— Iniciei na base, pois o Mário Sérgio (ex-ponta- esquerda) era o gerente do profissional no Olímpico. Quando ele saiu, assumi. Tempos difíceis, por causa da queda para a Segunda Divisão, mas também de grande aprendizado. A volta, com a conquista do título da Série B, na famosa "Batalha dos Aflitos" foi inesquecível — recorda.
Ex-meia-esquerda de razoável habilidade, Caetano perdeu sua grande oportunidade, como jogador, ao sofrer uma dura entrada por trás, quando jogava pelo Brasil de Pelotas, contra o Internacional;
— Eu tinha 27 anos e, veja só que ironia do destino, acabara de acertar a minha transferência para o Compostela, que, então, disputava a primeira divisão do campeonato espanhol. Naquele jogo, entretanto, levei um carrinho do Fernando, que tinha sido meu companheiro, no Mogi Mirim, e fraturei a tíbio e o perônio. O resultado foram seis parafusos e uma plaquinha. E, naturalmente, o fim do sonho de jogar no exterior.
O próprio Caetano, porém, reconhece que o seu desempenho como executivo, agora, é bem superior ao que teve nos gramados. E, curiosamente, garante que, ao pendurar as chuteiras, jamais cogitou ser treinador:
— Sempre pensei em fazer o que faço. Por isso estudei e me preparei para exercer esse função.
Não resisto e lhe pergunto:
— Ser dirigente não é mais fácil que ser técnico?
Ele sorri e responde, de bate-pronto:
— Não acho, não. Basta ver quantos ex-gerentes
de futebol ou diretores-executivos preferiram voltar
a treinar times: Antônio Carlos Zago, Toninho
Cecílio, Mário Sérgio... Cuidar do departamento de
futebol inteiro, garanto, é bem mais complicado. E
quando trabalhamos direito, a função do treinador
fica ainda mais facilitada...
Fonte: Coluna Renato Maurício Prado - O Globo