Problemas disciplinares impediram acerto de Juninho, do Sport, com o Vasco
Sexta-feira, 30/03/2018 - 18:31
Centroavante veloz, habilidoso, com bom desempenho nas finalizações e apenas 19 anos. Características que alçariam qualquer jogador a ser fruto de desejo de todos os clubes do Brasil. No Sport, porém, um atleta com esse perfil virou um imenso problema: Juninho. Tido como uma das principais revelações da base, o jogador é visto como "persona non grana" pelo técnico Nelsinho Baptista, que não aceita a falta de disciplina do comandado. Alia-se a isso o fato do prata da casa responder a um processo por agressão, injúria e ameaça contra a ex-namorada. Cenário que tem impedido com que clubes que demostraram interesse na contratação do jogador, como Cruzeiro, Grêmio e Vasco, concretizem as negociações.

Após praticamente acertar a ida para o Vasco e ver o clube retirar a proposta, Juninho esteve perto do Cruzeiro. Chegou a postar uma foto nas redes sociais em alusão ao clube, mas viu a negociação ruir. Inconformado com a situação, o atleta, que voltou a trabalhar no Sub-20 do Sport, desabafou.

- Essa questão da disciplina está me prejudicando muito. Inventaram mentiras ao meu respeito e isso está acabando com tudo. Essas mentiras ganharam uma repercussão muito grande. Essa questão da indisciplina, mesmo. Não me neguei a ir para o jogo da Copa do Brasil. Tinha informado que estava com dor, mas inventaram isso. Por que não deixam eu falar com a comissão técnica na frente da imprensa? Aí falam de indisciplina. Dizem que eu me queimo por falar muito, mas é que eu não aturo safadeza. O Cruzeiro sabia de tudo isso. Sabia do meu processo e disseram que queria me contratar. Agora, de última hora, dizem que não querem mais. Isso não existe. É muito ruim, isso – disse o atleta, lembrando do caso que fez o técnico Nelsinho Baptista o afastar do elenco profissional.

A mágoa que o atleta tem com o técnico é reciproca. Chateado com as constantes demonstrações de falta de comprometimento do atleta, que chegou para a pré-temporada longe da forma ideal, além de ter, segundo o treinador, se negado a jogar contra o Santos-AC, pela Copa do Brasil, Nelsinho nem sequer comenta a situação do centroavante.

- Não falo mais sobre esse jogador. Não tenho mais nada para falar sobre ele. Isso agora é um problema da diretoria do clube.

Tentando negociar com algum clube, o Sport também prefere não entrar em detalhes sobre as frustradas transferências do atleta. Os motivos que levaram Cruzeiro e Vasco a desistir do centroavante são mantidos em segredo. A posição oficial, através o vice-presidente de futebol, Guilherme Beltrão, é que Juninho retornou ao Sub-20 do clube, onde seguirá caso não encontre uma equipe para jogar.

A antipatia pelo jogador não é algo que se restringe ao técnico. No clube, poucos atletas ainda mantêm contado com Juninho. Postura que se repete por integrantes da comissão técnica e funcionários que trabalham com o futebol. Entre as queixas, a arrogância é uma das principais.

Alheio a esse cenário, Juninho se vê como injustiçado. Acredita que o processo que corre na justiça é um dos fatores que o fez ficar sem chances no clube. Usando da autoconfiança, ele acredita ser diferenciado e que deveria ter mais chances.

- Não entendo porque não tenho chances. Quando André não estava jogando nada, eu fui lá e dei resultado. Fiz os gols. Quando Luxemburgo era treinador, ele bateu no peito e me segurou na equipe. Não teve essa questão do processo na justiça. Mas ele saiu e eu deixei de jogar. Nunca tive três jogos como titular, mas faço gol. Quando fui escalado, fiz gol.

Ciente de que a vida no Sport dificilmente terá continuidade, Juninho tenta minimizar a fama de indisciplinado para conseguir uma chance n o cenário nacional.

- Agora é levantar a cabeça e recomeçar no Sub-20. Vou recomeçar e fazer gol. A única coisa que posso fazer é marcar os gols e recomeçar a carreira. Não posso fazer mais nada além disso – disse o atleta, mantendo o raciocínio para o que acontece dentro das quatro linhas. Pelo Sport, Juninho fez 30 partidas e marcou seis gols.



Fonte: GloboEsporte.com