Clubes vêm recorrendo a patrocinadores pontuais como alternativa à crise financeira
Segunda-feira, 06/05/2019 - 10:24
Alguns patrocínios foram tão bem sucedidos que se tornaram parte da memória afetiva dos torcedores. Dentre os principais exemplos, estão as parcerias do Palmeiras com a Parmalat e do Fluminense com a Unimed. Hoje, casos como estes são mais raros. A crise econômica que abala o país desde 2014 reduziu as verbas de marketing e plantou a semente para o crescimento dos acordos pontuais.

Só em 2018, 40 acordos deste tipo — no qual as marcas são exibidas em apenas um jogo ou num pacote curto de partidas — foram acertados pelos 20 clubes da Série A. Em comparação a 2017, quando 23 foram assinados, o salto foi de 74%. O levantamento é do instituto Ibope/Repucom. O crescimento foi maior do que o do total de patrocínios no futebol: 28%.

Em 2019, a tendência é de que os acertos pontuais cresçam mais. O fim do investimento da Caixa Econômica, que só no ano passado chegou a ocupar 32 propriedades nos uniformes da Série A, deixou os clubes fragilizados. E mais dispostos a aceitar contratos por jogo, mais baratos.

— Passamos por um momento em que as verbas de publicidade ficaram mais restritas. E isso levou os clubes a uma alternativa casuísta — explica Danyel Braga, diretor da Golden Goal, empresa de gestão e marketing esportivo: — Se as propriedades dos uniformes ficam em branco numa partida, elas não renderam nada. Acaba sendo uma oportunidade de curto prazo para os clubes, que obtém receita, e para as empresas, que expõem suas marcas.

Estaduais viram campo fértil

Os quatro primeiros meses de 2019 já deram indícios de que os patrocínios pontuais seguem tendência. Nas finais do Estadual, o Vasco teve a marca Lupo (de roupas íntimas e de material esportivo) estampada na barra traseira da camisa. Na semifinal do Paulista, o Santos exibiu a PayGo (plataforma de captura de pagamentos por cartão e online) no espaço máster.

— Pudemos promover o nome da PayGo para um público novo, já que somos mais conhecidos por companhias da área de tecnologia e por pequenas e médias empresas — celebra Vinicius Pessin, presidente da PayGo.

Quase que como regra, estes patrocínios são acertados para jogos eliminatórios, de maior audiência. Por isso, os jogos decisivos dos Estaduais foram uma boa oportunidade. Assim como deve ocorrer nas fases mais avançadas da Copa do Brasil e da Libertadores.



Fonte: Extra Online