Nova metodologia de divisão das cotas do PPV faz fatia do Vasco aumentar de 5,9% para 7,4%
Sexta-feira, 10/05/2019 - 20:23
A mudança na pesquisa com assinantes e a redução do valor arrecadado no pay-per-view têm gerado debates entre clubes e a Globo. Isso porque esses fatores têm impacto na distribuição de um bolo de mais de meio bilhão de reais entre os times. Por isso, há conversas de dirigentes de times que perderam dinheiro.

Para 2019, com o novo contrato de televisão, houve uma alteração na metodologia de pesquisa do pay-per-view que passou a incluir cidades do interior em alguns Estados. Além disso, houve queda no valor arrecadado com assinantes para este ano. Como terceiro fator, alguns clubes abriram mão da garantia mínima a que tinham direito em troca de aval da Globo para empréstimos.

O pay-per-view previa uma distribuição de R$ 650 milhões como mínimo para os clubes. Caso a arrecadação fosse maior do que o previsto, os clubes ficariam com 38% do total. Mas não é o que tem acontecido: a estimativa é que a fatia dos clubes fique em R$ 550 milhões, segundo fontes envolvidas com o negócio.

Com o bolo reduzido, houve alteração na metodologia da sua distribuição com a inclusão de cidades do interior. Clubes com alta penetração pelo país tiveram aumentos em seus percentuais. Foram os casos de times como o Flamengo e o Vasco. O time rubro-negro atingiu o percentual de 18,8%, como mostrado pelo blog. O Vasco subiu de 5,9% para 7,4%, segundo afirmou seu vice-presidente de Controladoria, Adriano Mendes, ao programa "A Voz do vascaíno".

Em compensação, clubes como o Bahia e o Atlético-MG se sentiram prejudicados pela nova divisão e questionaram a Globo sobre a metodologia da pesquisa. O clube baiano pediu informações detalhadas sobre quais cidades do interior foram incluídas e qual os resultados dos outros times. A emissora já fez esclarecimentos. Já a diretoria do Galo está conversando com a emissora para entender as mudanças. Outras agremiações fizeram consultas similares.

A Globo tem agido com naturalidade em relação aos questionamentos dos clubes e tem respondido a todas as demandas. E não é a primeira vez que agremiações põe em discussão a pesquisa do ppv, tanto que o Athletico-PR deixou de assinar contrato por isso. A tendência é a emissora estabelecer, para 2020, que o cadastro de assinantes vai determinar o percentual de cada clube.

Além dessas duas questões, há outra: alguns clubes abriram mão de suas garantias mínimas sobre o pay-per-view em troca de aval da Globo para empréstimos. Além disso, certas garantias estavam condicionadas a todos os clubes assinarem contratos, o que não ocorreu com as recusas de Athletico e Palmeiras. Com a queda geral da arrecadação dos pacotes, passaram a ganhar menos dinheiro. A emissora queria retirar todas as garantias, mas outros clubes, que não tinham necessidade da emissora para empréstimos, preferiram manter seus percentuais.

A queda de arrecadação do ppv, por enquanto, não tem relação com a ausência de Athletico e Palmeiras nas transmissões. Isso porque já tinha ocorrido anteriormente ao campeonato iniciado sem os dois clubes no pacote. O fato principal para a redução de arrecadação tem a ver com o modelo de televisão atual estar na berlinda, e o telespectador estar gastando com outras mídias.

Mas, nos próximos meses, será possível saber qual o impacto das ausências de palmeirenses e atleticanos na arrecadação do ppv. É provável que isso afete o número geral já que a torcida palmeirense é a quarta maior do país.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos - UOL