Fundadora do time Vasmengo, de Rondônia, quer vascaínos torcendo pelo Urubu na Sul-Americana
Quarta-feira, 06/12/2017 - 11:25
Agua e óleo não se misturam. Até quem não entende de química sabe disso. E nos campos da vida, qualquer torcedor sabe que vascaínos não simpatizam com o Flamengo, e que rubro-negros não gostam do Vasco.

Mas e numa situação inesperada como a das finais da Copa Sul-Americana, na qual se o time de Diego & cia for campeão vai acabar ajudando o elenco liderado por Nenê a entrar direto na fase de grupos da Libertadores da América de 2018? Vale torcer pelo Flamengo sendo Vasco?

Ou é melhor torcer para o Flamengo perder, mesmo sendo rubro-negro, só para o time de São Januário não ter seu caminho facilitado? Quem parece ter a resposta para isso mora a 3,5 mil km do Rio: Dulcineia Félix Souza Lopes, dona Dulce, fundadora e presidente há 20 anos do Vasmengo, de Rondônia.

- Acabei com todas essas dúvidas - afirma ela, por telefone, de Porto Velho, onde mora. - No meu grupo de whattsup, tem vascaínos dizendo que não vão torcer para o Flamengo de jeito algum. Mas escrevi que não so nem Vasco, nem Flamengo. Sou Vasmengo. Tenho o palpite de que o Flamengo vai ganhar de 2 a 1 na Argentina e empatar no Naracanã. Aí, o Vascão estará na Libertadores (na fase de grupos).

Aos 55 anos, a presidente do Vasmengo, dona Dulce, como é conhecida em Porto Velho, é uma apaixonada vascaína. Mas pela distância, jamais pôde vir ao Rio.

-Meu sonho é ir ao Maracanã, usando a minha camisa do Vasmengo, para torcer pelo meu Vasco - conta. - Se pudesse falar algo para esses torcedores que brigam, diria que essa violência é muito triste. Futebol é vida, é arte, é diversão. Ninguém tem de ir a um estádio para brigar. Violência não combina com futebol. Sempre converso com meu time, antes de cada jogo, pedindo que ninguém brigue nem faça gestos obscenos.

Antes que alguém imagine que dona Dulce, como é conhecida, está contando alguma piada, basta que ela conseguiu o impossível, algo mais improvável que misturar óleo com água. Teve a coragem de fundar, em 1997, um time amador que reúne as paixões de sua família: o Flamengo e o Vasco.

- Há um campo de peladas no bairro Mariana, aqui em Porto Velho, onde o pessoal da minha família sempre costumava jogar, até que em 1997, resolveram organizar um campeonato, e cada time teria de ter um nome. Foi quando nos reunimos aqui em casa, umas 30 pessoas. Havia vascaínos, rubro-negros e também corintianos e sãopaulinos. Aí, surgiu a ideia do Vasmengo - relembra a dublê de presidente e treinadora.

- Levamos uns três dias até escolher o nome. Os rubro-negros não aceitavam que o nome do Vasco viesse na frente. Eles queriam Flavasco, mas ficaria feio. Até que acabamos escolhendo Vasmengo. Mari, minha nora, mulher do Alexandre, desenhou a primeira camisa.

Escudos, bandeiras e uniformes são divididos entre os dois clubes, meio a meio. A maior conquista da equipe foi a Recopa Genus, há dois anos. Atualmente, o time lidera seu grupo na Copa Genus deste ano, com uma vitória e um empate; e já se classificou em primeiro na chave para a próxima fase do Amadorzão de Rondônia, com duas vitorias e dois empates.

- Os nossos uniformes são uma sensação em Porto Velho. Todo mundo quer - afirma ela.



Fonte: GloboEsporte.com