Pouco utilizados na Chapecoense em 2013, Lucas Mineiro e Cláudio Winck escaparam de voo trágico
Sexta-feira, 26/04/2019 - 09:23
Praticamente um desconhecido quando chegou ao Vasco, Lucas Mineiro teve coroado seu bom início no clube sendo premiado como o melhor volante do Campeonato Carioca na última segunda-feira (22). Feliz com o momento na carreira, o jogador de 23 anos aos poucos vai se recuperando do trauma de por pouco não fazer parte do trágico voo da Chapecoense que resultou na morte de 71 pessoas - entre jogadores, comissão técnica, funcionários do clube, dirigentes, jornalistas e tripulantes no dia 29 de novembro de 2016.

Mineiro fazia parte daquele elenco, mas ainda estava no processo de transição do sub-20 para o profissional.

Sincero, lembra que um desempenho ruim contra o Grêmio, no Campeonato Brasileiro, o fez voltar para a base e assim, ficar fora da lista de relacionados para a viagem à Colômbia, onde a Chape enfrentaria o Atlético Nacional pela final da Copa Sul-Americana.

"Como eu tinha acabado de subir da base, tive um ano como se fosse de transição. Acabei não fazendo uma boa partida contra o Grêmio no Brasileiro, perdi um pouco de espaço e desci para a base", declarou ao UOL Esporte.

Naquela temporada, Lucas Mineiro disputou dez partidas como profissional da Chapecoense, sendo duas no Campeonato Brasileiro e o restante pelo Campeonato Catarinense, onde foi campeão.

No ano seguinte, participou da reconstrução do clube e atuou bem mais: 25 partidas. Em 2018, foi emprestado para a Ponte Preta e, nesta temporada, foi cedido ao Vasco até o fim do ano.

Mineiro mantém contato com família de zagueiro morto

O volante do Vasco lembra com carinho daquele elenco, onde considera ter adquirido muito aprendizado em sua formação como profissional.

"Aquele grupo me marcou muito, porque foi meu primeiro ano de profissional, com jogadores excepcionais da minha posição, como o Cléber Santana. Criei amizades muito grandes, como com o Marcelo (zagueiro), que eu tenho um carinho muito grande pela família dele, pelo filho dele. Com certeza foi algo que me marcou e vou carregar para o resto da minha vida", disse.

Mineiro afirmou que ele e sua esposa ainda mantém contato com a viúva e o filho de Marcelo, zagueiro que também teve passagem pelo Flamengo.

"Hoje eu falo mais com a esposa e o filho do Marcelo, que é bem pequeno. A minha esposa também se dá muito bem com a esposa do Marcelo. Às vezes, na correria, a gente não consegue estar tão perto, mas sempre quando dá, a gente consegue mandar uma mensagem, um abraço, porque acho muito importante".

Marcou Messi, Suárez e Iniesta

Ainda pela Chapecoense, Lucas Mineiro conseguiu realizar um sonho talvez inimaginável: enfrentou o Barcelona e marcou os astros Messi, Suárez e Iniesta. O amistoso foi válido pelo troféu Joan Gamper, em agosto de 2017, onde o clube catarinense foi homenageado pelos espanhóis no estádio Camp Nou e o Barça venceu por 5 a 0.

O volante entrou como titular, recebeu um cartão amarelo e foi substituído aos 38 minutos do segundo tempo.

"Às vezes Deus faz coisas que a gente nem imagina. A gente pede algumas coisas nas orações, mas aí ele vai lá e nos surpreende. Foi uma experiência maravilhosa conhecer como que são as coisas lá fora. Também pude perceber a inteligência deles taticamente, de movimentação em campo e jogo em conjunto, foi algo extraordinário", disse ao site oficial da Chapecoense na ocasião.

Winck também estava no elenco da Chape

Outro que faz parte do elenco do Vasco e que também estava na Chapecoense naquele ano é o lateral direito Cláudio Winck.

Ele estava emprestado pelo Internacional, mas vinha sendo pouco utilizado pelo técnico Caio Júnior, que também faleceu no acidente. Por conta disso, não foi relacionado para a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional (COL).

No total daquela temporada, Winck disputou oito jogos e fez dois gols.



Fonte: UOL