Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Jean
Sexta-feira, 04/08/2017 - 21:58
O segundo tropeço consecutivo do Vasco em Volta Redonda acabou com a paciência dos torcedores. Na derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, alguns jogadores e o técnico Milton Mendes foram alvos de protestos e ofensas. As críticas não se restringiram às arquibancadas, se estendendo também às redes sociais. Um dos jogadores que não escapou foi Jean. Em suas redes sociais, decidiu encará-las de frente, escrevendo um pensamento: "Para evitar críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada".

Escolhido para dar coletiva em São Januário nesta sexta-feira, o jogador explicou como tenta lidar com as reclamações da torcida.

- Todos nós estamos sujeitos a críticas. Não só no futebol, mas em toda área do nosso trabalho. Eu não quis ter falta de humildade, de falar que não mereço ser criticado. Todo mundo tem direito a dar opinião, todo mundo tem direito a gostar ou não do seu trabalho. Estamos fazendo nosso melhor. Se tiver crítica, que seja construtiva. Sou muito aberto a isso.

Jean explica que o torcedor tem o direito de criticar. Mas afirma que neste momento delicado da equipe, críticas construtivas ajudarão mais os jogadores do que ofensas e outros tipos de reclamações:

- Sei que eu não sou o melhor volante, sei que não sou craque, sei que posso melhorar. Só que magoa quando vem um cara criticar você falando "você não merecia estar no Vasco", "você não merecia viver isso ou aquilo". Isso não é crítica. É isso que eu bato de frente. Mas quando um torcedor vem para e fala "acho que você deveria melhorar nisso, poderia melhorar naquilo", você olha com carinho e pensa "ele tem razão", e dá aquele estalo que ajuda. Eu adoro crítica construtiva. Mas as críticas que te querem simplesmente jogar para baixo, devem ser de pessoas frustradas, não tem o que fazer da vida...

Por causa da perda de seis mandos de campo e a interdição por 180 dias de São Januário em razão das confusões no clássico contra o Flamengo, o Vasco tem mandado seus jogos no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, cidade que fica a 130km do Rio de Janeiro. Em duas partidas, foram duas derrotas e nenhum gol marcado (1 a 0 para o Atlético-PR e 3 a 0 para o Cruzeiro). Jean admite que os jogadores vascaínos têm sentido falta do "caldeirão" de São Januário.

- Todo carinho a Volta Redonda, uma cidade nos acolheu super bem, fomos muito bem tratados em Pinheiral também... O Vasco investiu no gramado de Volta Redonda. Tentamos fazer de Volta Redonda o nosso mando de campo, só que São Januário é São Januário. Nosso caldeirão. Os números falam por si. O aproveitamento nosso aqui em São Januário era um absurdo. Quem vinha jogar contra nós em São Januário sabia o tamanho e o peso que era. Infelizmente ainda não conseguimos fazer isso com Volta Redonda. Torcemos para que esse julgamento seja válido para a gente, que reduzam a pena.

Com mais uma derrota o Vasco segue estacionado nos 23 pontos e caiu para a nona colocação. O Cruz-Maltino encara a Ponte Preta em Campinas, no próximo domingo, 19h, pelo fechamento do 1º turno.

Confira mais tópicos da coletiva de Jean:

Análise da derrota para o Cruzeiro
Tomar um gol com 1min de jogo, e tomar o segundo com 18min abala, querendo ou não abate. Nós mesmo tínhamos que encontrar força para dar a volta por cima lá. Não há justificativa. Simplesmente nossa postura tinha que ter mudado a partir do momento que tomamos o 2 a 0. Tínhamos que reverter e, infelizmente, não conseguimos. Nossa equipe sentiu o primeiro gol. O professor conversou bastante conosco, disse que temos que ter essa confiança em nós mesmos, não esperá-la vir de nenhum lado. O torcedor se assusta, é normal, tendo em vista o que viu ontem. Até nós mesmos, jogadores, ali em campo, nos olhávamos diante da situação, tentávamos fazer alguma coisa, mas éramos impedidos até pela falta da confiança. Cabe a nós reverter a situação, estamos fechados entre nós. Sabemos que o torcedor não vai sair da arquibancada e jogar no nosso lugar. Nós temos que nos cobrar. E temos feito bastante de ontem para hoje, para que contra a Ponte seja diferente.

Apelo ao STJD pela redução de punição a São Januário
Já deu para doer bastante. No jogo contra o Santos foi absurdo não ter torcida. E nos últimos dois jogos não foi nada comparado ao que tinha em São Januário, que era cerca de 15 mil torcedores. São Januário é nossa casa e a gente faz esse apelo para que volte a ser novamente.

Jogadores experientes fazem falta nesse momento difícil?
Jogadores com mais rodagem fazem falta, sem dúvida. Mesmo assim, vi o Paulinho, o Paulo Vitor, mesmo com a torcida protestando, chamando o jogo, indo para cima. Nosso time é novo, está amadurecendo, tem muitas peças que entraram agora. Os que entraram agora são meninos que vão dar sequência para a gente no campeonato. Quando a gente precisar deles, já deu para ver que dá para contar.

Fases do Vasco
Vivemos momentos bons há menos de um mês. O Vasco estava muito bom, estavam em sexto, brigando por Libertadores. Éramos os melhores há duas, três semanas atrás. Hoje nós não somos os piores. É isso que o torcedor do Vasco tem que entender. Nossa mentalidade não está voltada para brigar contra o Z-4. Nem sequer passa por nossa cabeça. Estamos voltados à primeira metade da tabela. A partir do momento que começarmos a olhar para baixo, estaremos diminuindo isso que a gente está vestindo. E o que a gente está vestindo não merece que fiquemos olhando para baixo, merece estarmos olhando para cima.

Quanto lesões e desfalques têm atrapalhado o Vasco?
Por mais que alguns jogadores entrem e entrem bem, como foi o caso do Lucas Rocha, a falta de entrosamento atrapalha qualquer equipe. Se você tem uma equipe entrosada, coesa, detalhes mínimos, erros pequenos não acontecem. E temos perdido jogos por causa de pequenos erros. E isso se deve, com certeza, à falta de entrosamento. Espero que possamos contar com todo mundo o quanto antes. O Vasco com elenco completo pode brigar lá em cima.

Zaga que joga domingo
Ainda não sabemos quem vai sair do departamento médico, quais jogadores terão condições de jogo, se o Anderson Martins terá condição de jogo... Isso professor Milton vai passar para a gente amanhã.

Fórmula para sair da fase difícil
É botar o pé no chão. Saber que temos um grupo de qualidade, uma torcida imensa. Não tô fazendo média com a torcida. Mas temos que ter noção da dimensão do tamanho do Vasco, da grandeza do escudo que a gente carrega. Cabe a nós, dentro de campo, chamar a responsabilidade.

Encarar Lucca e Sheik, da Ponte
Lucca eu conheço pessoalmente, é um amigo, tem uma qualidade técnica absurda, se der um espaço ele consegue fazer as coisas muito rápido. É diminuir o espaço dele. O Sheik nós conhecemos bem, tem toda a malandragem de jogador das antigas, toda aquela maneira de controlar o jogo, o timing de cada jogada.



Fonte: GloboEsporte.com