Hoje no Catar, Wagner relembra saída conturbada do Vasco
Sábado, 30/03/2019 - 11:14
Em setembro do ano passado a torcida do Vasco se surpreendeu com a saída de Wagner do clube. Ele recorreu à justiça para ter condições de aceitar a proposta do Al-Khor, do Qatar. O meia ficou em silêncio ao deixar São Januário e tem a próxima audiência agendada para 24 de junho no Rio de Janeiro. Em Doha, capital do país, a 55 quilômetros da sede do clube que passou a defender, o meia revelado pelo América Mineiro conversou com o blog.

Como está sua vida aqui no Qatar?

Ótima, o país tem tudo do que preciso e minha família, há boas escolas, e segurança. A vida aqui é ótima.

Você jogou na Arábia Saudita, pelo Al-Ittihad, em 2007. Pode estabelecer um paralelo sobre como é viver em cada um dos dois países?

Lá é mais difícil, principalmente por causa das mulheres, que obrigatoriamente têm que usar o véu, não podem andar no banco da frente do carro, nem dirigir. Aqui é mais fácil, elas podem fazer tudo isso, existem os costumes locais, mas é bem mais livre. Como já vivemos lá na Arábia Saudita, a adaptação no Qatar realmente foi bem mais fácil.

Qual a sua versão para a repentina saída do Vasco?

Fiquei em silêncio quando saí, mas estavam me devendo 11 meses de direitos de imagem e eu tinha apenas mais três meses de contrato. Então recebi uma proposta e comuniquei ao presidente (Alexandre Campello). Disse a ele que precisava responder em 48 horas. Ele não quis me liberar, então voltei a procurá-lo no dia seguinte e não consegui falar. O diretor de futebol, Alexandre Faria, que conheço desde menino, pois foi com ele que me lançaram no time do América, pediu que esperasse o outro dia, mas novamente não consegui conversar com o presidente.

Então você foi à justiça…

Sim, meu advogado deu entrada na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro alegando os vários atrasos nos meus salários. Tentei de todas as formas uma solução, mas não foi possível.

Você tinha mais três meses de contrato, apenas?

Sim, foi em setembro e eu corria o risco de ficar desempregado no começo do ano, não poderia perder a oportunidade de vir aqui para o Qatar. Estava com 33 anos (fez 34 em 29 de janeiro), tenho família, minhas responsabilidades.

E o time?

Não somos um dos mais fortes (o Al-Khor é o penúltimo colocado no campeonato), mas conseguimos fazer alguns bons jogos, tirar pontos das equipes da parte de cima da tabela, vamos melhorando e o futebol aqui está crescendo, o Qatar ganhou o título asiático no começo do ano e a Copa do Mundo será aqui em 2022. Eles estão construindo ótimos estádios, refrigerados por causa do calor, preparando tudo. Vai ser inesquecível.



Fonte: Blog do Mauro Cezar - UOL