Há 20 anos o Vasco perdia um dos maiores jogadores de sua história: Danilo Alvim

Terça-feira, 17/05/2016 - 01:19
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Neste dia 16 de maio completam-se 20 anos do falecimento de um dos maiores craques que já vestiram a camisa do Vasco: Danilo Faria Alvim.

Danilo, apelidado de "Príncipe" pela sua elegância nos gramados, jogava no meio-campo e foi o maestro do Expresso da Vitória, equipe do Vasco campeã carioca de 1945 (invicta), 1947 (invicta), 1949 (invicta), 1950 e 1952 e sul-americana em 1948, no Chile. Danilo participou de todas as conquistas exceto a de 1945, pois chegou a São Januário em 1946.

Pela Seleção Brasileira, Danilo disputou a Copa do Mundo de 1950 como titular absoluto. Após encerrar a carreira virou treinador e, em 1963, levou a Bolívia ao seu único título da Copa América. Em 1974, comandou o América na única Taça Guanabara que o clube rubro conquistou em sua história.

Juntamente com Barbosa, Ademir Menezes e Roberto Dinamite, Danilo forma um grupo restrito de ex-jogadores vascaínos que figurou em quase todas as eleições de "melhor time do Vasco de todos os tempos" realizadas por especialistas.

O "Príncipe" passou seus últimos anos de vida pobre, doente e esquecido, vindo a falecer aos 75 anos em 16 de maio de 1996.

Em agosto de 1998, numa pesquisa da Revista Placar, foi eleito por 50 personalidades vascaínas o melhor jogador (sob o ponto de vista técnico, não de ídolo) da história do Vasco.

Confira a biografia de Danilo publicada pela Revista Placar e reproduzida pelo site Memória do Futebol:

"Por pouco Danilo Alvim não ficou inutilizado para o futebol quando começava a jogar como profissional. Em janeiro de 1941, ao descer de um ônibus, na Praça da Bandeira, e tentar pegar um bonde em movimento, foi atropelado por um automóvel. O boletim de uma das enfermarias do Hospital de Pronto Socorro, que depois mudou o nome para Hospital Souza Aguiar, informava que o paciente Danilo Faria Alvim, de 19 anos, jogador do América, havia fraturado as duas pernas. Ele ficou 18 meses engessado. Somente no segundo semestre de 1942 é que voltou a fazer exercícios de recuperação muscular. Mesmo com dificuldade, sua paixão pela bola era tão grande que nunca o deixou perder as esperanças de voltar a jogar futebol.

Voltou exibindo tanta classe e categoria que logo recebeu o apelido de Príncipe. Sua oportunidade surgiu quando o técnico Flavio Costa levou uma seleção carioca para treinar no campo do América. O centro médio Rui se machucou e Flavio colocou Zazur em seu lugar. Para completar o time reserva, pediu ao treinador dos juvenis do América que indicasse um jogador do clube para terminar o treino. Danilo que estava nas arquibancadas foi chamado e entrou para treinar contra os cobras com muita naturalidade. Terminado o treino, Flavio Costa convocou Danilo.

Antes de se transferir para o Vasco da Gama, ainda jogou no Canto do Rio em 1943. Foi para lá por empréstimo, dispensado pelo técnico do América, Gentil Cardoso. Percebendo a mancada que deu, Gentil o trouxe de volta para Campos Sales. Danilo foi para o Vasco através do treinador Ondino Vieira, que foi pessoalmente contratá-lo por 90 contos de luvas e 2 contos mensais. Ganhou seu primeiro titulo de campeão carioca em 1947. Repetiu a dose em 1949. 1950 e 1952. Também foi campeão dos clubes campeões em 1948 no Chile. Campeão brasileiro pela seleção carioca em 1950 e campeão sul-americano em 1949. Foi vice campeão mundial em 1950, quando sofreu a maior decepção de sua carreira. Em 1954 se transferiu para o Botafogo onde ficou por dois anos. Mas, já não era o mesmo. Estava chegando ao fim uma das mais brilhantes carreira de um jogador de futebol. Depois de quinze anos correndo atrás da bola, Danilo entregava os pontos. Logo depois virou técnico. Em 1963, como treinador da seleção da Bolivia, conquistou o titulo de campeão sul-americano.

Danilo Alvim que chegou a ser o 'O Príncipe do futebol brasileiro', passou seus últimos de dias na rua da amargura. Vivendo com uma aposentadoria de salário mínimo, morava em um pequeno apartamento no centro do Rio de Janeiro. Depois da morte de sua mulher, a solidão tomou conta de Danilo. Com a memória desgastada pelo tempo, Danilo faleceu no dia 16 de maio de 1996."



Fonte: NETVASCO (texto), Revista Placar (texto), Blog do Léo Devezas (foto)