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Vice jurídico fala sobre a reunião do Cons. Deliberativo do dia 14/09


Quarta-feira, 22/09/2010 - 14:15

Em entrevista ao programa "Só Dá Vasco" da última 3ª-feira, 21/09, o vice-presidente jurídico do Vasco, Nelson de Almeida, falou sobre a última reunião do Conselho Deliberativo, realizada em 14/09:

"Foi uma coisa muito bem pensada. Nós tivemos algumas reuniões. É importante que se diga, sem citar os nomes, que nós temos hoje, no Tribunal de Justiça, pelo menos seis desembargadores vascaínos, vascaínos de coração, que estão aplaudindo a administração do Roberto Dinamite, que tinham vergonha até de ser vascaíno antigamente. Nós fizemos duas reuniões, uma no sábado e outra no domingo, e analisamos, sob todos os aspectos, o problema da reunião da terça-feira. Nós não tínhamos dúvida nenhuma de que na terça-feira teríamos lá a maioria absoluta. Mas começamos a analisar. O voto que foi dado por um dos conselheiros da oposição era viciado, era um voto nulo, porque ele havia, meses antes, já sido declarado, numa carta endereçada ao próprio Conselho Fiscal e assinada, de que ele não ia examinar documento nenhum, porque ele ia votar contra. Não é esse o objetivo do Conselho Fiscal do Vasco. Está no estatuto que é dever dos membros do Conselho examinar os documentos e apresentar um parecer. Esse voto era um voto viciado, um voto nulo. Admitamos que nós fôssemos na terça-feira e colocássemos em votação. Nós ganharíamos de 140 a 60, mais ou menos, e depois, um desses bonequinhos, que são os serviçais, entraria com uma ação na Justiça pedindo para anular a reunião do Conselho, e portanto a votação das contas de 2009 da administração do Roberto, porque o voto era viciado. Eles sabiam que era viciado. Então é melhor nos resguardamos também judicialmente. Por essa razão, nós entramos com uma medida cautelar, que não foi bem interpretada pelo juiz de primeiro grau. Ele entendeu que nós estávamos querendo impedir que o conselheiro votasse. Não era isso. Isso está bem claro na decisão de primeiro grau. Às 16h30, nós tivemos notícia desse indeferimento da nossa medida liminar. Aguardamos então até as 18h. Fomos ao juizado de plantão e, como era um agravo de instrumento, teria que ser endereçado a um desembargador de plantão. Este desembargador estava em sessão numa Câmara Criminal. Nós tivemos que aguardar até umas 19h40. Explicamos a situação, mostramos a documentação e a carta declarando o voto desse conselheiro. Nós conseguimos e às 20h15 estávamos com a decisão da desembargadora de plantão. Levamos mais uns quinze minutos para obter o ofício. Chegamos exatamente 20h40, 20h45 no Vasco, quando estava começando a sessão. Encontramos até da parte de alguns conselheiros nossos uma resistência, porque eles não estavam entendendo o espírito da coisa. Nós queríamos mostrar o seguinte. Primeiro, nós já fizemos uma demonstração de que somos maioria no Conselho. Segundo, nós não vamos dar palanque para a oposição. Por quê? Muita gente de idade, com problema de saúde, que vendo o esforço da administração do Roberto, se dispôs a ir na votação, e eles iam ficar de nhenhenhém. O próprio presidente de honra do Vasco, Antônio Soares Calçada, com 87 anos, que recentemente colocou um marcapasso, estava lá para apoiar a administração do Roberto e seria um dos que não conseguiria ficar até mais tarde. Isso tudo foi pensado no sábado e no domingo. Por essa razão, nós cancelamos, suspendemos a sessão do Conselho Deliberativo. Foi um gol de placa. Eu quero parabenizar a todos os meus companheiros que participaram dessa arquitetura jurídica, verdadeira arquitetura jurídica, e pensamento político também. Quero agradecer aos magistrados vascaínos que nos ajudaram aconselhando o modo como nós deveríamos proceder. Sempre resguardando a figura deles, porque eles diziam 'Se bater na minha mão, eu me julgo impedido ou me julgo suspeito'. Mas, graças a Deus, foi distribuído agora para uma Câmara em que não tem nenhuma dessas pessoas com as quais nós conversamos. Tenho a certeza de que, por uma questão de justiça, vai ser mantido o brilhante, mas um voto de uma qualidade ímpar, que concedeu a liminar. Tenho certeza que vai ser mantido, porque é realmente, como nós falamos no nosso dia-a-dia jurídico, de salutar justiça."

Fonte: NETVASCO (transcrição)