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Há 11 anos, Felipão disse não ao Vasco


Terça-feira, 09/08/2011 - 21:21

Nesta quinta-feira, Vasco e Palmeiras se enfrentam pela Copa Sul-Americana. O jogo traz um aguardado duelo com Luiz Felipe Scolari. O treinador do time paulista foi, há 11 anos, sonho de consumo do clube carioca. Mas, por ter se recusado a dirigir o time após a saída de Antônio Lopes, virou uma espécie de persona non grata na Colina.

O episódio ocorreu em 2000. O Vasco havia demitido Lopes, depois de um longo período dirigindo os cruzmaltinos – desde 1996. À época, mergulhado em dinheiro, fruto de um contrato milionário com o Nations Bank, o então presidente Eurico Miranda mirou o cobiçado treinador. Felipão esta deixando o Palmeiras e, ao lado de Vanderlei Luxemburgo (à época com W e Y), era o sonho de consumo de qualquer clube.

Foi ele o primeiro nome procurado por Ricardo Teixeira para assumir o lugar de Luxemburgo na Seleção Brasileira quando este perdeu o emprego na CBF. Num primeiro instante, Felipão recusou, dando prioridade ao Cruzeiro, que assumira sob um contrato de R$ 500 mil mensais.

Badalado, Felipão foi a obsessão de Eurico, que fez de tudo para trazer o treinador. Em São Januário, todos davam como certo o acerto com o técnico. Mas veio a surpresa. Alegando que a decisão da mulher, Olga, foi decisiva, o atual comandante do Palmeiras disse “não”. Virar as costas para o ex-presidente do Vasco teve o preço da retaliação. Eurico foi atrás do emergente Oswaldo Oliveira, outro nome cobiçado. O desfecho, desta vez, teve um final feliz.

Mas a briga entre Vasco e Luiz Felipe Scolari estava apenas começando. Por uma destas peças que só o futebol prega, Vasco e Cruzeiro fizeram a semifinal do Campeonato Brasileiro – naquele ano, batizado de Copa João Havelange. O primeiro jogo, no Rio, terminou empatado em 1 a 1. Duas coisas, no entanto, chamaram a atenção naquele domingo 16 de dezembro.

Na chegada ao estádio, o Cruzeiro alegou que o vestiário de visitantes de São Januário não estava em condições de receber a delegação mineira. Houve bate-boca dos cartolas via imprensa e promessa de “trocao no Mineirão, na semana seguinte. Em campo, o empate em 1 a 1 sinalizou uma vantagem cruzeirense no jogo de volta. Porém, mais do que o resultado, Eurico se desentendeu com Oswaldo após a partida por causa do calendário de treinos.

No meio da semana, o Vasco faria o inesquecível jogo com o Palmeiras valendo a final da Copa Mercosul – a histórica virada de 4 a 3 depois de sair perdendo de 3 a 0 e com um jogador a menos, pois Júnior Baiano foi expulso. Oswaldo havia programado folga na segunda-feira, enquanto o ex-presidente queria treino. Na madrugada de segunda, Oswaldo foi demitido e, antes mesmo do amanhecer, Joel Santana já havia sido contratado.

A vitória história sobre o Palmeiras encheu o Vasco de confiança para o jogo do Mineirão. Com uma atuação impecável, o Vasco fez o que poucos acreditavam: derrotou o time mineiro por 3 a 1 dentro de casa, calando o estádio e Felipão. Dali, o Vasco seguiu para a final com o São Caetano e sagrou-se campeão nacional, e Felipão assumiu a Seleção no ano seguinte para dar o penta ao Brasil na Copa da Ásia, em 2002.

Fonte: IG