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Rodrigo Caetano diz que é mais difícil ser dirigente do que técnico


Domingo, 19/06/2011 - 13:16

O QUE É MAIS FÁCIL? Converso com o diretor- executivo de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, e no ótimo papo ele me conta que começou a trabalhar na função no RS, clube que era de Paulo César Capegianni no Sul, mas foi no Grêmio que realmente se destacou:

— Iniciei na base, pois o Mário Sérgio (ex-ponta- esquerda) era o gerente do profissional no Olímpico. Quando ele saiu, assumi. Tempos difíceis, por causa da queda para a Segunda Divisão, mas também de grande aprendizado. A volta, com a conquista do título da Série B, na famosa "Batalha dos Aflitos" foi inesquecível — recorda.

Ex-meia-esquerda de razoável habilidade, Caetano perdeu sua grande oportunidade, como jogador, ao sofrer uma dura entrada por trás, quando jogava pelo Brasil de Pelotas, contra o Internacional;

— Eu tinha 27 anos e, veja só que ironia do destino, acabara de acertar a minha transferência para o Compostela, que, então, disputava a primeira divisão do campeonato espanhol. Naquele jogo, entretanto, levei um carrinho do Fernando, que tinha sido meu companheiro, no Mogi Mirim, e fraturei a tíbio e o perônio. O resultado foram seis parafusos e uma plaquinha. E, naturalmente, o fim do sonho de jogar no exterior.

O próprio Caetano, porém, reconhece que o seu desempenho como executivo, agora, é bem superior ao que teve nos gramados. E, curiosamente, garante que, ao pendurar as chuteiras, jamais cogitou ser treinador:

— Sempre pensei em fazer o que faço. Por isso estudei e me preparei para exercer esse função.

Não resisto e lhe pergunto:

— Ser dirigente não é mais fácil que ser técnico?

Ele sorri e responde, de bate-pronto:

— Não acho, não. Basta ver quantos ex-gerentes de futebol ou diretores-executivos preferiram voltar a treinar times: Antônio Carlos Zago, Toninho Cecílio, Mário Sérgio... Cuidar do departamento de futebol inteiro, garanto, é bem mais complicado. E quando trabalhamos direito, a função do treinador fica ainda mais facilitada...

Fonte: Coluna Renato Maurício Prado - O Globo