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Carlos Leite fala sobre seu relacionamento com clubes e jogadores


Quinta-feira, 30/12/2010 - 19:28

O empresário Carlos Leite cresceu na carreira no fim desta décadaQuando passou a representar o meia Léo Lima, em 2003, Carlos Leite, atualmente com 40 anos, entrou no mundo do futebol. Antes, a relação com o esporte era de mero espectador. Sete anos depois, ele se tornou um dos principais empresários do futebol brasileiro, com muita influência em Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Em seu escritório, trabalham sete pessoas que cuidam dos cerca de 60 atletas que ele agencia.

Na lista de Carlos Leite estão jogadores de Seleção Brasileira, como Lucas, do Liverpool, e o lateral-esquerdo André Santos, além do técnico Mano Menezes. Além destes, há na relação alguns dos principais atletas dos clubes nacionais, como Diego Souza, do Atlético-MG, e Carlos Alberto, do Vasco.

Para se estabelecer no mercado, o agente construiu boas relações com alguns dos principais clubes do Brasil, como Corinthians e Vasco. Em São Januário, por exemplo, Carlos Leite representa - além de Carlos Alberto - Ramon, Fagner e Enrico. Ele cuida também dos interesses de algumas das promessas do clube, como Guilherme Costa e Belchior. A base do Grêmio também é um território demarcado pelo empresário.

Carlos Leite diz que os clubes sabem em quais empresários mais podem confiar na hora de fazer uma transação.

- Meus atletas nunca saem dos clubes sem que estes sejam remunerados. O mercado já conhece quem gosta de tirar jogador na Justiça, arrumar brecha na lei. A palavra neste ramo vale muito.

Propaganda boca a boca

Para estabelecer uma relação de "pai e filho" com os jogadores, o agente diz que é preciso tempo, trabalho bem-feito e alguma psicologia. Leite afirmou também que uma forma boa de aumentar a clientela é a propaganda boca a boca que os próprios atletas fazem entre eles.

Ele contou que não costuma dar dinheiro para atletas jovens, prática comum de alguns empresários. Para Carlos Leite, confiança não se conquista com dinheiro.

- O tempo é que constrói a relação. Procuro trabalhar sem dar dinheiro para jogador, porque confiança não é algo que se pode comprar. Depois de um trabalho bem-feito, é normal que outros atletas venham. Eles conversam entre eles. O segredo é trabalhar bastante e ter paciência com os jogadores, ser psicólogo, isso é fundamental. Existe também uma parte social, especialmente com os mais jovens. Sabemos que nem todos vão vingar, mas é preciso orientar, ter prazer em fazer isso. Nem sempre vamos ter sucesso.

Carlos Leite disse que um empresário ter influência em algum clube não é algo prejudicial. Ele, no entanto, acha normal que aconteçam comentários do tipo que um jogador só está na equipe por ser representado por determinado agente.

- Quando existe uma transparência, a relação com o clube não pode ser prejudicial. Eu não tenho problema com isso. Sempre vai ter alguém dizendo que o jogador está no time por causa do seu empresário. Mas o que mais importa é o atleta ter qualidade, só assim se mantém.

Fonte: GloboEsporte.com