Presidente do Consórcio do Maracanã fala sobre polêmica na final da Taça GB
Terça-feira, 19/02/2019 - 01:44
O presidente do Consórcio Maracanã, Mauro Darzé, afirma que pretende manter o contrato com o Fluminense e aprimorar o relacionamento com o clube das Laranjeiras. Ao mesmo tempo, deseja que o estádio tenha o maior número de eventos possível, ou seja, pretende alavancar a relação também com Vasco e Botafogo. "Não é verdade que queremos frear a relação com o Fluminense. De forma nenhuma", disse Darzé. "O Maracanã é o melhor estádio do mundo, por causa das histórias construídas principalmente pelos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro."

Sua leitura do contrato de 35 anos com o Fluminense segue sendo a de que o setor sul, à direita das tribunas, só é exclusivo do clube das Laranjeiras nas partidas em que for mandante. Foi também a leitura da desembargadora Lúcia Helena do Passo, autora da medida liminar que mandou fechar os portões no clássico do domingo (17). Contrasta com a interpretação das administrações anteriores do Maracanã. Também contrasta com o entendimento do Tricolor. Nas Laranjeiras, afirma-se que a relação com o Maracanã piorou muito depois da chegada de Mauro Darzé à presidência.

Há um aspecto da briga pelo setor sul que passou quase sem comentários durante o fim de semana. A razão pela qual o contrato prevê o Fluminense do lado direito das tribunas é a exploração comercial desse setor. Foi o que se pensou na assinatura do acordo, ainda na gestão Peter Siemsem nas Laranjeiras. Como o Maracanã assinou dois contratos de longo prazo, com Flamengo e Fluminense, e como o rubro-negro sempre se posicionou à esquerda das tribunas, o Fluminense se mudaria para o lado direito para construir ali sua loja, sua relação com sócios torcedores e eventualmente quiosques onde venderia seus produtos nos dias de jogos.

Nos seis anos de parceira, o Fluminense não tomou posse do local do ponto de vista comercial. Se houvesse uma loja física com as cores e símbolos do Tricolor no setor, estaria configurada a impossibilidade de venda de bilhetes para os vascaínos daquele lado, pelo risco de depredação do patrimônio. Um dos dirigentes do Tricolor admite que há demora na construção das lojas e justifica com as dificuldades financeiras.

O Maracanã argumenta que será possível fazer lojas dos quatro grandes clubes, ou comuns aos quatro, como havia até a Olimpíada. Diz que as últimas reuniões com o Fluminense a esse respeito cogitavam a utilização do saguão principal para isso em vez do setor sul. Há também o estudo de fazer lojas dos clubes que mudem visualmente a cada jogo. Que possam ter cores do Fluminense e do Vasco, apenas com a mudança da iluminação externa. Assim, os dois clubes que disputam o setor sul poderiam ter suas cores e lojas ali, de acordo com o mando da partida. O Fluminense não cogita esta hipótese.

"A prova de que estamos nos esforçando para aperfeiçoar a relação foi a entrevista coletiva de Paulo Henrique Ganso, em sua apresentação, na sala de imprensa do Maracanã. Também estamos fazendo todos os esforços para que sua estreia aconteça no Maracanã contra o Bangu, com muito sucesso", alega Mauro Darzé.

A proximidade do Maracanã com o Vasco aumentou desde o ano passado, mas o presidente Alexandre Campello salientou, depois da conquista da Taça Guanabara, que se não puder usar o lado direito das tribunas prefere atuar em São Januário. O discurso da atual gestão do Maraca baseia-se no edital da parceira público privada que, embora exigisse contratos com pelo menos dois clubes, deixava claro que o estádio precisaria servir ao futebol do Rio de Janeiro. Daí afirmar que pretende o maior número de eventos possível e que incluam os quatro maiores times da cidade, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Sobra a possibilidade de repetição do fiasco de domingo no segundo turno, quando Fluminense e Vasco se enfrentarem, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, diz que o clube das Laranjeiras e o consórcio Maracanã devem resolver sua disputa na Justiça. Mas que o regulamento do campeonato, assinado por todos, deve prevalecer.



Fonte: Blog do PVC - UOL