa só podia comprar dois ingressos na bilheteria. Havia até cambistas que circulavam com cartões de apresentação vendendo seus serviços.

Segundo a polícia, mais pessoas participam do esquema como flanelinhas e vendedores responsáveis por procurar pessoas sem ingresso ao redor do estádio para os cambistas. Segundo o delegado da Decon, Roberto Ramos, a polícia já prendeu muitos cambistas em flagrante anteriormente, mas eles sempre recebem penas leves nos Juizados Especiais. Agora, com este inquérito, os acusados vão responder por crimes contra a economia popular e formação de quadrilha podendo pegar até cinco anos de prisão.

BWA e Flamengo se explicam

Hoje, os ingressos encontrados não serão doados ou colocados à venda como especulado inicialmente pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter. Em nota, a BWA/Ingresso Fácil explicou que “por imposição de lei, 10% dos ingressos à venda ficam à disposição do clube mandante e da Suderj”. O presidente do Flamengo, Delair Dumbrowski, apresentou a mesma versão que a empresa. "Não tem nada de ingresso irregular. O Flamengo por força de lei tem que separar uma cota para deficientes, menores de 12 anos e maiores de 65. A empresa que contratamos fica com estes ingressos guardados até minutos antes do jogo”.

Zveiter afirmou que, hoje, a Polícia Civil ficará atenta à distribuição de gratuidades no Maracanã. “Tem alguma coisa estranha nisso. Vão ter que arrumar 8 mil idosos e crianças para entrar no estádio”, afirmou.

A reação dos torcedores

Os agentes permaneceram por mais de quatro horas no Maracanã hoje fazendo buscas, o que fez as visitas ao Museu do Futebol serem interrompidas. Ao redor do estádio, diversos torcedores ainda tentavam comprar os ingressos. Quando soube da operação, um deles brincou. “Não sei como vou comprar meus ingressos se prenderem os cambistas”, afirmou o operador de logística paulistano Wesley Henriques, de 28 anos, que veio de São Paulo para tentar comprar um ingresso para o jogo. De mais longe ainda saiu o empresário Raimundo Sampaio. O paraibano saiu de João Pessoa com a esperança de assistir ao jogo do Rubro-Negro. “Vou a todas as decisões do time. É bom saber que a polícia está prendendo os cambistas, mas não vou deixar de comprar o meu ingresso se encontrar algum. Pago até R$500 por um bilhete”, contou.

Outro que não tinha o ingresso em mãos era um ilustre torcedor do Flamengo: o motorista Rinaldo Galdêncio. O famoso ‘Barack Obama do Maracanã’ chegou a ficar 48 horas na fila do estádio, mas não conseguiu comprar a entrada. “Ainda tenho esperança de ir ao jogo. Tomara que,com a prisão dos cambistas,os ingressos sejam colocados à disposição da torcida”, disse.

Segundo o delegado Roberto Ramos, mesmo com a prisão desmantelação do esquema, não há como dizer que os cambistas não atuarão mais no entorno do Maracanã. "Existem outros grupos que fazem isso, este não é o único. Isso fere o consumidor", afirmou.

Fonte: O Dia

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