Tamanho da letra:
|

Futsal Base: Vasco contrata 2 jogadores do Mato Grosso do Sul


Quinta-feira, 15/09/2011 - 10:02

O time masculino de futsal do colégio municipal indígena Ñandejara, do Mato Grosso do Sul, estreou com vitória nas Olimpíadas Escolares 2011, no duelo válido pelo grupo B. A equipe derrotou a escola franciscana Nossa Senhora de Fátima, do Distrito Federal, por 5 a 2, de virada, no ginásio Odilon Coutinho, em João Pessoa (PB). O destaque do duelo foi Marcio Nunes, que anotou quatro gols e arrancou aplausos até da torcida adversária. O menino é filho de Ângelo Nunes, um dos seis caciques da tribo Guarani, e mora na aldeia Te’yikue, dentro da reserva indígena de Caarapó.

As duas equipes fazem parte do grupo B da primeira divisão. No início do dia, pelo mesmo grupo, a escola Educação Fundamental Dom Bosco (PA) venceu o Colégio Salesiano (BA) por 5 a 4. Nesta quinta-feira, a equipe de Caarapó (MS) enfrenta o time baiano, às 9h, enquanto os outros dois integrantes do grupo se enfrentam às 10h, no mesmo ginásio.

O título estadual foi pouco para os jovens indígenas do Mato Grosso do Sul. Artilheiro da competição regional, com 18 gols, Marcio Nunes marcou quatro vezes na primeira participação da escola indígena na história das Olimpíadas Escolares. Filho de Ângelo Nunes, um dos seis caciques da tribo Guarani, Marcio Nunes mora na aldeia Te’yikue, na reserva indígena de Caarapó (MS).

Ele ficou impressionado com o tamanho da quadra paraibana e disse que a estreia foi melhor do que os garotos imaginavam.

- É a primeira vez que a gente joga numa quadra tão grande e num piso tão bom e diferente. Parece o ginásio da Unigran, de Dourados (MS). A quadra lá na nossa aldeia é de cimento, machuca muito - contou o jovem de 14 anos, que morava na Aldeia Porto Lindo, do município de Japorã (MS), mas mudou-se por causa da violência.

A equipe comandada pelo técnico Vinícius Pereira, que treina somente duas vezes por semana, já que a quadra mais próxima fica numa cidade a 17 km da aldeia, jogou desfalcada do seu melhor jogador.

- Infelizmente o Cleison Ramires, nosso camisa 10, não veio. Ele fez peneira para jogar no São Paulo e no Santos, mas não passou. Recentemente, participou de uma seletiva para o Figueirense, de Santa Catarina, e agora ele está jogando lá - explicou o camisa 7 Maciel Martins, que marcou o outro gol da equipe indígena.

No fim da partida, os meninos da escola Nossa Senhora de Fátima (DF) fizeram questão de aplaudir o time adversário, sempre sob a batuta do técnico Carlos Maia. Ele lembrou o cansaço de uma viagem de ônibus de 48 horas para chegar à capital paraibana, mas evitou qualquer tipo de desculpa pela derrota: “Estar aqui é uma honra”.

Dois atletas do colégio de Caarapó (MS) foram contratados para jogar no time de base do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. São eles: o pivô Gustavo Ferrari, de 13 anos, autor dos dois gols da equipe na partida, e o capitão Bruno Silva, de 14 anos. Os meninos já estão até preparando um lugar para morar na capital carioca.

- Já estamos procurando um apartamento para morar - disse Bruno.

Fonte: GloboEsporte.com