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Brasileiro Michel Platini, do CSKA, da Bulgária, sonha jogar no Vasco


Sábado, 05/03/2011 - 08:13

Presidente da Uefa, a União Europeia de Futebol, o ex-craque francês Michel Platini dispensa apresentações em 52 dos 53 países-membros da entidade. Mas na Bulgária, o Michel Platini mais famoso é outro. Vinte e oito anos mais novo, brasiliense, torcedor do Vasco e ídolo do CSKA Sofia. Michel Platini Ferreira Mesquita foi o assunto da semana no país do Leste Europeu após marcar dois gols na vitória de 3 a 1 sobre o Levski, no chamado "dérbi eterno", o clássico entre os dois clubes mais populares do país.

- Meu pai é fanático por futebol e, durante a Copa de 1982, os jogadores que ele mais admirava eram o Sócrates e o Platini. No ano seguinte, quando eu nasci, recebi o nome do francês. Quando perguntei ao meu pai por que ele não escolheu o nome Sócrates, ele disse que o Platini jogava melhor - explica o atacante.

A versão brasileira coleciona DVDs do Michel Platini original e diz ter certeza de que o presidente da Uefa já ouviu falar nele.

- Ainda não tive a oportunidade de encontrá-lo pessoalmente, mas eu já marquei um gol na Liga Europa, pelo CSKA contra o Fulham em 2009, e ele é o presidente da Uefa, que organiza o torneio. Alguém deve ter falado para ele - diz, dando risada. - Tenho DVDs com jogos e reportagens sobre o Platini, que foi um jogador exemplar. Por isso até hoje é lembrado.

Na família em Brasília, Michel Platini foi o único a ganhar nome e sobrenome de celebridade. A irmã Priscila escapou. Já o irmão do jogador é um caso à parte.

- Meu irmão ia se chamar Ronnie Peterson, por causa do piloto de Fórmula 1 (sueco, falecido num acidente em 1978). Mas ficou só no Peterson para a família não ter muitos nomes famosos - brinca.

Após rodar por clubes do Distrito Federal, passar pelo México e pela China, Michel Platini chegou à Bulgária em 2008 para atuar pelo Chernomorets. No ano seguinte, transferiu-se para o CSKA. Mas a maior mudança veio agora, após tornar-se herói num clássico vencido no estádio do adversário, o que não acontecia desde 1985.

- A vida já está diferente depois dos gols no dérbi. As pessoas me reconhecem nas ruas, me param, pedem para tirar fotos. Outras ficam com mais receio, pedem com muita educação. Mas é um prazer para mim. Mesmo os torcedores rivais nunca me trararam mal. Agora, até meus vizinhos me tratam com mais carinho.

Apesar de dizer que aceitaria um convite para atuar na seleção búlgara, Michel Platini vê um sério problema no futebol local.

- O racismo me incomoda muito. O preconceito contra o estrangeiro é muito grande. Eu sinto isso. Mas se um dia me chamarem para defender a seleção daqui, com certeza eu vou. Porque eu quero ir onde me querem. E irei com prazer.

Mas o sonho maior é conseguir defender o clube do coração um dia.

- Meu grande desejo é jogar no Vasco. Quando o clube jogava em Brasília, eu estava sempre lá. Quem sabe um dia, se eu fizer uma boa temporada, for artilheiro, alguém não me vê aqui? No futebol tudo acontece muito rapidamente, tudo é possível.


Platini brasileiro exibe jornais com reportagens sobre sua carreira na Bulgária: racismo no país incomoda


Fonte: GloboEsporte.com