Caso seja comprovada facilitação de entrada de artefatos em São Januário, funcionários e Eurico podem ser punidos
Segunda-feira, 17/07/2017 - 13:10
O Ministério Público do Rio já está com o documento elaborado pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) que aponta que pelo menos dois membros da facção organizada Força Jovem Vasco fazem parte do quadro de funcionários do clube, como mostrou o "Jornal Nacional" no sábado.

Nesta segunda, o promotor Rodrigo Terra deve entrar com uma ação na Justiça do Rio exigindo punições. Caso fique provado que Rodrigo Granja Coutinho dos Santos e Sidney da Silva Andrade (identificados no documento) já tinham ordem de se apresentar a uma delegacia nos dias do jogos do Vasco, a prisão provisória deles pode ser decretada.

A Força Jovem do Vasco é a torcida mais punida do Brasil e está proibida de entrar em estádios. Isso engloba todos seus integrantes. No entanto, há membros ativos que não são oficialmente cadastrados e, por isso, dependem do reconhecimento da PM para que sejam pessoalmente notificados de seu afastamento.

— Não sei dizer se esses especificamente ainda teriam a obrigação de se apresentar na delegacia. Se tiverem e forem faltosos, a prisão é imediatamente decretada. Mas existem, sim, membros ativos que não fazem parte da diretoria e nem estão cadastrados — explicou o juiz Marcelo Rubioli da Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos.

No entanto, segundo O GLOBO apurou, ambos são membros conhecidos. Sidney, que trabalha como segurança no portão 9 de São Januário — setor onde entram as organizadas e a revista é feita —, já havia se envolvido em uma confusão de facções organizadas em 2015.

Rodrigo Granja era um membro cadastrado da Força Jovem até o começo do ano, quando pediu seu desligamento. No dia 21 de junho, ele chegou a ser detido pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Engenhão por estar indevidamente presente na partida contra o Botafogo. Foi liberado por intermédio do Vasco, que alegou ser ele um funcionário do clube.

Denúncia contra Eurico

Com essa denúncia, se ficar provado que o Vasco e seu presidente, Eurico Miranda, tinham conhecimento de que os dois eram membros da Força Jovem e que isso facilitou a entrada de artefatos em São Januário, o MP deve pedir o afastamento do presidente de suas funções.

— Se ficar provado que esses funcionários facilitaram a entrada de artefatos e os Vasco os contratou sabendo de seu envolvimento, como o próprio Eurico admitiu, ele pode ser afastado. Acredito que o MP vá pedir isso — disse Rubioli.

Neste domingo, o presidente do Vasco rebateu as acusações:

— A pessoa que morreu, morreu a quatro quadras do estádio do Vasco. O Vasco tem 130 funcionários. Não posso discriminar se são evangélicos, se são do PT, assim como não discrimino se são de tal torcida.



Fonte: O Globo Online