Desavença entre grupos de Brant e Campello tumultua ainda mais cenário eleitoral do Vasco
Domingo, 14/01/2018 - 17:34
A nota publicada neste domingo pelo grupo "Identidade Vasco", que afirma que "não integrará a gestão executiva da nova direção", virou mais um capítulo no já complexo cenário político do Vasco. Só que desta vez não envolve o duelo Julio Brant x Eurico Miranda. O grupo pretende seguir o apoio a Brant na reunião do Conselho que definirá o próximo presidente cruz-maltino, mas há um clima de desconfiança no ar.

Depois da votação do dia 7 de novembro, houve a "ausência quase completa de diálogo da Chapa Sempre Vasco" com o grupo que tem, entre outros representantes, Alexandre Campello, indicado a vice geral, e Roberto Monteiro, que será candidato a presidente do Conselho Deliberativo.

Como o grupo de Brant fez a divisão de cargos executivos entre membros da "Sempre Vasco", a "Identidade Vasco" decidiu emitir a nota oficial. O grupo de Campello chegou a indicá-lo como nome para ser o vice de futebol, mas como o comitê gestor do futebol (que será formado por representantes do jurídico, financeiro, pelo vice geral, além de Julio Brant) poderia transformá-lo em uma figura decorativa - no entendimento das liderancas da "Identidade", demonstraram incômodo com a situação.

A "Sempre Vasco" procurou a "Cruzada" para saber se, sem a "Identidade", poderiam contar com eles na administração, nas vice-presidências, e ouviram resposta positiva. A indicação da "Cruzada" é João Marcos Amorim para VP de finanças. Ele foi membro do Conselho Fiscal em um dos mandatos de Roberto Dinamite.

Em bora haja um pacto para a votação em Julio Brant na eleição no Conselho, há quem tema que outros candidatos às presidências de poder sejam lançados - por exemplo: um candidato da "Sempre Vasco" para presidência do Conselho Deliberativo para concorrer com Roberto Monteiro; ou um candidato para o Conselho Fiscal para enfrentar Eloy Ferreira (indicado pela "Identidade Vasco").

A colcha de retalhos é grande entre os 120 conselheiros da união das chapas vencedoras do pleito de 7 de novembro (de acordo com a atual decisão da justiça). São 60 da "Frente Vasco Livre", que é dividida em pelo menos quatro partes:

1 - Identidade.
2 - Cruzada.
3 - Vira Vasco
4 - BNDES Vasco

São 60 da "Sempre Vasco", também em quatro partes pelo menos:

1 - Sempre Vasco "puro"
2 - PetroVasco
3 - Vascão Gigante
4 - Vasco Med

Decisão sobre mandado de segurança vai traçar caminho de Eurico

A nota da "Identidade Vasco" também repercutiu bastante entre os aliados de Eurico Miranda. Mas o que vai definir a estratégia do atual mandatário é o resultado do pedido de mandado de segurança feito no STJ, na sexta. Caso o resultado (expectativa de que seja divulgado na terça) não inverta a vantagem atual de Brant, pessoas próximas a Eurico garantem que ele não será candidato na eleição no Conselho para evitar a derrota para um arquirrival.

Discute-se na Justiça a situação dos 475 sócios que votaram na urna 7. Todos eles foram admitidos no clube entre os meses de novembro e dezembro de 2015 - há suspeita de fraude. A última decisão da Justiça determinou que os votos fossem suspensos, com base num laudo pericial simplificado que analisou documentos entregues pelo Vasco.

Na atual situação, a chapa vencedora é a "Sempre Vasco Livre", de Julio Brant.



Fonte: GloboEsporte.com


Relação entre grupos de Brant e Campello fica abalada e pode afetar eleição do Vasco

Há um elemento novo na já conturbada política do Vasco: a relação entre o grupo Sempre Vasco, de Julio Brant, e a Identidade Vasco, de Alexandre Campello, está abalada. A oito dias da data que deve ser escolhida para ocorrer a reunião do Conselho Deliberativo, os dois grupos de oposição que se uniram para vencer Eurico Miranda não falam mais a mesma língua e o atrito pode afetar a candidatura de Brant na Sede Náutica da Lagoa.

Uma nota na manhã deste domingo escancarou o problema. A Identidade Vasco, principal grupo que compõe a Frente Vasco Livre, comunicou que não fará parte da nova gestão do clube. De acordo com a nota divulgada, "a ausência quase completa de diálogo da Chapa Sempre Vasco conosco nos levou a considerar que o novo presidente deva ter o máximo de liberdade para formar sua equipe de trabalho".

Internamente, o sentimento é de traição. Depois da eleição do dia 7 de novembro, em que Brant e Campello uniram forças para bater o candidato da situação, Eurico Miranda, foram poucas as vezes em que os grupos se juntaram para discutir a futura gestão. A presidência do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal foram oferecidos ao grupo de Campello, além da vice-presidência geral e da vice-presidência de futebol ao médico. Ainda assim, a sensação de isolamento das decisões seguiu entre os membros da Identidade.

A gota d'água ocorreu na última sexta-feira, quando Julio Brant concedeu entrevista coletiva para comentar os rumores de saques a São Januário e o processo eleitoral do clube. O cabeça da Sempre Vasco apareceu sozinho, sem a presença de Campello ou qualquer outra liderança do grupo aliado. No discurso, a falta de referência aos parceiros e a afirmação de que várias questões quanto à gestão do clube já estavam definidas - sem que a Identidade Vasco tivesse conhecimento - foi o estopim da crise.

No mesmo dia as principais lideranças do grupo de Alexandre Campello e de Julio Brant se reuniram para discutir a relação e tentar apagar o incêndio. Antes, Campello soube que decisões referentes ao departamento de futebol, do qual ele seria vice-presidente, já haviam sido tomadas sem que tivesse conhecimento. O médico abriu mão do cargo e as tentativas no sábado de reverter o quadro foram inúteis.

Na nota publicada neste domingo, a Identidade Vasco afirmou que permanecerá compondo a nova diretoria na vice-presidência geral, que ficará com Alexandre Campello, na presidência do Conselho Deliberativo, a cargo de Roberto Monteiro, e na presidência do Conselho Fiscal, a ser ocupada por Eloi Ferreira Araújo. Não há confirmação no comunicado de que o grupo manterá os votos para Julio Brant assumir a presidência. Procurados pela reportagem para saber se há o risco de o grupo não votar em Brant na Lagoa, tanto Campello quanto Monteiro preferiram não se manifestar.

Nem mesmo o grupo de Julio Brant conta com 100% de certeza de que a união será mantida na Lagoa. Já existem rumores de que a Identidade pode surgir com um novo nome como candidato na reunião do Conselho, um que possa agradar também partidários de Eurico Miranda - vale lembrar que qualquer um dos 300 membros do Conselho Deliberativo podem se candidatar aos cargos elegíveis do clube.

Por conta disso, articuladores de Brant devem se reunir com conselheiros de oposição até então mais afastados do processo, como Otto de Carvalho Júnior, José Luis Moreira e Fernando Horta, em busca de apoio na eleição do dia 22.

Fonte: Extra Online