Milton Mendes rebate acusações de relacionamento ruim com jogadores
Terça-feira, 22/08/2017 - 16:43
Depois de ter sua confirmada sua demissão na segunda-feira, Milton Mendes foi até São Januário na manhã desta terça para se despedir do elenco dos funcionários. Em seu relato, o técnico disse que recebeu muitas mensagens de apoio de todos no Vasco. Ele contestou informações da matéria publicada pelo GloboEsporte.com nesta terça e deu sua versão para cada uma delas.

- A despedida foi muito bacana. Recebi vários telefonemas e mensagens. Foi um momento especial, muitos jogadores falaram. O fator humano é o que mais conta para mim. Tentaram colocar coisas negativas, e isso não é verdade. A relação sempre foi boa. É preciso ser amigo e treinador nas horas certas. Foi muito bacana, me emocionei - afirmou.

Milton acredita que manteve no período em que esteve no Vasco uma boa relação tanto com dirigentes, funcionários, jogadores e imprensa.

Confira as declarações do técnico sobre cada assunto da reportagem sobre os bastidores da demissão:

Apoio da diretoria

- Saio muito mais rico do que entrei, mas não financeiramente. Conheci pessoas interessantíssimas que passei a gostar muito. Saio com sentimento de dever cumprido. Meus horários eram extensos, recuperamos vários jogadores e demos chances aos que vão ser o futuro. É um bom legado. Agradeço sempre o apoio da diretoria, do presidente, do Silvio (Godói, vice geral), Ricardo (Vasconcellos, assessor de presidência), ao Eurico Brandão e ao Anderson Barros. Foi uma convivência muito boa, produtiva. O Eurico sempre me deu apoio, conversávamos muito. Foi uma experiência riquíssima.

Comemoração de alguns jogadores pela demissão

- Não posso acreditar nisso. Tínhamos uma relação muito próxima. Não vejo isso. Pode ter comemorado alguém que não está mais no grupo. Não acredito nisso da parte de nossos jogadores. A relação sempre foi amigável. Falávamos de projetos futuros. É mais uma invenção de alguém interessado em colocar problemas dentro do Vasco.

Churrasco que não aconteceu

- Isso me dá vontade de rir. É completamente sem fundamento. Eu tinha uma boa relação com o Andrezinho. Ele jogava, nós conversávamos muito. Jamais vou competir com churrasco de jogador. Eu dizia que eles tinham que se encontrar mesmo, preservo a união. É descabido. Eu fiquei sabendo do churrasco pelos próprios jogadores. No único que fiz no Carioca depois do gol em jogada ensaiada, apenas um jogador não pôde ir. Teria outro sim, mas era no dia de uma folga e todos iriam viajar. Por isso foi cancelado. O resto é fruto da imaginação de pessoas que estavam fora. Podem falar isso para algúem de fora e usam isso para deteriorar o ambiente. É mentira.

Rodrigo e Nenê

- Do Rodrigo eu não tenho nada para falar. O único encontro que vou ter com ele é na justiça. Sobre o Nenê, é uma pesso que tenho admiração. Quando eu cheguei, ele estava jogando, mas notei um cansaço. Ele iniciou o Brasileiro jogando, quando perdemos fora de casa. Concluí que precisávamos de velocidade. Botei o Mateus e kelvin, e as coisas foram bem. Nunca deixamos o Nenê de lado.

Estávamos esperando ele voltar dessa baixa de forma, fizemos trabalhos especiais. No segundo jogo ele entra, depois segue e retorna. Eu fui o primeiro a tentar trazê-lo de volta. No primeiro jogo (contra o Palmeiras) já entrou.

As coisas são vistas de um ângulo que não tem. Nunca tivemos nada, nem uma pequena discussão. O problema era quando ele saía do jogo, isso que causava um incômodo no clube. O presidente conversou, os jogadores conversaram, eu conversei... Ele trabalha ao extremo, mas falha nesses pequenos momentos. Coloca em xeque os treinadores. Mas ele sempre foi um exemplo de trabalho. Eu sempre contei com ele. Os atos falam mais do que as palavras.

Atrito com outros atletas

Rafael Marques: é um dos que tenho melhor relação. Me mandou mensagens.

Manga: teve uma chamada de atenção por entrega de trabalho, performance. Mas é um menino extraordinário. Ele estava mal depois do pênalti cometido na estreia e nós o recuperamos, fizmeos um plano. Depois que cresceu, não se dedicou como eu imaginava. Só isso. Minha cobrança foi só em cima de trabalho. Meu trabalho é dentro de campo, precisamos nos entregar de corpo e alma. É o mínimo. Só cobrei entrega, mais nada.

Madson - aconteceu realmente. Chamei atenção dele em Pinheiral e ele deu uma resposta que não foi boa. Chamei atenção, disse que o caminho não era aquele. Falei na frente do grupo. Quando cheguei ele era dispensável. Eu trouxe ele, adiantei o Pikachu. O Madson chegou a ser titular. O importante é que o pai tem que chamar atenção e mostrar. Entrega e disciplina, é só o que peço. Nunca tive bate-boca. Ele me deu uma resposta que foi falta de respeito. Depois ficou zero a zero.

Mudanças constantes na equipe

- Não posso usar o mesmo jogador quando ele se machuca. Queria ter o time titular, mas sempre acontecia alguma coisa. O banco que eu montava a partir dos treinos, da meritocracia. Eu estreei um jogador (Anderson Martins) no segundo jogo do returno. Eu já estava chegando próximo ao modelo que eu queria, mas o Douglas saiu, os zagueiros chegaram... Houve uma série de mudanças. Não era por minha vontade.

Pikachu sempre foi a primeira opção até o Wagner voltar bem. Escudero teve chnce, Mateus... Quando o Luis Fabiano não podia entrava o Thalles. Estava tentando dar oportuniade a todos. Houve uma queda agora, mas o grupo é bom e as coisas vão se encaminhar bem.

Três preparadores físicos em cinco meses

- Eu trouxe o Trevisan comigo. Tinham dois preparadores (Fabio Ganime e Gustavo Lázaro) que já estavam no clube e tinham o perfil para equipe principal. Tentei fazer um revezamento. Não deu certo. O Trevisan não gostou e foi embora. Não houve coisas maiores. Dos três, dois são da casa. Não teve nada de errado nem atrito. Na Europa, nem usam mais preparador físico. É uma figura que os jogadores não gostam muito, mas nós fazemos um trabalho integrado.

Acabei minha passagem com o Gustavo, o mais novo mas com uma conduta espetacular. O Ganime faz um ótimo trabalho de transição, dentro da sala de musculação. Coloca o jogador quase pronto para jogar, e isso é ótimo. o Caprres, com ele e o Alex Evangelista, faz um trabalho maravilhoso. O Vasco está bem servido em todos os setores. O departamento médico também. Não foi problema com ninguém, apenas oportunidades dadas.



Fonte: GloboEsporte.com