Veja mais um trecho do e-book 'Vamos todos cantar de coração: os 100 anos do futebol no Vasco da Gama'

Domingo, 01/01/2017 - 10:34
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"Supersupercampeão

Os anos 50 representariam para o Vasco o fim da linha para o Expresso da Vitória, mas também o começo de uma nova geração vencedora. Em 1952, o time conquistaria mais um Campeonato Carioca, embora não invicto como ocorrera três vezes na década anterior. O elenco contava com alguns remanescentes do Expresso, como o goleiro Barbosa, o zagueiro Augusto, a linha média de Ely, Danilo e Jorge, além dos atacantes Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico, mas também com outros nomes que fariam história, como Sabará, um jovem ponta que se tornaria muito querido dos torcedores, e o ainda juvenil (como se dizia à época) Vavá, autor dos dois gols na vitória por 2 a 1 sobre o Bangu e que assegurou o título antecipado da temporada, sob a direção técnica de Gentil Cardoso.

Foi necessário aguardar quatro anos, para poder voltar a gritar campeão, no Campeonato Carioca de 1956, sob o comando do técnico Martim Francisco, visto como um dos pioneiros da implantação, no país, do sistema 4-2-4 (quatro na defesa, dois no meio-campo e quatro no ataque).

Era um elenco bem diferente daquele do Expresso. Havia jogadores revelados pelas divisões de base, como o zagueiro Orlando, o lateral Coronel, e os atacantes Sabará e Vavá. A eles se juntaram atletas contratados de outros clubes, como o lateral Paulinho de Almeida, o zagueiro Bellini, o apoiador Válter Marciano e o atacante Pinga. O título foi muito especial, porque, como ocorrera em 1945, os vascaínos impediram o tetracampeonato do Flamengo. O Vasco levantou o troféu na penútlima rodada, ao derrotar o Bangu, de virada, por 2 a 1 (dois gols de Vavá, como em 1952) e graças à derrota do até então super-favorito Flamengo para o Botafogo.

Numa década de muitas conquistas, o Vasco voltaria a se mostrar forte também no confronto com times do exterior, tendo ganho por exemplo, no Rio, em 1953, o Octogonal Internacional Rivadávia Corrêa Meyer, visto por alguns como um protótipo do Mundial de Clubes. Em 1957, o Vasco conquistou dois de seus mais importantes títulos internacionais, o Torneio de Paris e o Troféu Tereza Herrera, duas competições do verão europeu (junho). O Torneio de Paris foi considerado outra entre as primeiras tentativas de se apontar o melhor time do mundo. Em sua primeira edição, o Vasco derrotou o Real Madrid por 4 a 3, trazendo o troféu para São Januário, onde também se encontra a Tereza Herrera de 1957, ganha com os 4 a 2 sobre o Athletic Bilbao. Até hoje, poucos times brasileiros têm esses troféus.

Na esteira de bons resultados, o Vasco comemorou seus 60 anos de fundação em 1958, com duas grandes vitórias, além de ter tido o privilégio de colaborar com o primeiro título mundial da seleção brasileira, na Suécia, com três atletas: Bellini, Orlando (dupla de zaga titular) e o centroavante Vavá, o "Peito de Aço" e o "Leão da Copa". Coube a Bellini, com capitão ser o primeiro brasileiro a tocar na Copa do Mundo, além de ter sido o criador do gesto, repetido até hoje, de erguer a taça com as duas mãos acima da cabeça.

Em âmbito nacional, o Vasco não decepcionaria sua torcida, ao conquistar, em 1958, pela primeira vez, o Torneio Rio-São Paulo. Num período em que não havia campeonato brasileiro (criado com tal denominação em 1971), era esta competição que apontava, ainda que simbolicamente, o melhor time do país. O Vasco foi campeão ao aplicar incrível goleada de 5 a 1 sobre a Portuguesa de Desportos, no Pacaembu, em São Paulo, com três gols do apoiador Almir Pernambuquinho e dois de Vavá.

No Campeonato Carioca, que à época era disputado em pontos corridos, um final eletrizante e nunca mais repetido. Vasco, Flamengo e Botafogo terminaram empatados com o mesmo número de pontos, ocasionando a realização de um supercampeonato, para apontar o campeão. Terminado o triangular, os três times continuaram iguais em pontos, com o que foi necessário um inédito e nunca mais repetido "supersupercampeonato", no qual os vascaínos derrotaram os alvinegros por 2 a 1. Como no segundo jogo houve empate de 2 a 2 entre rubro-negros e alvinegros, o Vasco pôde festejar o chamado "supersuper" com o empate de 1 a 1 com o Flamengo, a 17 de janeiro de 1959. O técnico era Gradim, e o gol vascaíno foi do atacante Roberto Pinto, sobrinho de Jair Rosa Pinto, que integrara o Expresso. Dentre os campeões de 1958, tanto no Rio-São Paulo quanto no Carioca, faziam parte os goleiros Barbosa - remanescente do Expresso - e Miguel, além de Bellini, Orlando, Paulinho de Almeida, Coronel, Valdemar, Sabará, Almir, Vavá (deixou o clube antes do fim do Carioca), Roberto Pinto e Pinga."

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Fonte: Divulgação