Torcedores alegam que foram agredidos por seguranças nesta última 4ª-feira em São Januário
Quinta-feira, 08/06/2017 - 09:56
Eurico Miranda pediu a presença do público para a partida desta quarta-feira (07) contra o Corinthians pelo Brasileirão. Os vascaínos atenderam à solicitação e compareceram em peso. Porém, o que se viu após o jogo nas redes sociais foi bem mais que a insatisfação com a goleada sofrida por 5 a 2. Torcedores alegaram que seguranças do clube agrediram e expulsaram quem xingava e criticava o dirigente após o revés em São Januário.

Tudo começou logo em seguida ao quinto gol corintiano. Uma parte considerável da torcida passou a entoar o cântico "Eurico, vai se f...! O nosso Vasco não precisa de você!". Passados alguns minutos, uma grande pancadaria tomou conta da arquibancada, mais precisamente atrás do gol, onde se situa uma organizada. No setor social, o que se viu foi um empurra-empurra e muita gritaria.

Nos vídeos desta reportagem, há registros da confusão tanto dentro quanto fora do estádio. Internamente, é possível identificar funcionários do clube, seguranças particulares (stewarts) e torcedores discutindo e se empurrando. Em duas das gravações, o autor alega que o tumulto se originou após os protestos contra Eurico.

Há ainda a imagem de um torcedor sendo carregado já na parte externa da entrada principal, na rua General Almério de Moura (primeiro vídeo). Ele teve de ser encaminhado para um hospital após levar um soco no rosto. Abordado pela reportagem, o jovem não quis se identificar. Apenas uma pessoa foi presa e liberada após assinar um termo circunstanciado.

O UOL Esporte tentou contato com Eurico Miranda e o Vasco para perguntar sobre as ocorrências. A assessoria da presidência respondeu que o clube não irá se posicionar e delegou a competência à Polícia Militar.

Crianças são acolhidas no camarote da imprensa

Após a pancadaria se generalizar na arquibancada, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) entrou em ação. Com bastões e muito spray de pimenta, eles aumentaram a correria e o pânico tomou conta de algumas mulheres e crianças. Tensos, alguns pais pediram a ajuda de pessoas que estavam nos camarotes acima do setor, entre eles o dos jornalistas, que acolheram dois pequenos vascaínos que choravam.

Não foi a primeira acusação

Esta não foi a primeira vez que torcedores acusam seguranças do Vasco de agressão em São Januário. Na véspera da estreia no Campeonato Brasileiro, contra o Palmeiras, em São Paulo, o clube abriu o treinamento para o público e, segundo relatos de testemunhas, um cruzmaltino que estava xingando o vice de futebol Eurico Brandão, o Euriquinho, filho de Eurico Miranda, foi agredido.

Três dias após o episódio, o Vasco emitiu uma nota oficial onde colocou o caso como uma confusão entre torcedores e que os seguranças agiram para apartar. Ainda no comunicado, ressaltou que uma apuração aconteceria para verificar se houve exageros. Veja abaixo à íntegra:

"Neste sábado, antes da estreia do time de futebol do Vasco no Campeonato Brasileiro, o treinamento do elenco foi aberto ao torcedor. A intenção foi estabelecer um clima de harmonia entre o torcedor e os jogadores do clube.

Ocorre que, ao final do treinamento, no momento em que o Vice-presidente de futebol estava no gramado com o seu filho, dois ou três elementos, com copos de cerveja na mão e visivelmente transtornados, passaram a ofender o dirigente. Em função também da presença da criança, e a fim de evitar confusão, o Vice-presidente se retirou para o vestiário.

Não se sabe qual a real motivação daqueles que ofenderam. Não se sabe se estavam a serviço de alguém, mas é uma possibilidade. Porém, inegavelmente, tentaram romper a conexão que se desejava, inclusive insultando um pai junto ao seu filho, o que precede o cargo que ocupa.

O que houve depois foi a reação de alguns torcedores que discordaram da ação dos citados elementos. A segurança do Vasco agiu para apartar a confusão. Será apurado se houve algum exagero praticado por funcionário do clube, o que não pode ocorrer.

Por outro lado, é fato que a vitimização daqueles que causaram o problema também não é aceitável. A ação, agressiva e aparentemente de ordem política, é repudiada pelo Vasco e pelos vascaínos.

Diretoria do CR Vasco da Gama"

Fonte: UOL