Julio Brant fala sobre empréstimo de R$ 20 milhões e greve de funcionários do Vasco
Quarta-feira, 12/06/2019 - 23:25
Em entrevista ao canal Mario Coelho Vasco, nesta quarta-feira (12),o conselheiro do Vasco da Gama e líder do grupo Sempre Vasco, Julio Brant, se manifestou sobre a polêmica criada depois do cancelamento da reunião do Conselho Deliberativo onde seria aprovado o empréstimo de R$ 20 milhões pretendido pela diretoria administrativa.

Julio Brant lembrou que seu grupo aprovou o empréstimo do ano passado, depois de exigir que as condições fossem apresentadas pela diretoria, o que queriam que se repetisse dessa vez. O conselheiro ainda destacou que, diante da urgência, eles fizeram um acordo para aprovar o empréstimo de R$ 10 milhões sem qualquer condição ou exigência, para que não houvesse falta de salário, e que esse valor seria suficiente para pagar dois meses e assim dar tranquilidade para trabalhar os outros R$ 20 milhões.

"Estamos sendo coerentes com nossa posição desde o primeiro empréstimo. Reprovamos na primeira apresentação porque chegou sem qualquer apresentação, exigimos da diretoria que nos apresentassem as condições do empréstimo, foram apresentadas, e aprovamos. O que queremos dessa vez é a mesma coisa. Como havia uma urgência muito grande, na reunião passada nós fizemos um acordo, aprovamos emergencialmente os R$ 10 milhões para evitar que houvesse falta de salário, sem ver nada, sem condições ou qualquer exigência. Essa quantia daria para pagar dois meses de salários e dar tranquilidade para trabalhar os outros R$ 20 milhões", disse o conselheiro.

Em seguida, Julio Brant contou que seu grupo levantou a questão de aproveitar o quórum da reunião do Conselho Deliberativo da semana passada para votar o empréstimo inteiro, no valor de R$ 30 milhões, mas que a própria diretoria pediu para que uma nova reunião fosse marcada. O conselheiro voltou a destacar que a Sempre Vasco aprovou os R$ 10 milhões, e que teriam aprovado os outros R$ 20 milhões se tivessem apresentado todo modelo e destinação de recursos. Ele ainda disse que a falta quórum se deve a ausências das pessoas que antes apoiavam o presidente, em referência ao Identidade Vasco.

"Nós, inclusive, levantamos a questão de aproveitar o quórum e votar o empréstimo inteiro. Foi pedido pela própria diretoria que fizesse uma outra reunião para discutir esse assunto. Aprovamos o empréstimo de R$ 10 milhões efetivamente, e se tivessem nos apresentado todo modelo e toda a destinação de recursos, também teríamos aprovado o empréstimo ontem (terça-feira). A falta de quórum não teve haver com a Sempre Vasco como muitos falam. Se todos da Sempre Vasco estivessem presentes ainda não teria quórum para a reunião de qualquer maneira. A falta de quórum estava do lado daqueles que apoiaram o presidente durante um tempo e não estavam presente. Esse que é o ponto", destacou Brant.

Protesto dos funcionários foi organizado?

Perguntado por Mario Coelho logo em seguida, Julio Brant comentou o protesto dos funcionários que aconteceu na manhã desta quarta-feira (12), em São Januário, que teve ele como um dos alvos. Estranhando a qualidade dos cartazes utilizados, o conselheiro disse que foi uma ação organizada por um grupo, com a maioria ligada ao presidente Alexandre Campello, o que vê como algo feito para o atingir e tentar ligar a sua imagem a Roberto Monteiro. Ele ainda destacou que se fosse algo organizado pelos próprios funcionários, estariam em seu direito de reclamar, eles que estão com três meses de salários atrasados.

"Eu conheço muitos funcionários, e muitos me conhecem. O que eu vi lá claramente foi um grupo organizado, com pequenas pessoas ali, a maioria ligada ao presidente, organizado. Quem conhece o Vasco sabe disso. Não foi uma coisa com os funcionários como um todo. Faixas prontas, belíssimas, logo no dia seguinte da reunião. Não esperaram nem um pouco mais. Faixa bonita, cara, uma daquela custa 800 ou 1000 reais. Foi uma coisa obviamente organizada. Eu repito: se fosse organizado pelos funcionários, eles teria total direito de reclamar, como eu reclamaria na minha empresa se estivesse com três meses de salários atrasados. Mas aquilo foi organizado para me atingir, para tentar ligar minha imagem a de Roberto Monteiro, com quem não tenho relação", concluiu o líder da Sempre Vasco.

Mesmo com a aprovação ainda na semana passada, o Vasco está encontrando dificuldade para conseguir a liberação dos R$ 10 milhões. Nesta semana, a diretoria tentou que fosse aprovado os outros R$ 20 milhões do empréstimo, mas a nova reunião não contou com quórum suficiente para que a votação fosse realizada, o que travou a pretensão de obter o dinheiro para quitar pendências com jogadores e funcionários.

Fonte: Vasco Notícias